A morte como projeto
A lista é grande e digna, mais que de impeachment, de denúncia formal a organismo internacionais de direitos humanos. Basta ver o que aconteceu em Manaus e a negligência em relação ao fornecimento de oxigênio para as vítimas. O caso do Amazonas já seria suficiente para uma condenação do presidente da República
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Por Chico D'Angelo
É comum se acusar o governo de Jair Bolsonaro de negacionismo no contexto da pandemia da Covid-19. A lista de atrocidades é variada e vem sendo apresentada na CPI que investiga as ações do governo: o argumento de que se tratava apenas de uma “gripezinha”, a recusa ao uso de máscaras, a promoção de aglomerações, a defesa do estapafúrdio tratamento precoce com Cloroquina e Ivermectina são exemplos.
A coisa não para aí: a zombaria ao fazer piadas infames com os acometidos pela doença, o boicote à possibilidade de adquirir vacinas, conforme está mais que provado em relação ao contrato com a Pfizer, a criação de atritos diplomáticos com a China, com a manutenção de um chanceler inepto e obscurantista no Ministério das Relações Exteriores, o estimulo a um verdadeiro Ministério da Saúde paralelo, formado por gente sem qualquer qualificação, etc.
A lista é grande e digna, mais que de impeachment, de denúncia formal a organismo internacionais de direitos humanos. Basta ver o que aconteceu em Manaus e a negligência em relação ao fornecimento de oxigênio para as vítimas. O caso do Amazonas já seria suficiente para uma condenação do presidente da República.
Recentemente, Bolsonaro resolver de novo fazer das suas. Chamou de idiotas os que continuam mantendo distanciamento social, apareceu no Maranhão sem máscara e estimulando aglomeração, resolveu andar de motocicleta pelo Rio de Janeiro com um bando de seguidores alucinados e acompanhado de homens públicos que compactuam com suas provocações.
Diante de tudo isso, não tenho dúvidas de que chamar o presidente de negacionista não é suficiente e me parece mesmo um equívoco. Bolsonaro sabe que a Covid-19 não é uma gripezinha. Ela mata. E é exatamente isso que caracteriza o projeto do governo em relação à pandemia: eles apostaram numa imunidade de rebanho que seria conquistada em cima dos cadáveres de milhares de brasileiras e brasileiros, nos levando a um verdadeiro quadro de tragédia humanitária. A tragédia veio, a imunidade, não. Ela virá com a vacinação em massa que o governo quis atrapalhar.
A morte, para o governo, não foi simplesmente o resultado de um erro. Foi o projeto esse tempo todo.
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