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Saúde

Raios UVC: estudo demonstra, pela primeira vez, eficácia contra o novo coronavírus

Pesquisadores da Universidade de Hiroshima trouxeram mais uma resposta sobre uso das luzes UVC de 222nm (não prejudiciais ao corpo humano) no combate à pandemia

(Foto: Reprodução)
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Por Frederico Cursino, da Agência Einstein - Desde o início da pandemia da Covid-19, a ciência tem se debruçado em estudar a eficácia da luz ultravioleta UVC no combate ao novo coronavírus.  A tecnologia já vem sendo usada para higienizar superfícies de transportes públicos e hospitais pelo mundo, mas, até agora, as pesquisas só haviam demonstrado a efetividade dos raios UVC de 222nm (não prejudiciais ao corpo humano) contra agentes com estrutura similar à do SARS-CoV-2, e não contra o vírus em si.  

Porém, neste mês, uma pesquisa da Universidade de Hiroshima, no Japão, trouxe mais uma resposta sobre o potencial das luzes UVC para a contenção da pandemia. Publicado pelo periódico científico American Journal of Infection Control, o estudo mostrou, pela primeira vez, que esses raios podem matar o vírus causador da Covid-19.  

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De acordo com a publicação, a análise feita por experiência in vitro mostrou que 99,7% da cultura viral do SARS-CoV-2 foi morta após 30 segundos de exposição à radiação UVC de 222nm. Os testes foram conduzidos usando lâmpada de excímero de cloreto de criptônio e uma solução de 100 microlitros com o novo coronavírus, que foi espalhada em uma placa de poliestireno estéril. Antes de colocar a iluminação acima da superfície das placas, os pesquisadores permitiram que a solução secasse em um gabinete de biossegurança em temperatura ambiente. 

Os autores ressaltam, porém, que ainda são necessárias outras pesquisas para uma avaliação mais profunda sobre a segurança e eficácia da irradiação em superfícies em situações cotidianas. “As superfícies do ‘mundo real’ contêm carga orgânica, como marcas de dedos, e não são planas. A carga orgânica das superfícies poderia diminuir o efeito do UV de 222 nm no SARS-CoV-2. Além disso, investigamos apenas o efeito da luz UV de 222 nm (0,1 mW / cm2). À medida em que a distância do dispositivo aumenta em relação ao alvo, os raios ultravioleta são atenuados” explica, em entrevista à Agência Einstein de Notícias, Hiroki Kitagawa, pesquisador do Departamento de Doenças Infecciosas da Universidade de Hiroshima e um dos autores do estudo. “Por essa razão, entendemos que estudos adicionais sobre a eficácia da luz ultravioleta em superfícies do ‘mundo real’, como quartos de pacientes, ainda são necessários.”  

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Kitagawa acrescenta que as análises não consideraram as partículas do vírus contidas em gotículas salivares, que é principal forma de transmissão da Covid-19. “Mas estudos anteriores mostraram que os raios ultravioleta podem agir contra vírus aerossolizados, como responsável pela gripe e outros coronavírus humanos. Partindo desta premissa, entendemos que os UV podem ser uma ferramenta útil para diminuir a transmissão do SARS-CoV-2”, completa. 

Possíveis aplicações dos raios UVC 

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Por não penetrar na camada externa dos olhos e da pele, as ondas de 222 nm UVC têm atraído o interesse da ciência como uma possível solução para desinfectar espaços públicos. Além de poder esterilizar superfícies, o uso da tecnologia acoplada a ventilações para matar o vírus transmitido pelo ar também é uma possibilidade estudada por acadêmicos pelo mundo. No Brasil, pesquisadores da Universidade de São Paulo de São Carlos já desenvolveram inclusive um aparelho emissor de raios UVC capaz de eliminar o novo coronavírus do ar em ambientes fechados. A ferramenta foi implementada em alguns ambientes do campus da universidade, como as salas de aulas. O projeto ainda desenvolve adaptações do aparelho em parceria com uma empresa privada. 

Em publicação recente no site de artigos acadêmicos The Conversation, o professor de engenharia ambiental da Universidade do Colorado Boulder, Karl Linden, alerta que é preciso cautela na aplicação em massa das luzes UV como solução para limpar o mundo do novo coronavírus. Segundo o especialista, ainda que a tecnologia possa ser eficaz em superfícies e até mesmo em ambientes fechados, a ciência ainda não demonstrou se seria eficiente para higienizar pessoas. 

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“Algumas empresas estão instalando portais UV que irradiam as pessoas enquanto elas caminham. Embora este dispositivo possa não causar muitos danos à pele nos poucos segundos de caminhada pelo portal, a dose baixa administrada e a possibilidade de desinfetar roupas também provavelmente não seriam eficazes para conter a transmissão do vírus. Mais importante ainda, a segurança dos olhos e a exposição de longo prazo não foram bem estudadas, e esses tipos de dispositivos precisam ser regulamentados e validados para eficácia antes de serem usados em ambientes públicos”, ressalta Linden.  

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