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Gustavo Conde

Gustavo Conde é linguista.

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A Vênus amordaçada

"Pobre da mulher ser representada por Renata Vasconcellos. Pobre do jornalismo ser representado por William Bonner. Pobre do Brasil ter adiado tanto o acerto de contas com esse modo pequeno-burguês assassino de produzir informação", diz o linguista Gustavo Conde sobre a performance do duo de jornalistas diante de um candidato esplendorosamente fraco

A Vênus amordaçada
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Renata Vasconcellos conseguiu se apequenar na frente de Bolsonaro (que já é um anão moral, intelectual e existencial). Um feito.

O que a mordaça jornalística não faz.

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Porque, quando confrontada pelo candidato com relação à óbvia diferença de salário entre ela e Bonner, ela rebateu dizendo que o salário dela não era da esfera pública e não dizia respeito à discussão.

Ora, ora, ora. Claro que dizia respeito! E a própria pergunta que ela fez pressupunha que a discrepância entre salários de homens e mulheres é um dado econômico consolidado e alastrado por toda a sociedade.

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Bolsonaro jogou baixo - poque igualmente carece de argumentos técnicos - mas foi pedagógico. Jogou no colo da jornalista toda a hipocrisia dela e da Globo.

Vasconcellos deu ibope de graça para Bolsonaro por pura incompetência, rabo preso e meridiana falta de clareza com relação a um problema que diz respeito a ela mesma.

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É inacreditável, mas a indigência jornalística da Rede Globo é tal que até para Bolsonaro eles pagam mico.

O que é um dado chocante.

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Ajudaram muito o ex-capitão deformado - sic. Mas, não de maneira deliberada. Eles ficaram burros mesmo.

Muita mordaça impõe a burrice de maneira irresistível. A peleguice, por sua vez, termina o serviço.

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Bonner e Vasconcellos são dois capachos esfolados, monumentos finais e definitivos à subserviência em sua plenitude semântica.

Por isso, Bonner é ideal para o Grupo Globo. Ele não raciocina, não pensa, não articula, não formula.

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E quando ele tenta dar a impressão de que formula alguma coisa, de que criou o conjunto editorial de questionamentos, fica artificial.

Num certo sentido, Vasconcelos é muito mais desembaraçada do que Bonner. O problema é que ela é submissa demais aos patrões e ao padrão Globo de falta de qualidade.

Bonner é um timbre hipnótico, atrativo. A voz anasalada e levemente metálica (lembra Sérgio Chapelin) figura no espectro 'lavagem-cerebral' da Vênus amordaçada.

Sua dicção, seu tom, sua entonação, seu ethos, configuram apenas uma voz vazia, pronta a ser preenchida pelos sentidos que a famiglia Marinho quiser e achar mais adequado, conforme a conveniência.

Ele encarna a voz neutra, do bom moço, bonito, asséptico, simpático, no limite entre o fleumático e o gozo sedutor dos cantores de tango com uma rosa vermelha na boca.

Bonner chega mesmo a lembrar o 'candidato da Manchúria', personagem curiosíssima do cinema americano, interpretada por Frank Sinatra nos anos 60 e por Liev Schreiber em 2004.

Trata-se do jovem filho de uma senadora, ex-combatente de uma guerra suja, que sofreu uma lavagem cerebral, química e psicológica, para protagonizar a política americana e servir aos interesses de indústria de armas.

Moro também lembra essa personagem, com seu vazio de personalidade e expressão de cera.

Pobre da mulher ser representada por Renata Vasconcellos. Pobre do jornalismo ser representado por William Bonner. Pobre do Brasil ter adiado tanto o acerto de contas com esse modo pequeno-burguês assassino de produzir informação.

Eles são infames demais.

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