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Marcelo Auler

Marcelo Auler, 68 anos, é repórter desde janeiro de 1974 tendo atuado, no Rio, São Paulo e Brasília, em quase todos os principais jornais do país, assim como revistas e na imprensa alternativa.

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2020, seu nome tem que ser Resistência

"Uma resistência que paulatinamente cresce e aparece, ainda que não no ritmo que muitos desejam. Algo que está sendo construído aos poucos, a cada descalabro que assistimos. Às vezes partindo das próprias instituições, que bem ou mal têm funcionado. Em outros casos, por iniciativas isoladas, individuais. Ainda que muitos permaneçam passivos", escreve Marcelo Auler, do Jornalistas pela Democracia

(Foto: Reprodução/Twitter)
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Por Marcelo Auler, em seu blog e para o Jornalistas pela Democracia

Nada mais sintomático do que o último movimento deste (des)governo de Jair Bolsonaro. Às vésperas do Ano Novo, ele simplesmente desiste do que havia planejado, deixa o litoral baiano e retorna a Brasília, onde abandonara a mulher para passar sozinho o réveillon..

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Algo teoricamente de menor importância – o final de ano de um presidente da República. Mas uma significativa demonstração do vai e vem em decisões com as quais estamos nos acostumando a conviver com esse (des)governo a que os brasileiros foram submetidos nos últimos 12 meses. Um período que muitos desejariam apagar no tempo, tal os desatinos que os bolsonaristas provocaram, sob aplauso de alguns e o silêncio cúmplice de muitos.

Por tais motivos ganha um relevo especial a mensagem expedida por senhoras mineiras que formam o Coletivo Linhas do Horizonte. As conheci há dois anos, no final de 1997, quando descobri a forma sui generis que elas encontraram para protestar – bordando. Descoberta que registrei aqui no blog em Linhas do Horizonte: protestos bordados com arte. De lá para cá nos vimos pouco, mas permaneceu o contato, em especial com Leda Leonel, uma de suas fundadoras. Com um seu bordado ela manda a palavra de ordem para todos em 2020: Resistência.

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Uma resistência que paulatinamente cresce e aparece, ainda que não no ritmo que muitos desejam. Algo que está sendo construído aos poucos, a cada descalabro que assistimos. Às vezes partindo das próprias instituições, que bem ou mal têm funcionado. Em outros casos, por iniciativas isoladas, individuais. Ainda que muitos permaneçam passivos, como bem registrou Helena Chagas no seu artigo desta terça-feira (31/12) – O bolsonarismo e a banalização do mal.

Diz ela: “Foram 12 meses surpreendentes, e o comportamento do presidente da República — a instabilidade, a insensatez, os recuos decisórios, a brutalidade virtual dos filhos e o palavreado — deveria ser, para a maioria, o mais espantoso. Não é. O que se destaca, nessa virada do primeiro ano do mandato de Jair Bolsonaro, é a passividade da maioria dos brasileiros — o que pode parecer um paradoxo diante da radicalização que vemos nas redes e nos nichos mais truculentos“.

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Helena Chagas foi até econômica ao relacionar os despropósitos que o governo Bolsonaro provocou. Nem podia ser diferente, do contrário extrapolaria o tamanho de seus artigos. Falou, genericamente, do desmantelamento da educação, da saúde e da cultura. Lembrou o esvaziamento dos programas sociais, destacou o crescimento da pobreza – que hoje assistimos a olhos nus pelas calçadas das cidades -, e do desmantelamento dos empregos formais.

Deixou de lado pontos específicas – como o fim de programas como Mais Médicos -, ou mesmo a intolerância com os diferentes – notadamente ao se tratar de questões de gênero, raça e sexualidade. Esqueceu ainda o desastre da nossa diplomacia e sequer tocou em outro grande drama com nos desmoralizamos mundialmente: os ataques ao meio ambiente.

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Um drama muito bem destacado pelo melhor jornalista que conheço nessa área, André Trigueiro. Alguém que como poucos hoje em dia domina o assunto, por ter uma vida profissional dedicada ao mesmo. E ele está longe de poder ser chamado de “petralha”.

Na sua mensagem de fim de ano que enviou aos amigos – a qual, com sua autorização, reproduzo abaixo – faz uma retrospectiva do que foi o pior ano para a área ambiental do Brasil. Algo lastimável, não apenas por tragédias como Brumadinho, que poderiam ser evitadas, mas também por ações e omissões do desgoverno Bolsonaro.

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Na mensagem ele não recorre à palavra “Resistência”. Mas deixa claro que será isso que teremos que fazer, quando conclui que, nesse novo ano, “A luta em defesa do meio ambiente continua”. Uma luta que deve ser travada – e não apenas nas questões ambientais – para evitarmos chegar a dezembro de 2020 contabilizando novos retrocessos.

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