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Eric Nepomuceno

Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

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A Argentina hoje é o Brasil dublado em castelhano

A perseguição a Cristina Kirchner é um negócio demencial, a perseguição da Justiça. Por exemplo, ela está sendo acusada de traição à pátria por um acordo que ela fez com o Irã, a anos atrás, e esse acordo foi aprovado pelo Senado

Cristina Fernandez de Kirchner, former Argentine President and candidate for the Senate in the mid-term elections, speaks to supporters at her campaign headquarters in Buenos Aires, Argentina, October 22, 2017. REUTERS/Martin Acosta (Foto: Eric Nepomuceno)
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Na madrugada do sábado passado eu cheguei depois de nove dias em Buenos Aires. Fazia alguns meses que eu não ia a Argentina. E pude confirmar o que eu sempre soube: a Argentina hoje é o Brasil dublado em castelhano. A perseguição a Cristina Kirchner é um negócio demencial, a perseguição da Justiça. Por exemplo, ela está sendo acusada de traição à pátria por um acordo que ela fez com o Irã, anos atrás, e esse acordo foi aprovado pelo Senado. Quer dizer, então, os senadores que aprovaram esse acordo deveriam estar sendo acusados também.

É desconcertante.

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A reforma da Previdência lá e a reforma trabalhista são cópias da que o Temer está tentando – a reforma trabalhista ele já impôs – a da Previdência que ele está tentando impor aqui.

Há, porém, uma diferença: o Congresso deles é bem melhor que o nosso.

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Quer dizer, qualquer Congresso é melhor que essa legislatura de bandoleiros que está aí ao redor do Temer.

Eu fico me perguntando cadê a nossa resistência? País resignado. Aí eu volto e começo a me surpreender. Porque o Temer consegue ser surpreendente a essa altura do campeonato.

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O Antonio Imbassahy, tucano, foi renunciado da Secretaria de Governo. Quer dizer, é a segunda queda de um ministro tucano. O outro, o Bruno Araújo de Cidades, renunciou mesmo. O Imbassahy foi renunciado. E quem vai para o lugar dele? Carlos Marun. Uma figura bizarra, assustadora.

Coerente o Temer, é verdade, mas pelo amor de deus.

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E aí tem mais: aquele general Antonio Mourão, o mesmo que há três meses falou que ia ter uma intervenção militar e perdeu o comando de tropas, virou diretor de finanças, uma burocracia dessas qualquer do Exército, tornou a falar em intervenção militar. Parece que dessa vez, ele vai ser punido. Eu li ainda no sábado que ele ia ser afastado da escrivaninha.

E aí tem mais, as coisas não têm fim. Sérgio Moro, aquele juiz de província, de primeira instância, o justiceiro, a pessoa mais arbitrária em décadas, sugeriu que a Petrobras gratifique, ou seja, dê dinheiro para funcionário que denuncie a corrupção. Tinha a delação premiada, agora tem a delação comprada.

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É sem fim.

E eu não poderia deixar de mencionar o estado policial, a gente está num precipício. O estado de direito no Brasil está por um fio.

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Três meses depois de uma operação truculenta, injustificável, absurda da Polícia Federal na Universidade Federal de Santa Catarina que levou ao suicídio do reitor Luiz Carlos Cancellier, agora foi a vez da Universidade Federal de Minas Gerais. O reitor Jaime Arturo Ramirez que jamais tinha sido convocado, convidado etc, teve uma prisão coercitiva.

É uma vergonha isso.

Você tem um juiz arbitrário. Polícia Federal truculenta. Ministério Público Federal de Minas tinha se recusado a determinar essa condução coercitiva, quer dizer, prisão. Onde é que isso vai parar? Eu não canso de me perguntar isso.

Quer dizer, você tem uma política corrompida, podre, uma Polícia que faz o que quer, um juiz que faz o que quer. Não existe nenhuma instituição para controlar esses camaradas? Caramba.

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