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Emir Sader

Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

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100 dias para derrotar o golpe

"A esquerda sofre uma dura derrota com a derrubada do governo da Dilma e com o processo fajuto e a prisão do Lula. Mas recuperou capacidade de ação, com a projeção do Lula como a grande referência nacional para derrotar o governo golpista e retomar um projeto democrático de desenvolvimento econômico com distribuição de renda", diz o sociólogo Emir Sader, acrescentando que, até 7 de outubro, "são os 100 dias mais importantes da história brasileira, no sentido que nesse prazo se definirão os destinos do País por toda a primeira metade do novo século"

100 dias para derrotar o golpe (Foto: Esq.: Stuckert / Dir.: ABR)
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Vivemos o desenlace da mais profunda e prolongada crise da história brasileira. Iniciada com o projeto de desestabilização do segundo mandato da Dilma, desde o momento mesmo da divulgação dos resultados eleitorais, que significavam a quarta derrota sucessiva da direita e a perspectiva de uma nova derrota com a candidatura do Lula, a direita optou pelo atalho do golpe.

Quase quatro anos depois, conseguiram seus maiores objetivos: tirar o PT do governo, retomar o projeto neoliberal do ajuste fiscal, com desmonte das políticas sociais e dos direitos dos trabalhadores, dilapidação do patrimônio energético nacional e rebaixamento total do perfil da política externa brasileira. Mas, como se sabia, levaram o pais à pior crise econômica, com recessão, desemprego, fuga de capitais, perda total de confiança no governo.

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Esse não é o único ponto fraco do governo golpista. A modalidade de golpe a que puderam apelar significa a manutenção formal da institucionalidade, que inclui eleições para este ano. Tentaram esvaziar o processo eleitoral, com parlamentarismo ou semiparlamentarismo, com o fim do voto obrigatório, mas só conseguiram a diminuição do tempo de campanha. Esgotaram a busca de candidato que representasse a anti-política e tem que se ver com os velhos nomes, sem nenhuma competitividade.

A esquerda sofre uma dura derrota com a derrubada do governo da Dilma e com o processo fajuto e a prisão do Lula. Mas recuperou capacidade de ação, com a projeção do Lula como a grande referência nacional para derrotar o governo golpista e retomar um projeto democrático de desenvolvimento econômico com distribuição de renda. Com as Caravanas pelo Brasil, Lula recuperou o apoio popular e se consolidou, nas pesquisas, como o grande favorito para ganhar as eleições.

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A direita dispõe ainda da capacidade para tentar impedir tanto a liberdade do Lula, quanto sua candidatura. Mas não conseguiu diminuir a influência do Lula, que faz com ele seja sempre o grande eleitora, aquele que, mesmo se não for libertado e nem possa se candidatar, tenha o poder de escolher o candidato da esquerda, que tem todas as possibilidades de vencer nas eleições de outubro.

A luta democrática se centra na luta pela liberdade do Lula e pelo seu direito a ser candidato, como instrumentos fundamentais para derrotar o golpe e seu modelo neoliberal, restaurar a democracia, o desenvolvimento econômico, a justiça social e a soberania nacional. A esquerda no seu conjunto tem que estar à altura das circunstancias, atuar de forma unida e concentrada pelo sucesso da única via que se dispõem para derrotar a direita e seu governo golpista.

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São 100 dias até 7 de outubro, o primeiro turno das eleições presidenciais, com a data de 15 de agosto para o registro das candidaturas e início da campanha eleitoral. Se houver segundo turno, será 3 semanas mais.

São os 100 dias mais importantes da história brasileira, no sentido que nesse prazo se definirão os destinos do País por toda a primeira metade do novo século. Ou a direita, por meio de alguma artimanha e um novo tipo de golpe, consegue se manter no poder e o pais estará condenado, por muito tempo ao descalabro de todo tipo. Ou a esquerda triunfa de novo e projeta a retomada do caminho que o Brasil tinha começado a trilhar neste século, retomando o futuro desenhado para toda a primeira metade do século XXI.

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Tudo o que de melhor temos tem estar subordinado a essa disputa, centrado no trabalho de consciência e mobilização das camadas populares que ainda não se dão conta do que está em jogo no Brasil hoje, de porque suas vidas tinham melhorado, porque passaram a pior muito e como podem voltar a ser felizes de novo. Tudo dirigido para a candidatura que pode representar esse imenso caudal de forças sociais, políticas e culturais, que pode voltar a encaminhar o Brasil no rumo do desenvolvimento econômico, da justiça social, da democracia política, da pluralidade cultural e da soberania externa.

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