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Gustavo Conde

Gustavo Conde é linguista.

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A força política e intelectual de Dilma Rousseff

"O retorno de nossa democracia não passa apenas pela pauta do 'Lula Livre'. Passa por Dilma Rousseff e toda a sua história de luta pela democracia, pelos direitos das mulheres e pelo espírito crítico que é o nosso antídoto máximo contra todo e qualquer sistema opressor e imbecilizante", diz o linguista Gustavo Conde, membro dos Jornalistas Pela Democracia

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Por Gustavo Conde, do Jornalistas pela Democracia - "Eu não sei de nada, mas eu desconfio muito". Dilma retomou diversas vezes essa frase de Guimarães Rosa em Porto Alegre.

A frase tem uma leve mudança (para melhor, na minha opinião). Rosa diz "desconfio de muita coisa".

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É a frase-síntese do espírito crítico, dispositivo psíquico que o Brasil parece ter perdido depois de anos de tutela assentida da elite empresarial jornalística.

A imprensa tradicional familiar brasileira nos tornou a todos mais burros, mais passivos, mais áridos, mais desinteressantes.

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Eu só queria lembrar que a política existe para isso. E que é exatamente por isso que o nosso jornalismo nos ensinou a detestar a política e a criminalizá-la, dia sim outro também.

Lula e Dilma foram antídotos contra esse processo imbecilizante tão arraigado na cultura elitizada brasileira, vocalizado por uma imprensa covarde e mantenedora de interesses.

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É por isso que a 'solução' encontrada por essa imprensa partidarizada - uma vez que ela começava a ter dificuldades para encaixar teses no debate público soberano -, foi aprofundar a imbecilização.

É por isso que temos Bolsonaro, esse furúnculo que, aparentemente, nos empurrará - na lógica dos contrários - de volta a uma política mais próxima daquilo que podemos chamar de soberania intelectual.

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É preciso, no entanto, desconfiar até de si. Esse é o nó da frase roseana co-enunciada por Dilma.

Esse é o parâmetro democrático de um pensamento que luta contra os pendores autoritários internos inerentes a todo e qualquer sujeito da história.

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Nesse sentido, Dilma não era apenas 'boa demais' para o Brasil: era 'boa demais' para qualquer lugar do mundo.

Nós não soubemos defender a estatura moral e a dignidade intelectual de uma presidenta que nos defendeu a todos do assédio canalha encravado nos acumuladores compulsivos de nossas elites.

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Mas ela deixou um legado de dimensões ainda desconhecidas, tal é sua complexidade e abrangência.

Dilma não foi apenas a presidenta que sofreu um golpe misógino e o mais violento gaslighting da história do' jornalismo de guerra'.

Dilma governou o Brasil junto com Lula, sendo sua ministra mais importante, seja no ministério de Minas e Energia, seja na Casa Civil.

Quando falamos do legado de Dilma Rousseff, não falamos apenas de 'seus' mandatos enquanto presidenta: falamos de 13 anos de democracia plena, inclusiva, soberana e impetuosa.

Mais. Quando falamos do legado de Dilma Rousseff, falamos da luta contra a ditadura militar, do ímpeto democrático de uma jovem mulher dotada de extrema coragem e caráter, que foi presa e torturada por nossa grotesca ditadura militar-midiática.

O retorno de nossa democracia não passa apenas pela pauta do 'Lula Livre'. Passa por Dilma Rousseff e toda a sua história de luta pela democracia, pelos direitos das mulheres e pelo espírito crítico que é o nosso antídoto máximo contra todo e qualquer sistema opressor e imbecilizante.

Como Lula, Dilma é extremamente carinhosa e extremamente 'sedutora'. Seu ímpeto discursivo e sua dicção assertiva inflamam aqueles que aprenderam a gostar de si.

Dilma é potência, é libertação , é conhecimento, é generosidade, é metalinguagem, é coragem, é dignidade, é o desenlace, é a interlocução.

Ela deixou claro que sua ação política ainda não terminou e nem terminará, pois, assim como Lula, também alcançou a dimensão de 'ideia', de projeto, de espírito, de paradigma.

'Viver é perigoso' enuncia também a verve roseana. Mas viver no tempo histórico de Dilma é perigosamente inspirador.

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