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Camilo Vannuchi

Jornalista, escritor, mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela USP, membro da Comissão Municipal da Verdade da Prefeitura de São Paulo

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À espera de um messias

Impera o desejo por um líder ou uma líder que não é nenhum desses e nenhuma dessas que estão aí. Enquanto o messias não vem, Lula segue favorito

Impera o desejo por um líder ou uma líder que não é nenhum desses e nenhuma dessas que estão aí. Enquanto o messias não vem, Lula segue favorito (Foto: Camilo Vannuchi)
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Intrigante a pesquisa do Ibope divulgada nesta segunda-feira.

Sei exatamente os motivos da rejeição a Lula, na casa dos 55%. Operação Zelotes, Lava Jato, Petrolão, mentiras envolvendo seus filhos e suas noras, o fraco desempenho de uma presidenta identificada como sua cria, artilharia pesada de nove entre dez revistas e telejornais.

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Agora, de onde vêm os 54% de rejeição a José Serra? Por que 52% disseram não votar em Ciro Gomes de jeito nenhum? Geraldo Alckmin com os mesmos 52% é natural, esperado... Mas 50% não votariam de jeito nenhum em Marina Silva? Outros 47% repudiam totalmente Aécio Neves? Mesmo com tamanha complacência (leniência?) da mídia? Mesmo com todas as denúncias que pairam contra sua adversária de um ano atrás e o latente arrependimento estampado nos protestos de rua, nos panelaços, nas redes sociais?

Quem persiste um pouco mais nas reportagens publicadas na grande imprensa sobre a pesquisa encontra, quase no final do texto, referência a outro resultado aferido pelo Ibope. Na categoria "votaria com certeza", quem prevalesce é Lula, com 23% de preferência convicta. Aécio aparece em segundo, com 15%. Marina tem 11%. De onde vem esse retrato? Por que o recall de Aécio e Marina não supera o de Lula após um ano inteiro de massacre?

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Eu quase que nada não sei, mas desconfio de muita coisa. Desconfio, por exemplo, que o recado da pesquisa parece não ser outro senão o esgotamento desses quadros, dos mesmos candidatos de sempre. Impera o desejo por um líder ou uma líder que não é nenhum desses e nenhuma dessas que estão aí. Enquanto o messias não vem, Lula segue favorito.

ATUALIZAÇÃO: Terça-feira, 16:40

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Pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira mostra Lula em desvantagem. Numa simulação de segundo turno com Aécio e Marina, o vitorioso seria o senador tucano. Nas simulações com Geraldo Alckmin ou José Serra, a candidata da Rede Sustentabilidade seria a vencedora, com Lula em segundo nos dois cenários.

Os resultados apontados pela CNT parecem mais coerentes com a conjuntura atual. Em um ano, nada houve que ameaçasse a imagem pública de Marina Silva. Ao contrário, Marina conseguiu viabilizar a Rede, tem atraído bons quadros para a legenda e mantém-se essencialmente neutra, discreta, em relação ao clima golpista. Já Aécio assumiu o papel de opositor carbonário, uma espécie de Carlos Lacerda de 2015, insuflando a direita hidrofóbica e turbinando o recall dos indignados mais exaltados. O fermento de ambos é a baixa popularidade de Dilma e do PT. Os mais à direita migram para Aécio, os mais à esquerda migram para Marina.

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Curiosamente, o teto de Aécio é de 32% do eleitorado. Pouco para quem tem sido sistematicamente preservado pela imprensa e que deveria liderar a formulação de um projeto de futuro. Pouco, também, para quem fechou o primeiro turno de 2014 com 33,5% dos votos e o segundo turno com 48,5%. Repare, em vez de ampliar seu alcance, Aécio viu sua popularidade reduzida nos últimos 12 meses.

Curiosamente, os 21,6% do eleitorado que votariam em Lula se a eleição fosse hoje não ficam muito atrás dos 24% que diziam votar em Lula no final de 1999, três anos antes do pleito que consagraria sua vitória, mesmo intervalo que nos separa da eleição de 2018.

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Ibope e CNT assemelham-se no predomínio da hesitação. Se os candidatos forem mesmo Aécio, Lula e Marina, tudo indica que os três deverão se alternar nas três primeiras posições nos próximos dois anos, todos eles com algo entre 20% e 30% dos votos, sem que haja um franco favorito, a ponto de cogitar uma vitória no primeiro turno.

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