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Victor Assis

Dirigente dos comitês de luta contra o golpe em Pernambuco e editor do Diário Causa Operária

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A bolsa de valores do PIG

Com a vitória de Lula, abriu-se a temporada de fofocas

Lula vota em São Bernardo do Campo (Foto: Reprodução/TV Globo)
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Os 215 milhões de brasileiros foram obrigados, durante 4 anos, a ouvir, dia e noite, a mesma ladainha: o mundo, repleto de pessoas maravilhosas e honestas, estaria sob a gravíssima ameaça das “fake news”. Sim, isso mesmo, caro leitor! O mundo que testemunhou as bombas em Hiroshima e Nagasaki, que viu um país como o Iraque ser reduzido a pó e que assiste aos frequentes massacres na Palestina, estaria, agora, correndo o sério risco de cair nas mãos de pessoas muito maldosas que contam mentiras!

Mas não qualquer mentira — e sim as “fake news”, que são uma coisa que até hoje ninguém sabe o que é. Só se sabe que foi importado dos Estados Unidos, onde também ninguém sabe o que significa. Tanto é assim que, dos 513 deputados federais, nenhum foi até hoje preso por mentir, sendo que são mentirosos profissionais. Já o Partido da Causa Operária, que não precisa mentir para conseguir um cargo público, cuja política é clara e toda ela embasada em uma mesma doutrina, teve todos os seus perfis nas redes sociais derrubados — feito inédito — por “fake news”.

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É realmente difícil de entender o que seja. Mas há, em todos os casos considerados “fake news”, uma constante: só é acusado de cometer esse “crime” aqueles que não integram o condomínio dos grandes monopólios da comunicação. A Rede Globo, grande propagandista da campanha de calúnias contra Lula e contra o governo de Dilma Rousseff, jamais foi sequer acusada de disseminar “fake news”. Pior: se arroga no direito de “verificar” as informações que circulam em outros veículos e atestar se são “fato” ou “fake”. O mesmo vale para a Folha de S.Paulo, o Estado de S. Paulo e todos os órgãos que representam de maneira fiel e servil os interesses dos grandes capitalistas.

Essa imprensa, dizem, é “séria”. É comprometida com “a notícia”, com “o fato”. Não dá espaço para boatos, fofocas e, muito menos, mentiras! Afinal, seus jornalistas são todos profissionais imparciais. Seus interesses ficam na portaria, e entra na sala de redação somente o escritor isento e, principalmente, o editor fiel aos fatos.

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O que houve em 2016, então? Por que só havia “fatos” que serviam para desgastar o governo do PT? Por que esses “fatos” depois se mostraram obras de ficção? Por que a cobertura sensacionalista da Lava Jato não se converteu, em volume e em intensidade, em uma cobertura sensacionalista dos crimes revelados pela Vaza Jato? Por que, agora, a imprensa brasileira se mostra incapaz de dar uma notícia desfavorável ao governo neonazista ucraniano, quando todos sabem que está utilizando a própria população de carne de canhão?

São perguntas muito complicadas de se responder, certamente. Isto é, para quem levar a sério que a imprensa capitalista é séria.

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Pois a mesma imprensa científica, imparcial, pura e divina decidiu lançar-se em uma nova etapa de cinismo e cretinice. Os porta-vozes número 1 do golpe de Estado, que liberaram todos os seus cachorros mais loucos para pedir a cabeça do presidente eleito Lula em 2018 e que declararam, por conta própria, que a Venezuela é uma “ditadura”, agora são os “conselheiros” e” comentaristas” do futuro governo Lula.

Durante a semana inteira, choveram dezenas, ou talvez centenas de artigos nos principais jornais do País tratando da chamada transição do governo Bolsonaro para o governo petista, que só começa oficialmente no dia primeiro de janeiro de 2023. Por um lado, os artigos procuram convencer Lula que o governo Lula tem que ser “deslulizado”. Isto é, tem que ser um governo do PSDB. Os argumentos são sempre os mesmos: a situação está difícil, 2023 não é 2022, é preciso equilibrar as contas etc. É o caso, por exemplo, da maravilhosa revista Veja, a mesma da “fake news” de que Alberto Yousseff “sabia de tudo”, e que agora posa de “imparcial”, elencando “os doze desafios hercúleos de Lula depois da vitória sobre Bolsonaro”.

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Com o mesmo intento, os mesmos veículos partiram para a fofocaiada total. A cada dia, 1 trilhão de nomes diferentes são indicados como “possíveis futuros ministros do governo Lula”. De concreto, nada há: são puras especulações. As fontes? As mesmas que diziam que Yousseff sabia de tudo ou que Fernando Haddad distribuiria “mamadeiras de piroca”. É uma operação baixa, grotesca, que não tem o objetivo de informar o leitor, mas sim de turbinar um verdadeiro mercado de ações anterior ao governo Lula. Ou seja, testar a reação a determinados nomes, colocar em destaque nomes que estavam no ostracismo e até mesmo gerar intrigas entre Lula e outros setores da esquerda. É uma patifaria, que moralmente se equivale às “fake news” bolsonaristas — estas, pelo menos, ao menos nos arrancavam alguma risada.

A mentira aqui tem um efeito ainda pior. Não é um indivíduo qualquer mentindo, nem uma corrente tosca circulando no Whatsapp. É uma máquina extremamente poderosa — que inclusive mostrou seu poder nas eleições, ao fazer dos debates momentos centrais da campanha — controlada diretamente pelos inimigos do povo, que detêm o monopólio do alcance mentindo, causando intrigas e manipulando para impedir que Lula cumpra com aquilo que os trabalhadores esperam dele.

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