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Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

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A Lava Jato a limpo

É necessário não esquecer que, desde que surgiu, a Lava Jato foi incensada por parte da imprensa, chegando ao absurdo de jornalistas de conglomerados, como o da Rede Globo, submeterem os textos das reportagens à avaliação dos promotores heróis

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A cinematográfica operação Lava Jato deve ser passada a limpo, a bem da sua honra e do respeito à boa fé de milhões de brasileiros que a defendem, ainda hoje, apesar da a enxurrada de revelações escandalosas. Elas vão do conluio entre acusação e Juízo, a um banco de dados paralelo ao do Sistema Único do Ministério Público Federal, com informações de 38 mil pessoas, passando por um Power Point colegial, eivado de convicções arrogantes e absolutamente vazio de qualquer sustentação jurídica e um fundo de R$ 2,5 bilhões, gerido por promotores públicos e um juiz. Todos os servidores do Judiciário e do Ministério Público não permitirão serem confundidos com uma ínfima minoria que tenta usar do espaço ocupado, que é público, para projetos particulares de poder político. É necessário não esquecer que, desde que surgiu, a Lava Jato foi incensada por parte da imprensa, chegando ao absurdo de jornalistas de conglomerados, como o da Rede Globo, submeterem os textos das reportagens à avaliação dos promotores heróis.

A sociedade exige e merece satisfações sobre tudo o que já foi e vem sendo revelado, primeiro com a agência InterceptBrasil e que se avolumaram com a Agência Publica. Os fatos colocam em xeque uma operação que mobilizou infindáveis recursos públicos, humanos, financeiros, tecnológicos, numa suposta cruzada contra a corrupção, elegendo o Partido dos Trabalhadores e os presidentes Dilma e Lula como bodes a expiar na savana, onde ainda são dilacerados por certa imprensa que sustenta a operação. Infelizmente, a maior parte da população, independentemente do grau de escolaridade, não percebe que os conglomerados de comunicação estão concentrados nas mãos dos 15% que, de fato, sustentam Bolsonaro, que é resultado do golpe, de 2016, gerado e nascido da Operação Lava Jato. A traição ao Brasil e aos milhões de brasileiros que nela acreditaram, foi revelada na vexatória submissão a operação aos interesses dos EUA, sob o controle do FBI.

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Apoiar a criação de uma CPI para investigar e passar a limpo a operação deve ser encarado por todos os servidores do Judiciário e do MPF como o cumprimento da função da Câmara dos Deputados, de ser o espaço onde a sociedade se manifesta pública e institucionalmente. Sob regras democráticas, tanto a operação quanto a sociedade vão investigar os fatos, analisar a gravidade dos diálogos entre acusação e Juízo, ouvindo amplamente as partes, inclusive o advogado Tacla Duran, que muitas revelações já prestou em audiência pública, no Senado, mas que não consegue ser ouvido pela força-tarefa. Certamente, ele tem muito a contribuir. A Operação seria a primeira interessada em esclarecer o que ela chama de acusações infundadas e conversas retiradas de contexto. Desqualificar ou ignorar a CPI apenas reforça o que as reportagens inferem e confirma as denúncias feitas pelo PT, desde há cinco anos, contra a operação, que já revelava suas exorbitâncias e autoritarismo, apoiado pela imprensa, como o crime de grampear uma presidenta em pleno exercício do cargo e o vazamento do diálogo para a maior rede de televisão do Brasil.

É de se esperar que a imprensa comercial ignore a CPI, uma vez que, mais cedo, ou mais tarde, será inegavelmente flagrada nos braços da Lava Jato. Será complicado explicar à sociedade por que os jornais com maior poder de contratar os melhores jornalistas investigativos do Brasil foram, ao longo de toda a operação, meros reconhecedores dos atos da força-tarefa. Isso sem falar na aproximação, em níveis inadimissíveis de informalidade, entre jornalistas e estrelas da operação, como Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. Porém, a ausência dessa imprensa não é relevante. O importante, de fato, é a sociedade ter o direito de dizer, democraticamente, à força-tarefa, se ela concorda com o método de grampear, por 23 dias, o telefone do escritório de advocacia que defende quem o MPF acusa e a 13ª Vara de Curitiba julga. Essas e outras questões não se calarão enquanto não forem rigorosamente investigadas e esclarecidas.

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