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Antônio Carlos Silva

Coordenador da Corrente Sindical Nacional Causa Operária – Educadores em Luta e membro da direção nacional do PCO. Professor da rede pública do Estado de São Paulo.

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A esquerda deve romper a "frente ampla" de "caça às bruxas"

É preciso rejeitar a política divisionista e diversionista dos identitários e levar uma luta real contra a ofensiva da direita

(Foto: Reprodução)
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Por Antônio Carlos Silva, DCO

Setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa se lançaram, sem maiores reflexões, a apoiar a nova investida da direita contra os direitos e liberdades individuais, diante da enorme pressão da burguesia que lançou, nos últimos dias, uma enorme operação reacionária, que está levantando uma onda histérica de defesa da censura, de cassações, cancelamentos etc.

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Como não poderia ser diferente, a direita tratou de arrumar um bom pretexto para a campanha reacionária; como fez com o golpe de 2016, preparado com uma ampla campanha de “combate à corrupção” da parte dos setores mais corruptos, criminosos e reacionários do País e do mundo. Agora, a nova etapa do golpe é embalada sob o pretexto do “combate ao nazismo” e ao “abuso da liberdade de expressão”.

Notórios golpistas como a Rede Globo, os ministros mais direitistas do STF, políticos velhacos (como Renan Calheiros e João Doria) e até o capitão fascista e presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro (ele mesmo, que aparece na foto, ao lado nazistas do partido de extrema direita AfD, da Alemanha) se pronunciaram cinicamente “contra o nazismo”.

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Também figuram entre os membros da “cruzada antinazista”, elemento do reacionário Ministério Público (como Aras, indicado duas vezes, por Bolsonaro e aprovado pelo centrão) e até mesmo cafetões e empresários cuja fortuna advém da colaboração direta com o nazismo, como o regime comandado por Adolf Hitler, que resolveram cortar o patrocínio e pedir “a cabeça” de Monark.

Para facilitar as coisas e dar uma aparência de neutralidade do Estado e da imprensa capitalista e de outras instituições e personalidades do regime golpista, envolvidas na verdadeira operação criminosa, a ofensiva, se desenvolve – neste momento – contra elementos direitistas secundários ou com notórias simpatias pelas posições reacionárias da direita, como é o caso do youtuber Bruno Aiub, mais conhecido como Monark, alvo de um conjunto de ataques que levaram ao seu afastamento como apresentador e sócio do podcast no Flow, entre os de maior audiência no setor, por conta de sua declaração de que até mesmo nazistas deveriam ter o direito de ter seu próprio partido, reconhecido pela lei.

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Ao mesmo, o deputado federal, ultradireitista, Kim Kataguiri (do MBL, eleito pelo DEM e, hoje, no Podemos), um típico “piolho facista”, passou a ser ameaçado de cassação do mandato para o qual foi eleito, justamente, para defender os interesses da direita e atacar os trabalhadores, como faz a imensa maioria dos parlamentares do putrefato Congresso Nacional, por conta de defender, a pudesse haver uma lei que tornasse possível a legalização de um partido nazista.

Setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa, se somaram a essa histeria, apoiando ou até mesmo a integrar essa “frente ampla” com fascistas, golpistas e todo tipo de charlatões, exploradores e inimigos do povo que fingem “combater ao nazismo”, como encenaram o “combate à corrupção”.

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Deixam para trás, de todos os ensinamentos dos grandes partidos e líderes revolucionários, do marxismo, que sempre se colocou na defesa irrestrita das liberdades democráticas sob o Estado capitalista, como uma questão decisiva para fazer avançar a luta da classe operária e demais explorados.

Toda essa histeria é impulsionada diretamente pela burguesia e o imperialismo em um momento de agravamento da crise econômica, quando a direita se lança – cada vez mais – a guerras e golpes – para aprofundar sua ofensiva contra o povo, levando a que cada dia tenhamos novos recordes de fome , miséria e desemprego. Tudo isso para sustentar o parasitismo dos banqueiros e outros grandes monopólios internacionais e “nacionais” que lucram com a desgraça da imensa maioria do povo, agravada pela pandemia, que essa mesma direita nunca combateu de verdade.

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Nada poderia ser mais enganoso. A onda repressiva, ditatorial, golpista, de aberta violação da Constituição Federal e dos direitos democráticos de direitistas secundários prepara, como se deu em muitas outras etapas da história recente, uma brutal ofensiva contra a esquerda e contra todo o povo.

O próprio filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro, apresentou projeto em  que, ao mesmo tempo que defende a criminalização do nazismo, propõe também a criminalização e, portanto, a ilegalidade, dos partidos que defendem a emancipação da classe trabalhadora, do jugo do capitalismo, por meio da revolução e do comunismo.

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De nossa parte, adotamos as posições tradicionais da esquerda revolucionária em toda a sua história, como nos ensina – entre outros – o fundador do Exército Vermelho (que derrotou o nazismo) e líder da revolução russa, ao lado de Lênin, Leon Trotski: “Nas condições do regime burguês, toda supressão dos direitos políticos e da liberdade, não importa a quem sejam dirigidos no início, no final inevitavelmente pesa sobre a classe trabalhadora” .

Por isso mesmo, fazemos um chamado aos trabalhadores, à juventude, aos militantes da esquerda e defensores dos direitos democráticos do povo a se levantar contra essa ofensiva reacionária que prepara uma nova etapa do golpe de Estado.

É preciso rejeitar a política divisionista e diversionista de setores identitários da esquerda que “lutam” contra estátuas, “invadem” igrejas e realizam outros atos simbólicos, sem maiores consequências. É necessário levar uma luta de verdade contra os nazistas de verdade e seus aliados da burguesia golpista que lucram e cometem todo tipo de crime contra a população indefesa.

Se isso não for feito, a campanha da direita se intensificará e se evoluirá para um brutal ataque contra a esquerda e contra os trabalhadores.

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