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Maria Luiza Franco Busse

Jornalista há 47 anos e Semiologa. Professora Universitária aposentada. Graduada em História, Mestre e Doutora em Semiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com dissertação sobre texto jornalístico e tese sobre a China. Pós-doutora em Comunicação e Cultura, também pela UFRJ,com trabalho sobre comunicação e política na China

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A questão dos militares, uma história a ser contada

Quem são esses militares? Onde estão os nacionalistas do Brasil grande, desenvolvido e soberano? Sobre esses últimos, a resposta são suspiros. Sobre os primeiros, são os militares motivados e unidos em torno do sistema ideológico ultraconservador, solo do nazifascismo

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Em recente debate virtual, importantes e experientes pesquisadores da participação dos militares na política brasileira declararam-se surpreendidos com os acontecimentos e justificaram a razão: apesar das quase três mil nomeações de diferentes patentes para cargos ministeriais, pela primeira vez na história não são os militares que controlam a dinâmica civil do governo. Quem define e executa a agenda é o líder nazifascista que ocupa o palácio do Planalto.

A subserviência no cumprimento de ordens que chega a alterar o movimento de translação da Terra para redefinir as estações do ano nos Trópico, a desmoralização de aceitar calado ao ser apontado como despreparado na defensa de um projeto que contraria interesses privados, e a resiliência em permanecer no posto mesmo depois de ser chamado de ‘politiqueiro de merda, um nada’, e ainda ser demitido dias depois, são algumas observações que permitem diagnosticar os fatos como, definido pelos pesquisadores, uma estreita compatibilidade ideológica entre militares e o governo de natureza nazifascista que se instalou no país.Nó forte, em lugar de corda esticada.

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Quem são esses militares? Onde estão os nacionalistas do Brasil grande, desenvolvido e soberano? Sobre esses últimos, a resposta são suspiros. Sobre os primeiros, são os militares motivados e unidos em torno do sistema ideológico ultraconservador, solo do nazifascismo, que permite a eles resgatar a utopia de serem a salvaguarda dos costumes tradicionais ameaçados desde os anos de 1960/70 pelo marxismo cultural, visto como fragmentação subversiva imoral que destrói a ordem e a unidade nacionais. Os laços ideológicos entre a ala civil e a caserna, sobretudo a baixa hierarquia, impressionam os pesquisadores que advertem a resistência: o que parece absurdo, para eles não é.  

Impactados, os especialistas verificaram que o movimento não é uma adesão circunstancial, mas uma aventura de tempo indeterminado disposta à ruptura com o consenso social mais amplo que vem sendo gestada há cerca de 20 anos e fortalecida pela relação entre o pessoal da reserva e da ativa a partir da instalação da Comissão da Verdade. No resumo das pesquisas realizadas até o momento, arriscam afirmar que o sistema ideológico do poder atual compartilhado pela maioria das Forças Armadas é a nova direita brasileira inserida na nova direita mundial, anti tudo o que está aí herdado das liberdades e garantias democrático-liberais-republicanas, de profundo sentido teocrático, e suficiente para as economias periféricas do capitalismo.

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“Tudo muito louco ”_ diz o decano dos pesquisadores. E prossegue: _“Talvez nós não tenhamos tempo para ver essas coisas se reverterem, mas eu me sinto muito bem em participar da luta contra isso”. Em 1981, no programa Canal Livre, na TV Bandeirantes, o entrevistado da noite era o general Dilermando Monteiro, então ex-comandante do II Exército. Era ditadura. A atriz Dina Sfat estava entre os entrevistadores. Passou todo o tempo muda e tensa. Em determinado momento o apresentador pediu à artista de muitas lutas pela volta da democracia que fizesse uma pergunta.  Dina declarou: _”. Não quero perguntar. Eu tenho medo de generais”. Dina ficaria feliz em ver que os tempos mudaram e que hoje anda forte nas cabeças e nas bocas o bordão de uma camponesa: “Medo nós tem, mas não usa”.

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