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Miguel do Rosário

Jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje

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Amanhã vai ser outro dia, Barbosa!

Me impressiona ver a oposição pactuar com isso. Creio que se Barbosa agisse assim mesmo com um tucano graúdo, parcelas importantes da esquerda iriam protestar contra um abuso similar. Eu protestaria

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(originalmente publicado no Cafezinho)

Jamais se viu tanto casuísmo no Judiciário brasileiro.

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Depois de ter autorizado Delúbio a trabalhar, Joaquim Barbosa, que parece estar completamente ensandecido, revoga decisão de permitir que o ex-tesoureiro do PT trabalhe fora do presídio. A decisão de JB pode prejudicar 100 mil presos e colapsar o sistema prisional brasileiro, que já sofre com problemas graves de superlotação.

É bom lembrar aos coxinhas que o regime semi-aberto não significa liberdade. O preso pode trabalhar fora, mas tem de voltar todos os dias para a prisão. O fato de trabalhar fora lhe permite um processo de ressocialização que está em linha com a tendência clássica dos sistemas penais de países democráticos.

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Barbosa, no entanto, está inaugurando uma era de trevas judiciais no país, em que a regra é a vingança pública, e não a tentativa humanista de trazer o prisioneiro de volta ao convívio social.

Em se tratando de presos que não oferecem nenhum perigo a sociedade, a decisão de Barbosa corresponde puramente a um gesto político abominável, que injeta ânimo nos setores mais obscuros e degenerados da sociedade, os quais, após o gostinho do fascismo vitorioso na boca, tendem a sair do armário para defender saídas antidemocráticas para os problemas nacionais.

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Não é a tôa que todos os movimentos golpistas, que pregam abertamente um novo golpe militar, adoram Joaquim Barbosa, e patrocinam páginas em sua homenagem.

Barbosa, o ídolo do antipetismo psicótico, fanático, e da Rede Globo, a qual empregou até seu filho e jamais deixou de elogiá-lo, tornou-se uma figura perigosíssima para a democracia e para o Estado de Direito.

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Agora entendemos porque ele não quis sair do STF para disputar um cargo eleitoral. Ele quer ocupar a posição para fazer o maior mal possível ao país, ao qual ele só dedica palavras de ódio e desprezo. Nunca vimos Joaquim Barbosa dizer uma palavra simpática em relação ao Brasil. Ele parece amar só a si mesmo. O resto é ódio.

Ao agir assim, Barbosa produz factóides políticos que prejudicam eleitoralmente o PT e força a imprensa alternativa a adotar uma agenda triste, reativa, agressiva, tensa. Eu percebo isso por aqui. São arbítrios tão sinistros, que o Cafezinho deixa de lado reportagens investigativas e o debate político programático e ideológico, para externar minha indignação contra a violência casuística e antidemocrática de Barbosa. O Cafezinho fica mais amargo, mais tenso, mais sofrido.

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É um plano genial e diabólico dos donos do poder, a quem Barbosa serve com obediência absoluta. Com seus arbítrios, Barbosa intimida o governo, que não sabe o que fazer diante de tanta truculência, a qual, por sua vez, embute em riscos tremendos. O tensionamento excessivo leva ao erro, a uma expressão desastrada por parte de uma pessoa indignada. E a mídia, com ajuda inclusive de setores golpistas incrustrados dentro das instituições, não perdoa: põe a expressão na capa de suas publicações, dizendo que se trata de “ameaça de morte” a Joaquim Barbosa. Pô, se as mesmas instituições fossem punir as ameaças de morte  a petistas, tinham que fechar o Facebook em dois tempos…

Desde 1999, através de uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça, que todo preso em regime semi-aberto tem direito a trabalhar fora. Barbosa rasgou essa jurisprudência, perfeitamente amparada na Constituição, para tomar mais uma decisão de caráter excepcional, qual um carcereiro vingativo, mesquinho e raivoso.

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Me impressiona ver a oposição pactuar com isso. Creio que se Barbosa agisse assim mesmo com um tucano graúdo, parcelas importantes da esquerda iriam protestar contra um abuso similar. Eu protestaria. Não quero ver nem o pior dos meus adversários políticos sendo tratado com arbítrio e casuísmo. Quero vencer meus inimigos na argumentação política, no voto, não usando a mão pesada do Estado para violentar seus direitos civis.

Barbosa está criando corvos, incentivando o recrudescimento da cultura do ódio, da vingança, da violência.

Com certeza, escolher uma pessoa tão desequilibrada, tão essencialmente má, para ocupar um cargo tão estratégico para a democracia foi o maior erro de Lula. Um erro cometido em nome de uma boa intenção, porém, que era nomear o primeiro negro para o STF.

Barbosa conseguiu enfeixar um poder incrível em torno de si. Seu chauvinismo e sua blindagem midiática intimidaram e silenciaram outros ministros. Suas decisões são sempre monocráticas, tomadas solitariamente. Ele jamais consulta ao plenário.

Só que o mundo dá voltas. O poder de Barbosa não é eterno. Seus arbítrios podem ser populares junto aos setores degenerados, mas não junto às camadas mais esclarecidas da sociedade. Como dizia Chico, apesar de você, Barbosa, amanhã há de ser outro dia. Todo o mal que pensas infligir àqueles que odeias, na verdade os deixarão mais fortes junto à posteridade.

Aliás, a canção de Chico serve lindamente para Barbosa. Para tentar quebrar esse baixo astral de Joaquim Barbosa, escutemos Clara Nunes cantando Chico:

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