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Paulo Moreira Leite

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A quem interessa manter Simone Tebet na campanha?

"Campanha de Bolsonaro precisa de um séquito de concorrentes, de qualquer filiação ideológica, para alimentar a esperança do 2º turno", diz Paulo Moreira Leite

Simone Tebet (Foto: Reprodução/GloboNews)
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Por Paulo Moreira Leite 

Dançando entre 1% e 4% nas últimas pesquisas, a campanha presidencial de Simone Tebet costuma ser acompanhada por uma pergunta óbvia: por que ela não desiste?, escreve Paulo Moreira Leite, do Brasil 247. 

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Considerando que, nas atuais condições de temperatura e pressão, a candidata do MDB não dispõe de nenhuma condição de tornar-se uma concorrente competitiva, cabe responder essa pergunta com outra: a quem interessa a manutenção de uma campanha sem futuro? Quem irá se beneficiar de sua presença na cédula de 3 de outubro? 

Minha opinião é a seguinte. A permanência de Simone Tebet, assim como de Ciro Gomes -- 7% das intenções de votos -- e demais candidatos abaixo dos concorrentes principais, só tem importância para quem tenta impedir um desfecho no primeiro turno, hipótese que, sabemos todos, está ao alcance apenas da mão do candidato do Partido dos Trabalhadores.  Há um cálculo político aqui.  

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Na reta final da uma campanha polarizada entre dois candidatos, na qual apenas Lula se aproxima da marca dos 50% mais 1 de votos válidos que poderiam lhe dar a vitória já na primeira rodada, a campanha de Bolsonaro precisa dos serviços de um forte séquito de concorrentes, de qualquer filiação ideológica, para alimentar a esperança de forçar o segundo turno.   

Desse ponto de vista, os votos não-Lula precisam ser mantidos de qualquer maneira na primeira rodada -- sejam destinados a Ciro Gomes, do PDT, a José Eymael, do PDC, a Roberto Jeferson, do PTB, a Luiz Felipe D'Avila, do Novo, e mesmo a concorrentes de siglas de esquerda, Vera Lucia, do PSTU, e Sofia Manzano, do PCB. 

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Em junho, quando os primeiros números nas pesquisas já permitiam enxergar suas dificuldades imensas para transformar-se numa candidata competitiva, Simone Tebet falou ao portal G-1 sobre suas perspectivas na disputa presidencial. Deixou claro que pretende ter um papel ativo em qualquer circunstância, mesmo fora do segundo turno.  

"Eu não estarei assistindo na sala, na frente de uma TV. Eu estarei em um palanque eleitoral defendendo a democracia e defendendo as propostas que possam efetivamente tirar o País dessa vergonhosa estatística de ser um dos países mais desiguais do mundo", disse a candidata, numa declaração que "sinaliza apoio a Lula caso não vá ao segundo turno" (Seu dinheiro, 21/06/2022). 

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Em 10 de junho, sua candidatura foi alvo de um manifesto de apoio onde se encontravam nomes poderosos do mercado financeiro, como Candido Bracher e Pedro Parente, Armínio Fraga e Elena Landau, Maílson da Nóbrega e Horácio Lafer Piva, entre muitos outros. 

Reunindo a personagem -- Simone Tebet -- e o horizonte de um possível segundo turno -- Lula x Bolsonaro -- parece desenhar-se, aqui, a profecia antecipada pelo professor Eduardo Costa Pinto em entrevista ao 247: "Elite quer transformar Lula no candidato da terceira via". 

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Como senadora, Simone Tebet votou contra Dilma no golpe de 2016 e apoiou a reforma trabalhista que arrasou direitos dos assalariados. Ficou ao lado de Aécio Neves nas denúncias de corrupção. 

Alguma dúvida?

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