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Jose Carlos de Assis

Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe-UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB

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A marcha da insensatez (2ª. Edição)

Ministro da economia, Paulo Guedes (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
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Escrevi há algumas semanas sobre a insensatez do povo brasileiro ao eleger um candidato à Presidência sem qualquer qualificação, e movido sobretudo pelo ressentimento não justificado e pelo ódio. As circunstâncias agora nos obrigam a falar sobre a insensatez do século, talvez a insensatez do milênio, representada pela saída da Grã-Bretanha da União Européia, marcando o momento crucial de sua decadência definitiva. É possível que, como ação ainda jovem, tenhamos salvação. Já a decadência da velha Albion não tem volta.

Nós ainda não estamos na beira do abismo, naquele espaço em que um pequeno empurrão nos levaria ladeira abaixo. Bolsonaro e sua equipe liderada por Paulo Guedes vão se manifestar progressivamente como irrelevantes. São construções ideológicas que não suportam o contato com o real. A trapalhada que se revela no Planalto como conseqüência de uma simples mudança de secretário ministerial, que a rigor não tem a menor significância, mostra a profundidade da estupidez e da insensatez do governo.

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Na realidade, como tenho mostrado em artigos anteriores, a única coisa que sustenta o governo atual são os militares, mais especificamente o Estado Maior do Exército. O Governo, com apoio de Guedes, tentou comprá-lo com uma reforma da Previdência que favorece amplamente os oficiais superiores em detrimento do pessoal de baixa patente, de coronel para baixo. Não sei se a compra foi concluída, mas, considerando a situação objetiva do Exército, as patentes claramente se encontram em pleno choque moral.

Voltando ao Brexit, o elemento nacionalista retrógrado, partilhado com o Brasil de Bolsonaro, desempenhou um papel tão relevante na Grã-Bretanha como o nacionalismo tosco de Bolsonaro nas últimas eleições. Não sei até que ponto os militares levaram a sério o nacionalismo de Bolsonaro. Qualquer que seja, arrastou atrás de si um número extraordinário de fanáticos que confundiram a bandeira nacional com a essência do patriotismo. Os brasileiros manipulados fizeram isso, assim como os fanáticos do nacionalismo inglês.

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Como é que os ingleses escaparão de sua insensatez? Fundamentalmente, não sei. Como nós, brasileiros, vamos escapar do abraço de morte do bolsonarismo? Do meu ponto de vista, essencialmente através de um grande programa de retomada da economia, um New Deal brasileiro, financiado pelo Tesouro (finanças funcionais) e sustentando um projeto de pleno emprego. Temos apoio social para esse projeto, que chamamos de Programa de Emprego Garantido/Trabalho Aplicado. Vai se seguir, inexoravelmente, o apoio político. 

Uma vez lançado, em escala nacional, se espera que o programa venha a ter o apoio do Estado Maior do Exército que é, de um ponto de vista realístico, em tempos de Bolsonaro e com as instituições da República claramente derretidas, quem pode decidir a parada. Contudo, tendo em vista os traumas militares do passado, é necessário encontrar um caminho efetivo em que uma eventual intervenção  não seja caracterizada como golpe militar clássico. Militares não saberiam dar conta da crise brasileira. Terão que negociar a saída da crise com os civis  responsáveis na sociedade e na esfera política. 

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