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Jandira Feghali

Médica, deputada federal (PCdoB-RJ) e defensora da democracia.

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A boa política

A eleição da presidência da Câmara, além de reforçar as análises de uma composição bastante conservadora desta Legislatura, impõe barreiras duras às pautas progressistas

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Os recentes acontecimentos na Câmara dos Deputados nos fazem revisitar o memorável Barão de Itararé ao descrever a cena política brasileira da década de 20. Dizia ele: “Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades”. Tão atual, impossível.

O Parlamento brasileiro sempre se deparou com obstáculos dos mais variados e um novo capítulo se inaugura. Um capítulo repleto de adversidades para os que defendem políticas públicas progressistas.

A eleição da presidência da Câmara, além de reforçar as análises de uma composição bastante conservadora desta Legislatura, impõe barreiras duras às pautas progressistas, principalmente aquelas defendidas pelos partidos de esquerda. Entram neste enredo os principais ingredientes de uma democracia forte, como a reforma política, a regulação da mídia, as bandeiras dos movimentos sociais de gênero, raça, LGBT, do mundo sindical e sobre liberdades individuais.

Este é o momento de recompor a base aliada da presidenta Dilma Rousseff, formada hoje por partidos não necessariamente adeptos do projeto iniciado por Lula em 2002. Fortalecer esse campo dentro da Câmara é reforçar o coro da sociedade sobre demandas fundamentais, pressionando o novo presidente a atuar em sintonia com essas vozes e não no atendimento a interesses próprios ou de poderosos conglomerados.

É um presidente que flerta com a oposição desde o ano passado, ora ameaçando, ora anunciando apoio ao Governo Federal e que precisa ser constantemente lembrado das obrigações inerentes ao cargo que ocupa – a condução imparcial dos trabalhos é uma delas. A relação do Legislativo com o Executivo deve ser pautada pelas demandas da sociedade, e o Governo não pode se tornar refém de um Poder que atue por outros interesses senão os republicanos.

Ainda que seja difícil presumir, a trajetória da Casa – com um dos perfis mais conservadores desde a Constituinte – precisará de muita pressão popular para abrir estes caminhos. Deve vir do povo a direção, mesmo com uma opinião pública ainda moldada pela grande mídia oligopolizada e anti-democrática.

Fortalecer os canais com a sociedade será benéfico aos partidos de esquerda e a todos os parlamentares tidos como progressistas, engajados em lutas com bandeiras éticas e avançadas. Afinal, o que será da Câmara sem que se promovam os grandes embates sobre os mais polêmicos temas? É no debate de ideias de alto nível que avançamos.

A partir de agora, é exigido de todos nós mais coragem neste enfrentamento, sem flexibilizar princípios. Isso, jamais. A Câmara caminha para que se prevaleça um perfil dantesco, mas a bancada comunista nunca fugiu ao bom combate. É preciso acreditar nos sonhos, com os pés firmes no chão, para impedir retrocessos e avançar. Junte este força à luta da boa política e a participação ativa da sociedade organizada e conquistaremos as vitórias que quisermos. Juntos.

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