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Sérgio Fontenele

Sérgio Fontenele é jornalista e comentarista político

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A mensagem firme e urgente de Lula

O petista parece sinalizar que é preciso, o mais rápido possível, reverter, no campo da narrativa histórica, uma série de catástrofes

Lula (Foto: Ricardo Stuckert)
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É nítido que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi para o ataque, a julgar por suas declarações desde a respectiva posse no dia 1º deste mês. Na histórica data, por sinal, Lula já impressionava pela contundência das palavras, por exemplo, ao mencionar a “mais abjeta campanha de mentiras e de ódio tramada para manipular e constranger o eleitorado”, referindo-se à campanha feita por Bolsonaro, em 2022. Ainda na posse, o presidente destacava a vitória eleitoral, superando  “adversários inspirados no fascismo”.

Sem meias palavras, o líder petista voltava à carga depois do trágico 8 de janeiro, em pelo menos três oportunidades, para apontar a participação de militares do Exército nos atos terroristas golpistas bolsonaristas que destruíram os palácios dos três poderes da República: o Palácio do Planalto e as sedes do Congresso e STF. Durante café-da-manhã com jornalistas, Lula dizia que as Forças Armadas “não são o poder moderador que pensam que são”. De fato, não o são, ao contrário do que expressa a maioria dos porta-vozes militares.

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E todas essas declarações, se por um lado animam as bases eleitorais do presidente, por outro alimentam a ira da extrema-direita, e multiplicam as críticas por parte da chamada mídia corporativa ou privada, que advertem ora para um certo “tom belicoso”, ora para o que classificam como política econômica equivocada. No dia 25, Lula, em Montevidéu, ao lado do presidente uruguaio Luis Alberto Lacalle Pou, voltou à carga ao citar o ex-presidente Michel Temer como o “golpista” que iniciou a destruição das políticas públicas do PT.

O presidente e o genocida

Um dia antes, na reunião de cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), em Buenos Aires, na Argentina, o petista apontou como “genocida” seu antecessor na Presidência da República, Jair Bolsonaro, alvo de uma série de investigações relacionadas à prática de genocídio. Lula tem razão. Afinal, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado Federal, já concluía que Bolsonaro cometera genocídio ao conduzir o País para um extermínio de centenas de milhares de brasileiros.

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Agora, com a eclosão da crise humanitária dos Yanomami, fica cada vez mais perceptível que o ex-presidente de extrema-direita e alguns de seus ex-ministros e ex-representantes de órgãos públicos cometeram o crime de genocídio quanto à população deste povo indígena. Não foi à toa que Lula resolveu denunciar Bolsonaro, com todas as letras. Há um sentido claro de urgência no comportamento do presidente, considerando que estamos apenas no primeiro mês de seu mandato de quatro anos.

O petista parece sinalizar que é preciso, o mais rápido possível, reverter, no campo da narrativa histórica, uma série de catástrofes políticas, sociais, sanitárias, econômicas e culturais. No concreto, ele sabe que terá todo o seu mandato para superar as consequências de tais acontecimentos tenebrosos. Porém, no plano retórico, seria urgente passar a firme mensagem de contraposição à destruição nacional, em coerência com o que tem sido dito desde que a tal Operação Lava-Jato ganhou força, em 2015.

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