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Carla Teixeira

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em História Membro do Conselho Editorial da Revista Temporalidades - Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

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A Petrobrás é nossa!

"As principais lideranças devem deixar de lado suas diferenças para viabilizar uma campanha de mobilização popular, a nível nacional, em defesa da Petrobrás, do petróleo brasileiro e do fim da indexação dos preços ao dólar", escreve a historiadora Carla Teixeira

Petrobrás (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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Por Carla Teixeira 

A Petrobrás, fundada em outubro de 1953 pelo governo Getúlio Vargas, nasceu como uma empresa de forte apelo nacionalista. A partir da campanha popular “O petróleo é nosso”, o Congresso Nacional aprovou o monopólio da exploração do petróleo, garantindo que o Brasil dominaria uma de suas principais riquezas naturais. Os governos de Juscelino Kubitschek, João Goulart, Lula e Dilma Rousseff atuaram para promover a soberania nacional, com independência do Brasil em relação ao capital estrangeiro, tendo como lastro para este projeto a exploração do petróleo através da Petrobrás. Vale lembrar que Dilma Rousseff, em 2013, aprovou lei que garantiu que 75% dos royalties do Pré-Sal seriam destinados à educação e 25% para a saúde. À época, estimava-se que até 2023 a prospecção dessa riqueza somaria U$S 112 bilhões. O objetivo era claro: superar as desigualdades sociais do Brasil, viabilizando um projeto de desenvolvimento econômico com inclusão social.

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Mas então veio a espionagem da Petrobrás, através do SNI estadunidense, e logo a Lava Jato tratou de aditivar os noticiários, diuturnamente, com manchetes sobre o “Escândalo do Petrolão”, associado ao Partido dos Trabalhadores como fonte de propina para o financiamento de campanha. A perseguição travada pelo Ministério Público, o Judiciário e a Mídia Corporativa garantiram que toda a sociedade acreditasse na versão que narrava uma Petrobrás falida, sem função social, que estaria a serviço de um partido e seu projeto de permanência no poder. Hoje sabemos, como revelou o jornal francês “Le Monde”, a participação crucial e decisiva do ex-juiz Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol que receberam benefícios dos Estados Unidos e treinamento junto ao departamento de Estado daquele país para atuarem a fim de demonizar a política brasileira e inviabilizar a indústria pesada nacional, criando as condições políticas ideias para o golpe de 2016.

Convém sempre ressaltar que o impeachment da Presidenta Dilma veio no bojo da tentativa de subjugação do Brasil aos interesses estadunidenses que, mais uma vez, puderam contar com o apoio da burguesia (anti)nacional – hoje financeirizada – para os planos de retirar no tapetão o PT do poder Executivo. O choque neoliberal que o Brasil vive, desde então, pode ser medido nos índices de desemprego, fome, miséria e mortalidade infantil que se ampliaram exponencialmente. Para coroar o feito golpista, a prisão ilegal do ex-presidente Lula, em abril de 2018, permitiu a vitória ilegítima de Jair Bolsonaro que atua, na presidência da República, como títere dos interesses estadunidenses no Brasil.

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O desmonte da Petrobrás, através da paralisação e venda de refinarias – viabilizando a formação de um monopólio regional privado no setor -, foi sucedido com o leilão dos poços do Pré-Sal que significou, na prática, a quebra do monopólio da Petrobrás para a exploração do petróleo. Entregue aos interesses de empresas estrangeiras e dos acionistas na bolsa de valores, o Brasil vive, hoje, altas semanais nos preços dos combustíveis e do gás de cozinha, pressionando ainda mais a inflação que atinge implacavelmente a classe média e os mais pobres.

Sob o comando do general Joaquim Silva e Luna, que viu seus rendimentos saltarem de R$ 32,2 mil para R$ 228,2 mil depois que assumiu a chefia da estatal, a Petrobrás mantém sua política draconiana de indexação dos preços dos combustíveis atrelado ao dólar, o que sufoca os brasileiros reféns de um real desvalorizado que só serve para favorecer os rendimentos em paraíso fiscal do sinistro da economia, Paulo Guedes. Diante do descalabro, a solução encontrada por Bolsonaro foi anunciar a venda da principal empresa estatal brasileira, o que coroará os golpistas de 2016 em suas piores intenções: tornar o Brasil refém dos interesses estadunidenses através da imposição de uma política neoliberal que mata brasileiros.

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Os partidos e as mais variadas forças políticas democráticas e nacionalistas devem se unir em torno do projeto comum: defender a Petrobrás, garantindo que suas atividades estejam voltadas ao interesse nacional e às necessidades do povo brasileiro, contando com o monopólio da exploração do petróleo para garantir qualquer projeto de desenvolvimento e soberania nacional. As principais lideranças devem deixar de lado suas diferenças para viabilizar uma campanha de mobilização popular, a nível nacional, em defesa da Petrobrás, do petróleo brasileiro e do fim da indexação dos preços ao dólar. O combustível brasileiro, extraído em solo brasileiro, refinado e distribuído para os brasileiros não deve estar a serviço dos rentistas parasitas que enriquecem sobre a miséria de milhões. O petróleo é nosso! A Petrobrás é nossa! Fora Bolsonaro!!

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