A Justiça tarda, falha e não repara seus erros
No caso da imprensa, não houve mea culpa nem autocrítica em relação a Haddad. Tampouco ela deu o mesmo espaço para as absolvições como deu, durante anos seguidos, para as acusações contra ele, Lula, o PT e outros integrantes do partido
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Nove anos depois, a Justiça Eleitoral absolve o ex-prefeito Fernando Haddad (PT-SP) de acusações de caixa dois na campanha de 2012. Ele também já foi absolvido de outras acusações, como improbidade administrativa. Essas acusações, assim como também fake news, foram usadas em campanhas eleitorais contra ele e o PT.
A parcialidade e os objetivos políticos e financeiros da Lava-Jato dos senhores Sergio Moro e Deltan Dalagnol também já foram desmascarados, bem como a participação do Tio Sam na “luta contra a corrupção”. Aos poucos, o Brasil vai conhecendo a perseguição que setores da Justiça, do Ministério Público e da velha imprensa corporativa empreenderam contra o PT e suas lideranças.
No caso da imprensa, não houve mea culpa nem autocrítica. Tampouco ela deu o mesmo espaço para as absolvições como deu, durante anos seguidos, para as acusações contra Haddad, Lula, o PT e outros integrantes do partido.
E tudo isso resultou em quê? Num impeachment sem crime de responsabilidade, na prisão sem provas do favorito às eleições de 2018, na eleição de um presidente que vem destruindo a sociedade brasileira em todos os sentidos, com um governo cuja gestão na Saúde já contabiliza mais de 550 mil mortes de covid, sem falar nas suspeitas de corrupção, um governo inepto na economia que só favorece a minoria da alta renda e que dá continuidade ao processo de eliminar os direitos trabalhistas, cruel nas políticas sociais, irresponsável na educação, esmagador do meio ambiente e das iniciativas voltadas à ciência, à arte e à cultura.
E não vamos nos esquecer de que a Lava-Jato, o impeachment, a prisão do Lula (quem devolverá a ele os 580 dias que passou encarcerado?) e a eleição de um presidente que nas ruas é chamado de genocida tiveram apoio de amplos setores da população. Ou seja, também somos em parte responsáveis pela tragédia que vivemos. E cabe a nós repararmos o erro que compromete a vida dos brasileiros hoje e amanhã.
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