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Juca Simonard

Jornalista, tradutor e professor de francês. Trabalhou como redator e editor do Diário Causa Operária entre 2018 e 2019. Auxiliar na edição de revistas, panfletos e jornais impressos do PCO, e também do jornal A Luta Contra o Golpe (tabloide unificado dos comitês pela liberdade de Lula e pelo Fora Bolsonaro).

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A força de Lula é o povo

Campanha de Lula precisa radicalizar se quer ganhar a eleição

Lula no meio do povo (Foto: RICARDO STUCKERT)
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Por Juca Simonard

A última pesquisa Datafolha (1/9) para presidente da República jogou um balde de água fria na turma do “já ganhou”. Ao contrário da pesquisa do dia 18, o ex-presidente Lula (PT) não aparece ganhando no 1º turno. Seus votos válidos – isto é, sem nulos, brancos e indecisos, – foram de 51% para 48%. Para ganhar na primeira rodada é preciso 50% e mais um.

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Claro, pela margem de erro, o índice pode oscilar de 46% a 50%. E se oscilar para cima, estará eleito no 1º turno. Mas essa não é a tendência apresentada pelas últimas pesquisas.

A notícia não é nada boa para a campanha do ex-presidente e apenas os mais cegos pelo otimismo fingem que não há nenhum problema, pois Lula continua ganhando no segundo turno (53% x 38%, contra Bolsonaro). Mas mesmo nesse caso a distância de um para o outro também diminuiu, na menor diferença entre eles desde maio de 2021.

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Na verdade os otimistas de plantão, desde o início, estão desconsiderando uma série de coisas. A mais importante delas: estamos no meio de um processo golpista. 

Não o tal golpe que dizem que Jair Bolsonaro vai dar, usando isso de pretexto para defender todo tipo de absurdo em “defesa da democracia”. Mas o golpe que levou à derrubada de Dilma em 2016 e à prisão de Lula em 2018 e no qual todos os atuais “democratas” da direita estiveram ao lado dos bolsonaristas, liderando a horda de escroques.

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Não derrubaram o PT para entregar o poder tão facilmente. Alguns otimistas acreditam que sim. Que Lula foi aceito pela burguesia golpista, entre outros devaneios do gênero. 

Mas não é fato. 

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Na verdade, os setores mais poderosos do mundo, aliados com seus serviçais no Brasil, ainda estão na cruzada para impedir a volta do PT.

O motivo é simples. Lula é um homem dos sindicatos, dos movimentos sociais e daqueles que lutam contra o programa que o golpismo impôs ao país a partir de 2016. Ele não pode simplesmente adotar uma política neoliberal, de privatizações em massas, de retiradas dos direitos trabalhistas e de outros pontos do programa de terra arrasada que querem para o Brasil. Por isso, o imperialismo apoiou até o inconveniente Bolsonaro contra o PT em 2018 – mesmo o candidato petista sendo Fernando Haddad, aquele mais se assemelha a um tucano no partido.

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Mas, em 2018, Bolsonaro foi apenas uma improvisação para impedir a vitória do PT.

Agora, a candidata oficial dos poderosos é Simone Tebet (MDB), justamente quem mais cresceu na última pesquisa Datafolha – 3%, indo de 2% a 5%.

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Peças posicionadas

Como num tabuleiro de xadrez, as peças já estão sendo posicionadas nestas primeiras semanas de campanha eleitoral. 

Primeiro, no Jornal Nacional. 

A Globo atacou Lula e Bolsonaro – sendo mais agressiva com o petista, enquanto omitiu críticas fundamentais ao atual presidente, como a fome, por exemplo; usou Ciro Gomes de metralhadora automática para atirar nos dois principais; e fez uma entrevista chapa branca com Tebet.

Depois, no debate da Band. 

A forma do debate foi feita para atacar Lula e Bolsonaro e promover Tebet, usando – como sempre! – a questão da mulher. Pelo visto o identitarismo feminista vai ser a principal bandeira da burguesia para eleger a senadora.

A emedebista se preparou – ou melhor, foi preparada – colocando na vice-presidência Mara Gabrilli (PSDB), uma cadeirante, que é para aumentar a demagogia. Depois instaurou o slogan “Mulher vota em mulher”. Logo ela, que votou para golpear a primeira (e única) presidente mulher que o Brasil já teve.

As peças foram posicionadas. 

A partir de agora, jornalismo chapa branca para Tebet, omitindo que ela será a continuação piorada do governo Bolsonaro em assuntos fundamentais para a população; sua ligação com os latifundiários do Mato Grosso do Sul que estão promovendo um genocídio contra os índios do estado; entre outros podres.

A partir de agora, será chumbo em Lula e Bolsonaro. Mais ainda em Lula do que em Bolsonaro, que, como em 2018, pode ser importante se, em um imprevisto, for necessário para barrar a volta do PT.

Em 2014 e 2018, inventaram “grandes escândalos”, bombas contra o PT às vésperas da votação. Alguém duvida que o mesmo vai ocorrer este ano?

A força do Lula é o povo

Como foi dito, a pesquisa Datafolha é preocupante. Lula continua liderando, mas tem caído pesquisa após pesquisa.

Para piorar, infelizmente, a direção petista, repleta de otimismo cego, tem feito tudo errado para garantir uma boa campanha para o ex-presidente.

A maior força de Lula é o povo, os sindicatos, os movimentos sociais, a CUT, o MST. Não um marqueteiro – que, em geral, não sabe nada de nada.

Nessas últimas semanas vimos um Lula da conciliação com tudo e todos, paz e amor, do bem, elogiando salafrários como Ciro Gomes e Tebet em rede nacional, enquanto levava chumbo dos dois, sabendo responder os ataques de Bonner e Renata, pela sua experiência, mas capitulando em algumas questões.

Vimos um ato no Anhangabaú feito para o povo não comparecer. Com seguranças, revistamento, grades, afunilando a população que, além disso tudo, ainda teve o sacrifício de ouvir canalhas oportunistas como Alckmin, Márcio França e Randolfe Rodrigues.

Por outro lado, temos um Lula que fala em reverter as privatizações, em criar moeda própria para os BRICS para se contrapor ao dólar, criar emprego, aumentar o salário mínimo e tantas outras coisas necessárias para o povo brasileiro e o desenvolvimento do País. E o principal: um candidato que pode usar sua popularidade para mobilizar grande parte da população contra a destruição promovida pelos golpistas.

É isso que precisa ser aproveitado! 

A campanha de Lula tem que ser organizadora de um amplo movimento das massas para derrotar o golpe, Bolsonaro e o imperialismo.

Lula é visto como o candidato da oposição “a tudo isso”, contra a destruição do Brasil e das condições de vida da população. Ele é o verdadeiro “anti-sistema”. Ele é um legítimo líder do movimento operário. Essa é a força de sua candidatura em relação ao povo.

A campanha precisa radicalizar se quer ganhar a eleição.

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