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Luciano Teles

Professor adjunto de História do Brasil e da Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e autor de artigos e livros sobre a história da imprensa operária e do movimento de trabalhadores no Amazonas.

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Ao Sérgio Moro com indignação

"Como pode alguém se esconder atrás da toga para agir politicamente, instrumentalizando o judiciário, corrompendo a justiça"

Sergio Moro (Foto: Ag. Brasil)
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Não há como não se indignar com o personagem que compõe o título deste artigo. Como pode alguém se esconder atrás da toga para agir politicamente, instrumentalizando o judiciário, corrompendo a justiça. Claro que ele não atuou sozinho, mas sim com o apoio de amplo setor do Ministério Público, da Polícia Federal, da mídia corporativa, do empresariado, da igreja neopentecostal e das Forças Armadas e policiais. Não é à toa que tais segmentos sociais são a base de sustentação do (des)governo Bolsonaro.

Não obstante, Sérgio Moro, pelo fato de ter sido o juiz daquela operação política chamada Lava Jato (já há provas e evidências significativas e suficientes para classificar tal operação como política), foi acomodado propositadamente no pedestal pela mídia corporativa, que tentou colocá-lo na condição de “herói nacional”, como um “combatente incansável” contra a corrupção. Quá, quá! O próprio Sérgio Moro já deixou sair de sua boca que a operação foi contra o PT. Quá, quá! Sem falar nas conversas, entre ele e os procuradores, que vieram a público pela Vaza Jato. Tais conversas apenas comprovaram que o próprio ex-juiz direcionava as atividades da operação. Ação ilegal, e por isto necessitaria ser responsabilizado.

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Ele contribuiu em demasia, junto com os que atuavam com ele, para o cenário político atual do país, de intolerância, de ódio, de negacionismos, assim como das cenas de morte, de desemprego, de fome, de desmatamento, etc. Não há como desvencilhá-lo de Bolsonaro. A própria Rosângela Moro havia dito que “Moro e Bolsonaro são um só”, imagine! A Lava Jato, sob a condução ilegal de Moro, pariu Bolsonaro e o momento atual em que estamos. Sérgio Moro, inclusive, foi ministro da justiça de Bolsonaro. E depois de ter saído do Ministério, foi trabalhar na Alvarez e Marsal (Consultoria). Olha que absurdo! Destruiu empresas, como a Odebrecht, e depois foi trabalhar justamente numa consultoria de recuperação judicial das empresas que ele ajudou a destruir! 

Agora vem Sérgio Moro se lançar a pré-candidato à Presidência da República. Uma figura que agora quer usar o sistema democrático que tanto atacou e colocou em cheque. Um personagem que criminalizou os partidos políticos, especialmente os de esquerda, e a própria política. Um indivíduo que desrespeitou e assaltou a Constituição de 1988. E, por fim, um ser que desconhece o Brasil e seus problemas mais cruciais de desigualdades sociais, regionais, étnicas e de classe. 

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As suas mais recentes entrevistas apenas atestam os seus comportamentos e as suas ações enquanto ex-juiz da Lava Jato. Um exemplo concreto: por onde ele tem circulado tem sido recebido com muitas vaias. E ainda teve a coragem de dizer que tais vaias tinham sido pagas, copiando aquelas “mentiras” criadas pelo MBL ao longo de 2014 a 2016 sobre a militância de centro-esquerda e esquerda (militantes que não eram militantes e que estavam nas ruas por terem recebido 50 reais). Nem criar coisas novas ele consegue!

Definitivamente, Sérgio Moro é pequeno. Deveria pagar pelos crimes que cometeu. Nem deveria cogitar em participar da política e do sistema democrático que ele tanto atacou.

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