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Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

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A dilapidação do Brasil como um projeto

A casa-grande segue executando seu irrefreável plano de controlar os destinos políticos, econômicos e sociais do Brasil, sempre protegendo seus privilégios, em detrimento da coletividade. Trata-se de um projeto, com Bolsonaro, Guedes, ou quaisquer outros personagens dispostos a servir o mercado financeiro

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O que vale mais, os 57 milhões de votos que Bolsonaro obteve ou o interesse do mercado financeiro em manter o ministro da Economia, Paulo Guedes? A ligeira e inconsistente popularidade de Bolsonaro está prestes a se encontrar com a redução do valor do auxílio emergencial, para, talvez, R$ 300, quando há condições para mantê-lo em até mais de R$ 600. Bolsonaro sabe que não chegará em condições, a 2022, com as políticas do ministro apoiado pelo mercado financeiro que não consegue entregar o que lhe foi encomendado. Uma crise de fritura do assessor é um tempo que interessa a Bolsonaro e a Guedes, mas irrita profundamente os banqueiros e deixa a população mais tempo sem respostas já há muito atrasadas, que possam tirar o Brasil dessa inércia.

Para a imprensa que sustentou uma pedalada fiscal que derrubou uma presidenta honesta, seria muito simples argumentar contra qualquer um dos crimes de responsabilidade e os atentados à democracia, cometidos por Bolsonaro, e apeá-lo do governo. Porém, essa instabilidade pode frustrar o único interesse da classe dominante mais atrasada do mundo, que é o de aniquilar, definitivamente, o Estado. Ela vende as reservas energéticas e empresas brasileiras, todas estratégicas, como se fossem dela. Essa situação ocorre devido à despolitização da maior parte da população e pela deliberada intenção dessa mesma imprensa em manter essa ignorância. Nos jornais, os banqueiros sinalizam, de um lado, a falta de paciência com a negligência de Bolsonaro e com a lerdeza de Guedes, que fala demais e entrega de menos. Do outro, para facilitar o trabalho do feitor do Ministério da Economia dos outros países, eles colocam as empresas numa espécie de promoção de fim de estoque das Casas Bahia: “Quer pagar quanto”?

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Guedes ou outro ministro alinhado com a banca é menos prejuízo que a instabilização institucional de um impeachment. O Chicago Boy foi o fiel da balança que orientou o apoio do mercado financeiro a Bolsonaro. A demissão do ministro fortaleceria o presidente que, obcecado por 2022, poderia tomar a decisão mais sábia e correta de toda a sua vida, que seria revogar a EC 95. Um presidente incontrolável e a revogação do teto de gastos seria o pior dos mundos para os fiscalistas financistas. Portanto, em nome de uma estabilidade sob a qual se possa agir, a classe dominante mantém Bolsonaro e tolera a improdutividade de Guedes, a fim de manter a marcha do seu plano de entregar o Brasil ao desenvolvimento de outros países. A população, majoritariamente a pobre, continuará morrendo de fome e de COVID-19. Bolsonaro manterá o seu papel de bobo da corte e Paulo Guedes retomará os planos de dilapidação da nação, com o pontual e venal apoio do Centrão.

A imprensa trata por rachadinha o que é corrupção. Noticia com fria pontualidade o autoritarismo de Bolsonaro, como na escolha dos reitores e na sustentação de uma ministra que está ligada à divulgação dos dados de uma menina de 10 anos, grávida, consequência de quatro anos sendo estuprada por um tio. Nada disso importa, como também não o crescimento do desemprego e do número de mortos e de contaminados pela omissão do presidente. A normalização dos fatos, pelo governo e pelas instituições, mantém a sociedade constrangidamente calada diante de tanto descalabro, enquanto a convence da necessidade de se desfazer do patrimônio nacional, para salvar uma economia destruída pelo coronavírus.

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Sem alarde ou protestos da sociedade, a Petrobras entregou um polo de produção de gás e petróleo, produtivo e lucrativo, do qual mais de R$ 100 milhões deixarão de ser destinados, anualmente, para quatro municípios da Bahia onde estão os poços. Bolsonaro vendeu, por US$ 94,2 milhões. Em cinco anos, a empresa que comprou o patrimônio brasileiro vai pagar o investimento e, com pequenos investimentos, levar o lucro da extração, com uma estrutura já montada, para o desenvolvimento de outros povos. E, assim, a casa-grande segue executando seu irrefreável plano de controlar os destinos políticos, econômicos e sociais do Brasil, sempre protegendo seus privilégios, em detrimento da coletividade. Trata-se de um projeto, com Bolsonaro, Guedes, ou quaisquer outros personagens dispostos a servir o mercado financeiro.

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