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Giselle Mathias

Advogada em Brasília, integra a ABJD/DF e a RENAP – Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares e #partidA/DF

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A ilusão da liberdade que te escraviza

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: RICARDO STUCKERT)
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Refletindo sobre a liberdade e democracia, termos tão propalados hoje, lembrei-me do contrato social que é uma das muitas bases que fundamenta o Estado, e norteia as instituições, mas, entendo, que a estrutura estatal, como a conhecemos permanece intacta, apesar de muitos falarem que há uma ameaça. No entanto, não é necessário nos aprofundarmos muito para observar que estamos nesse momento sem máscaras, pelo menos para aqueles que não estão vendados com seus lenços de seda ou com suas imitações baratas.

Como todo conceito, o da democracia e o da liberdade, serão interpretados e transmitidos como bem quer o interlocutor, podendo ser mais inclusivo ou não, a depender do momento e do que interessa ao capital, e em quais mãos se encontra. Assim, a questão imposta é qual o conceito de democracia e de liberdade irá vencer no dia 30 de outubro.

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Talvez muitos se sintam incomodados com a afirmação e com o questionamento que trago, mas peço compreensão, pois, muitos acreditam que ainda hoje vivemos em democracia, temos outros que dizem que nunca a experimentamos e aqueles que ela é uma utopia. Portanto, tentem ampliar a possibilidade de visualizar e compreender além do seu universo e do seu umbigo.

Afinal, o ser humano tem uma incrível habilidade de sempre justificar suas ações ou a daqueles que lhe interessam; as falas sempre buscarão minimizar os fatos e efeitos dos atos e a busca por obter vantagem, mesmo que prejudicando outra pessoa, parece uma regra. Talvez porque não nos seja possível encarar a realidade como ela é, porque para sobrevivermos precisemos das fantasias sobre o que somos, de como nos vemos, de como agimos, como desejamos e como imaginamos sermos autênticos, únicos e originais.

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A ilusão da autenticidade carrega a angústia da certeza de que somos todos iguais, que ao nos deparamos com os espelhos, com a falta de unicidade, principalmente, em um tempo de redes sociais, traz uma amplificação, encarada como necessária, de sobrevivência em uma sociedade que precifica corpos, mentes, identidades e escraviza humanos, escalonando seus valores a partir do sexo, idade, biotipo, escolaridade, origem, religiosidade, crença, entre outros tantos critérios que nos farão ser ou não. 

Essa angústia da igualdade contestada pelo capital, aumenta as dores, a cegueira, se alastra nas inúmeras tentativas de se sobressair, nem que seja pelo ridículo e grotesco, e acaba por intensificar a violência e a escravidão, pautadas na necessidade criada e introjetada em nós pelo padrão estabelecido nesta sociedade monetarista, que nos diferencia e valoriza pelo que temos e não pelo que somos.

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Falo aqui sobre humanidade, sobre os afetos, solidariedade, compaixão e respeito, questões que tem passado ao largo dessa nossa sociedade de mercado; falo em ética e caráter, características humanas cada vez mais escassas e por isso tão invejadas. E essa carência produziu mais uma vez na história a horda de ressentidos, hoje zumbis da internet e das redes sociais, apenas bonecos plásticos, marionetes conduzidas por um processo cultural massificado que idolatra o indivíduo e o individualismo, a solidão, a “autenticidade” como cópia e reprodução de um modelo patético de sucesso e mérito que atinge a todos, independentemente da posição e lugar que ocupe socialmente, ideologicamente, profissionalmente e até amorosamente. 

Usam os conceitos conforme lhes convém, seja no conceito de democracia, de Estado, ou de liberdade, que ao final estão servindo apenas para iludir os incautos na fantasia de serem livres quando na verdade são escravos das meias verdades usadas para manipular e controlar em nome de um Estado voltado para poucos e uma falsa democracia para impor o autoritarismo.

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Se entendermos que o Estado enquanto criação humana é a expressão e forma de um controle, o qual impõem, em tese, regras para a convivência em sociedade, as quais pressupõe a aceitação desse contrato social aos indivíduos que a compõem, e, como tal, ele pode ser utilizado positiva ou negativamente. Entendo, portanto, que o dilema vivido nessa eleição é sobre que Estado desejamos, um que atenda a todos ou aquele que atende à poucos. 

Essa escolha nos coloca diante de conceitos e de como os entendemos. 

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A liberdade, para os que desejam um Estado exclusivo, e que hoje governam o país, é aquela que permite a eles escravizar o povo, desconsiderar e desmerecer o humano; é a ilusão dos que creem serem divinos, a imagem e semelhança de Deus e não conseguem perceber que essa interpretação nos leva aos conflitos, à violência, ao ressentimento, que com a desigualdade se tornam maiores, se agigantam e não há pastor, mentira ou ilusão que sustente esse tipo de Estado, pois somos iguais, e também almejamos a liberdade.

Já a liberdade que desejo, que acredito e que entendo é a que tem no seu cerne, na sua essência o direito de existir pertencente a cada ser humano, sem que haja a escravização financeira, moral, religiosa, corpórea e manipulatória, a qual torna todos em um único modelo, aquele pautado no padrão ilusório de ser exclusivo. Acredito e defendo a liberdade de termos um Estado para todos; um Estado Democrático de Direito, mas que seja verdadeiro, sem as desculpas para manter impunes aqueles que interessam ao sistema e perseguir os que são excluídos.

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A liberdade que almejo é aquela em que cada humano será considerado, respeitado e reconhecido em toda a sua existência, e para que seja possível caminhar nessa direção, precisamos conclamar a todos para lutar por Lula Presidente, para salvarmos o que resta de democracia nesse país e para termos novamente a esperança de um país com mais igualdade e consequentemente com mais liberdade, pois não é possível ter uma sem a outra.

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