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Ronaldo Lima Lins

Escritor e professor emérito da Faculdade de Letras da UFRJ

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A engrenagem do golpismo emperrou

De inelegível, Jair Bolsonaro evoluiu para as possibilidades de prisão

Jair Bolsonaro e presídio federal de segurança máxima (Foto: Reuters | Agência Brasil )
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O que agora parece provado segundo os requisitos da Lei, acalentado cuidadosa e brutalmente pelo então mandatário no poder, pela vaidade de se exibir, não se escondeu de ninguém. Revelou-se passo a passo como intenção, buscando apoios políticos e militares com base final nos argumentos falsos erguidos contra as urnas eletrônicas. Culminou, como não se ignora, no 8 de janeiro, pelo imenso quebra-quebra simbolizado pelos palácios dos três poderes invadidos por irresponsáveis, dispostos a qualquer coisa. Habilmente contidos, pelo novo presidente empossado, povoam agora, com lágrimas e lamentações, nas celas do Presídio da Papuda e da Colmeia, cumprindo penas de acordo com seus atos. O chefão escapou sorrateiramente, primeiro se refugiando em Miami e, em seguida, de novo em nosso país, movendo-se com o à vontade dos criminosos certos da impunidade.

Enquanto isso, em boa medida pelas qualidades da atual administração, com reviravoltas importantes na moral, nos costumes, nos programas de habitação, nos investimentos na produção, nos contatos políticos internacionais e muito mais, as ações de teor golpista perderam o ímpeto. De inelegível, Jair Bolsonaro evoluiu para as possibilidades de prisão, na qual, sem passaporte, mas com certificado de vacina verdadeiro ou fictício em dia, configura-se como detento ilustre. Na condição de desajuizado, líder de descontrolados e enlouquecidos, como o pastor Silas Malafaia, procura a todo custo pôr em movimento a engrenagem golpista visivelmente emperrada. É como se anuncia na manifestação da Av. Paulista em seu favor, como se, com uma multidão nas ruas, procuradores e juízes, para não falar no resto da cidadania, se intimidassem, atribuindo-lhe quem sabe uma medalha de latão de um carnaval fora de hora. Trata-se de uma tática contraditória porque, na fase em que se encontra, sem celular, sem documentos de viagem e proibido de estabelecer contatos com aliados partidários, não se imagina que seja capaz de produzir milagres. O devaneio de grandeza se mostrará, com certeza, como recurso extremo, um modo tardio de testar prestígio e afrontar autoridades... Seja como for, dará provas de insensatez, com as consequências necessárias. Bandidos gostam de viver perigosamente, escondendo-se nos cantos, entre ações que chamam atenção e, ao contrário, disfarces de rosto e de residências, atrás de um tempo que passa mal e porcamente. Políticos em geral, fogem de tais embates, encolhendo-se sempre que a onda do poder lhes foge. Para se valer de semelhante ousadia, é possível que o capitão se recorde dos acontecimentos que o conduziram à expulsão das Forças Armadas só por pretender armar bombas nos quartéis.

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No entanto, diz-se que a justiça tarda, mas não falha. O chefão que o pastor agora incensa, responde por crimes de diversas gravidades. Na epidemia da Covid, riu-se das vítimas, não lhes deu assistência e se proclamou adversário das vacinas. Além disso, tramou e continua tramando contra o sistema democrático, certo de que um dia algum oficial fardado lhe dará crédito e recursos para subverter a ordem estabelecida. Finalmente, confiando na moda direitista que grassa aqui e na Europa, confia que bastam dois palavrões, um cabo e a fantasia de um tanque para impor sua visão. Engana-se. Tropeça numa outra carência sua: falta-lhe inteligência.

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