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J. Carlos de Assis

Economista, doutor em Engenharia de Produção pela UFRJ, professor de Economia Internacional na Universidade Estadual da Paraíba e autor de mais de 20 livros sobre economia política.

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A arte pouco sofisticada de prever comportamento de parlamentares

Comportamento parlamentar é comandado mais por preconceitos e interesses que por convicção. Em economia são raríssimos os especialistas. Os que não são orientam-se ou pelo governo, ou pelas lideranças, ou pela informação. A força do governo e das lideranças é maior no início dos mandatos

Bloco de 20 senadores defende respeito à decisão da ONU (Foto: Agência Brasil)
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Não posso acreditar que todos os senadores que se alinham a favor da reforma previdenciária de Guedes/Maia tenham má fé. Alguns, sim. Podem vergar-se ao peso do dinheiro embutido nas emendas parlamentares. Mas há aqueles que parecem acreditar piamente nos argumentos do governo. Que a reforma evitará a quebra da Previdência. Que  beneficiará os mais pobres cortando privilégios dos mais ricos. Que é para o bem do Brasil.

De fato, o comportamento parlamentar é comandado mais por preconceitos e interesses que por convicção. Em economia são raríssimos os especialistas. Os que não são orientam-se ou pelo governo, ou pelas lideranças, ou pela informação. A força do governo e das lideranças é maior no início dos mandatos. Quando se tem quase quatro anos de mandato pela frente, poucos se arriscam a se posicionar de forma independente.

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Contra o peso governamental, a busca de informação se torna uma busca de desculpas para votar com o Governo e a liderança. É em grande parte inútil o esforço de certos grupos, principalmente sindicalistas, rodando os corredores do Congresso e levando para deputados e senadores panfletos esclarecendo determinados pontos dos projetos. Já fiz isso e não faço mais. Procuro os parlamentares que julgo sensíveis a argumentos fora do Congresso.

Entretanto, são poucos aqueles sensíveis a argumentos contrários ao Governo. A quebra de lealdade pode acarretar perda de influência e de emendas, em especial num governo vingativo como o de Bolsonaro. Restam os que tem personalidade e caráter firme. É em torno desses poucos que barbaridades como as citadas acima, em defesa da reforma, podem ser questionadas em conversas de informação e de conhecimento honestas de ambas as partes.

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Entretanto, há um momento em que o presidente perde totalmente a força: quando passa de caçador a caça, num risco de impeachment. Aí os parlamentares pulam fora do barco porque tem a perspectiva de eleições, mesmo longínquas. Claro, se for caso de impeachment, a personalidade do vice tem implicações. O parlamentar vai pesar se é melhor ficar leal a um pato manco do que saltar logo fora em nome da renovação, mesmo que tardia, do mandato, alinhado a um novo presidente. 

SOS Trabalho

Estou lançando neste final de semana, para circulação semanal, a carta de Economia Política “SOS Trabalho”, dedicada a analisar o processo econômico e social brasileiro sob a ótica do trabalho. Nossa intenção é quebrar o monopólio do capital, especialmente do financeiro, no “mercado” das news letter de economia política, em geral comandado por banqueiros e seus asseclas. O link de “SOS Trabalho” é  http://cartasostr.blog-dominiotemporario.com.br/

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