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Pedro Zambarda

Jornalista, colaborador do Diário do Centro do Mundo, editor do Digiclub, página de tecnologia no Brasil 247, e colunista de política do Storia

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Ao jogar a culpa nos games, Donald Trump joga com a plateia sua responsabilidade nas mortes em tiroteios

Além de sugerir que professores andassem armados para prevenir tiroteios em escolas, o governante afirmou que a violência em filmes e games está "moldando o pensamento" dos jovens. Ele deveria rever o que fala por ai e não jogar pra torcida

Além de sugerir que professores andassem armados para prevenir tiroteios em escolas, o governante afirmou que a violência em filmes e games está "moldando o pensamento" dos jovens. Ele deveria rever o que fala por ai e não jogar pra torcida (Foto: Pedro Zambarda)
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O presidente norte-americano Donald Trump não se mantém causando problemas diplomáticos com a Coreia do Norte ou tentando taxar o aço. No final do mês de fevereiro, além de sugerir que professores andassem armados para prevenir tiroteios em escolas, o governante afirmou que a violência em filmes e games está "moldando o pensamento" dos jovens.

Em primeiro lugar, é preciso pontuar: Trump joga declarações polêmicas para fugir da sua real culpa. Boa parte dos atiradores dos recentes atentados nos Estados Unidos era vinculado a grupos de supremacistas brancos e neonazistas. Foi essa faixa da extrema-direita que, junto com os brancos desempregados, colocou Donald Trump no poder.

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Em segundo lugar, as pesquisas psicológicas sobre violência e games não possuem conclusões unânimes, mas nenhuma delas consegue estabelecer uma ligação direta entre atos criminosos e consumo de entretenimento eletrônico. Um estudo da Universidade de Ohio com 194 apurou que jogos em três dimensões podem causar mais estresse e raiva, especialmente na comparação com o 2D. Mas isso acontece muito mais por um efeito de imersão do que como fundamento para um ato violento.

Um pesquisa da American Association of Psychology (APA) entre 2005 e 2013 chegou numa conclusão semelhante com crianças pequenas (a anterior foi realizada com universitários). Já uma pesquisa da Universidade de Columbia com a Paris Descartes University detectou que jogos auxiliam no desenvolvimento psicológico. E um levantamento feito em 10 anos publicado no British Medical Journal aponta que não há conexão causal entre violência e games.

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O que existe é a classificação etária que vem desde a indústria fonográfica norte-americana dos anos 80 - o que gerou uma briga entre a banda Twisted Sister e Tipper Gore, a esposa de Al Gore. Essa mesma classificação hoje é usada para afastar jogos para maiores de 18 anos e em outras faixas de crianças que tenham idade inferior. Mas a recomendação não tem força de proibição. Os pais devem acompanhar o desenvolvimento dos filhos com os videogames.

Ao falar de games e violência, Trump de forma irresponsável prova que não sabe nem de uma coisa e nem de outra. No dia 8 de março ele tem uma reunião marcada com a Entertainment Software Association (ESA), entidade responsável pela E3, maior feira de games do mundo que ocorre anualmente nos Estados Unidos.

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Com a alta taxação e os discursos cada vez mais explosivos, Donald Trump está conseguindo conquistar a antipatia dos gamers.

O setor de entretenimento eletrônico é responsável por boa parte da economia americana.

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Ele deveria rever o que fala por ai e não jogar pra torcida.

 

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