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Ricardo Kotscho

Ricardo Kotscho é jornalista e integra o Jornalistas pela Democracia. Recebeu quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e é autor de vários livros.

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Agora é guerra: capitão desafia mar de gente que saiu às ruas contra governo

O jornalista  Ricardo Kotscho afirma que "agora, não tem volta: teremos uma guerra aberta, nas ruas, nas praças e em todos os lugares onde o povo se reúne para defender seus direitos de cidadania, ameaçados pelo autoritarismo galopante. O dia 15 de maio foi um divisor de águas"

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Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia -"Se há um idiota no poder, é porque os que o elegeram estão bem representados" (Barão de Itararé).

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Antes de se refugiar numa lanchonete em Dallas, o capitão Jair Bolsonaro resolveu desafiar as multidões que saíram às ruas em todo o país na quarta-feira, em defesa da Educação e contra o seu desgoverno:

"A maioria ali é militante, não tem nada na cabeça, se perguntar quanto é sete vezes oito para ele, não sabe. Se você pergunta a fórmula da água, não sabe. São uns imbecis, uns idiotas úteis que estão sendo usados como massa de manobra", disse o presidente aos perplexos repórteres que o entrevistavam sobre as manifestações do Brasil.

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Aonde ele quer chegar com isso?

Como de costume, o capitão certamente não sabia o que estava acontecendo por aqui, quem eram as pessoas nas manifestações organizadas em mais de 200 cidades do país.

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Eram crianças e velhos, estudantes e professores, famílias inteiras ocupando as ruas com seus cartazes de protesto. Ninguém ali era massa de manobra. Me fez lembrar as grandes mobilizações das Diretas Já.

Se o general Heleno, o seu assessor de inteligência o tivesse informado, ele não declararia guerra aos setores organizados da sociedade civil que se uniram, não apenas para protestar contra os cortes de verbas na Educação, mas também para mostrar a sua indignação com o boçalnarismo que está destruindo o Brasil.

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Agora, não tem volta: teremos uma guerra aberta, nas ruas, nas praças e em todos os lugares onde o povo se reúne para defender seus direitos de cidadania, ameaçados pelo autoritarismo galopante. O dia 15 de maio foi um divisor de águas.

Ao desafiar grosseiramente quem estava protestando contra ele, Bolsonaro mobilizou e uniu ainda mais as forças democráticas que não se entregam, e não apenas os que estavam nas ruas.

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Bastaria ter dado uma olhada nas imagens da TV e nas redes sociais para descobrir que o vento virou contra ele.

Pesquisa publicada pelo Globo revela que, em 600 mil tuítes analisados após as suas declarações, 90% dos internautas dispararam críticas contra o presidente, seu governo e seguidores.

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É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar: as mesmas redes sociais que Carlucho Bolsonaro usou de forma abjeta para eleger o pai, com kit gay e mamadeira de piroca, agora se mobilizam contra a família presidencial, e já anunciam os próximos passos do movimento de resistência aos desmandos do governo.

Entidades estudantis e sindicatos de professores já marcaram para o dia 30 nova mobilização nacional em defesa da Educação.

Líderes das principais sindicais começaram a convocação para a greve geral que planeja parar o país no dia 14 de junho.

Enquanto isso, Jair Bolsonaro assiste sem reagir ao derretimento da economia e da sua conflagrada base aliada no Congresso.

Sem ter apresentado até agora nenhum programa de governo, além da liberação das armas e da reforma da Previdência, restará a Bolsonaro o que ele parece estar procurando desde o início: colocar as tropas na rua contra o povo.

No governo da vingança, tudo indica que o objetivo é provocar o caos, para surgir mais adiante como salvador da pátria, sem a tutela dos generais e do mercado, como um napoleão fora de época.

O Brasil real, de quem estuda e trabalha, acordou hoje mais forte e com mais esperanças de dar um fim a este pesadelo que já dura quase cinco meses.

E a hora da verdade está chegando para o despreparado, grosseiro e tosco capitão, que um dia resolveu brincar de presidente da República.

Vida que segue.

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