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Robson Sávio Reis Souza

Doutor em Ciências Sociais e pós-doutor em Direitos Humanos

159 artigos

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A Dilma, com carinho...

"Dilma é o elo que nos ajuda a compreender e desvendar as tramoias de 1964 e 2016. Não por acaso, ela era (e é) odiada por parte da caserna e pelos mesmos atores que junto às Forças Armadas arquitetaram e executaram ambos os golpes", diz o cientista social Robson Sávio Reis Souza

(Foto: ROBERTO STUCKERT FILHO/PR)
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Em seu artigo, neste Brasil247,  Leonardo Attuch lembra das mentiras propagadas pela mídia empresarial e pela "direita democrática" que redundaram no golpe fajuto contra Dilma Rousseff.  

Quero acrescentar ingredientes nessa narrativa.  

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Dilma é o elo que nos ajuda a compreender e desvendar as tramoias de 1964 e 2016. Não por acaso, ela era (e é) odiada por parte da caserna e pelos mesmos atores que junto às Forças Armadas arquitetaram e executaram ambos os golpes. 

Refiro-me à mesma mídia empresarial,  aos empresários do pato amarelo, aos líderes religiosos charlatães e manipuladores, às castas de corporações (do direito, medicina, sistema judiciário e outras), aos latifundiários (hoje travestidos no agronegócio e associados a mineradoras, garimpeiros,  desmatadores) e aos segmentos da classe média que se considera elite. 

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Essa coalizão, lá em 1964 e cá, em 2016, sempre odiou, entre outros, que o Estado fosse colocado à serviço do povo e libertado dos sanguessugas das elites e seus prepostos nos cargos e funções públicas. Afinal, desde o (outro) fajuto golpe que inaugurou essa república sem povo e sem respeito à coisa pública, em 1889, o Estado brasileiro sempre esteve a serviço da Casa Grande. 

Pois bem: como essa coalizão (liderada pela "elite do atraso") que sempre se locupletou nas tetas do Estado poderia aceitar que uma ex-guerrilheira, tida como comunista de carteirinha, mas no exercício do mandato presidencial imbuída de espírito republicano e democrático,  continuasse como mandatária? 

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Ora, temos, na figura de Dilma, os mesmos ingredientes que ligam 1964 a 2016: lá, os membros da caserna tinham a desculpa do perigo do comunismo; cá, os mesmos militares (que não aceitaram uma justiça de transição na chamada abertura democrática), também não aceitavam  o fato de Dilma ter implementado as Comissões da Verdade (que ajudaram, sobremaneira, a  lançar luzes ao sombrio pântano da ditadura).  

Portanto,  os elementos presentes em 1964 estavam presentes em 2016: por um lado o fantasma comunista reencarnado na ex-guerrilheira agora comandante-em-chefe de seus algozes; por outro, os segmentos da pseudodireita democrática que sempre foram aliados dos donos da Casa Grande (grandes empresários,  rentistas,  agronegócio,  banqueiros) na apropriação privada do Estado feita através de seus prepostos da classe média (aqui entram os líderes religiosos, os membros das castas judiciais e corporações que se julgam elite e parte dos jornalistas - que lá  propagaram o bicho-papão do comunismo e cá atuaram na corrupção da verdade com a produção da narrativa lavajatista-salvacionista). 

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21 anos se passaram para os brasileiros enxergarem a trapaça do golpe de 1964 e se libertarem da ditadura militar. 

Em pouco mais de dois anos, o mundo "civilizado" e os brasileiros que têm consciência cidadã e apreço à democracia de fato sabem que o governo militarizado de Bolsonaro além de farsesco destrói o país e seu povo. 

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Veremos até quando os ratos que criaram e sustentam esse governo ficarão no navio. Estarão dispostos a afundarem com o capitão? 

Dilma assiste de camarim...

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