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Leonardo Giordano

Vereador em quinto mandato, presidente da Comissão de Cultura na Câmara e ex-secretário das Culturas do município de Niterói

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A quem serve a privatização dos Correios?

Os brasileiros necessitam de emprego, salário digno e proteção social. Em vez de privatizar os Correios, que tal melhorar as condições de trabalho da categoria?

(Foto: Reprodução)
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A intenção deste governo, patrono do subdesenvolvimento e predatório de privatizar os Correios é uma daquelas ideias que não resistem a qualquer análise minimamente isenta. Em poucas palavras, representaria um verdadeiro crime contra o país e os brasileiros.

Senão, vejamos. Em 2020, a empresa registrou um lucro líquido de R$ 1,53 bilhão, seu melhor resultado em dez anos. O patrimônio líquido cresceu 84% em relação a 2019, totalizando R$ 950 milhões. Em 30 de novembro daquele ano, foram postados 2,2 milhões de encomendas num só dia, um recorde histórico. 

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As receitas internacionais, obtidas pelos serviços prestados aos Correios de outros países, superaram R$ 1,2 bi, outro recorde. De 2001 a 2020, dos R$ 12,4 bilhões que a empresa lucrou no período, R$ 9 bilhões ficaram para o governo. Ou seja, ela dá lucro, e grande. Quem, em sã consciência, cogitaria vender uma empresa com números tão positivos? Que interesses se escondem por trás da proposta?

É preciso lembrar que esses resultados foram obtidos apesar do processo acelerado de sucateamento a que os Correios vêm sendo submetidos nos últimos anos. Mesmo nessas circunstâncias, a empresa registra resultados expressivos, que qualquer gestor responsável se empenharia em prestigiar, em vez de se desfazer dela a preço vil, como certamente seria.

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E o que seria feito dos cerca de 100 mil trabalhadores concursados, dos 60 mil terceirizados e dos 50 mil que atuam nas agências franqueadas? Num momento em que o desemprego constitui um problema gravíssimo no país, pôr em risco o sustento deste enorme contingente seria uma total irresponsabilidade.

Há outra questão. No Brasil, os Correios são responsáveis não apenas pelo envio de correspondências e encomendas; eles cumprem tarefas de inegável alcance social. Suas agências estão hoje em mais de 5.500 municípios. Se a empresa for privatizada, as 4.500 agências comunitárias, mantidas em convênio com prefeituras, serão fechadas. 

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Hoje, elas são responsáveis, por exemplo, pela distribuição de livros didáticos do FNDE nos mais longínquos municípios brasileiros. Quem passaria a fazer essa distribuição? Porque o mais provável é que as regiões mais remotas e desassistidas fatalmente ficariam sem agências para prestar esse e outros importantes serviços. Além disso, com a privatização e o fim do subsídio tributário, certamente haveria aumento de tarifas.

A rigor, a empresa já vem sendo privatizada aos poucos. Por exemplo, fechando agências próprias e transformando-as em franqueadas – que representam hoje 22% do total, mas recebem 42% do lucro da empresa. Estranho e suspeito, para dizer o mínimo.

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O PL 591/2021, que abre caminho para a privatização dos Correios, foi aprovado pela Câmara dos Deputados em agosto do ano passado. A palavra agora está com o Senado, que ainda não tem data para votar o projeto.

O ex-presidente Lula já avisou durante o Festival Vermelho, evento público em Niterói, que, caso novamente eleito, não permitirá, sob hipótese nenhuma, a privatização dos Correios. Que o Senado impeça a venda dessa empresa tão importante e simbólica para o país.

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Os brasileiros necessitam de emprego, salário digno e proteção social. Em vez de privatizar os Correios, que tal melhorar as condições de trabalho da categoria?

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