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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Aposentados e segurados, verdadeiros 'estorvos'

A jornalista Denise Assis afirma em artigo que "numa ginástica mental cruel e demagógica, o editorial da Folha de São Paulo, de hoje, faz que defende o aumento do salário mínimo acima da inflação. Num contorcionismo digno de número circense, o jornal vai desfiando números e argumentos"; "Praticamente reivindicam que os benefícios do INSS parem de ser reajustados. São eles, esses "aposentados", e os segurados o grande problema do Brasil, hoje", completa

Aposentados e segurados, verdadeiros 'estorvos' (Foto: MONALISA LINS)
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Por Denise Assis, do Jornalistas pela Democracia - Numa ginástica mental cruel e demagógica, o editorial da Folha de São Paulo, de hoje, faz que defende o aumento do salário mínimo acima da inflação. Num contorcionismo digno de número circense, o jornal vai desfiando números e argumentos. Ao leitor desavisado, parece que se coloca ao lado do trabalhador. Logo se percebe - para espanto, pois o jornal cansa de ser barrado nas coletivas de Bolsonaro - uma bajulação embutida na ideia. O texto vai na linha de descrever o governo como um “coitado”, cheio de boas intenções, mas com sérias “dificuldades” para cumprir a tarefa de conceder salário com algum ganho:

As diretrizes propostas para o Orçamento de 2020 consideram um salário mínimo de R$ 1.040 mensais, o que implica a mera correção inflacionária —sem ganho real. Ainda que esta não deva ser tomada como uma decisão definitiva, o governo Jair Bolsonaro (PSL) tem reduzida margem de manobra para uma política de valorização.”

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Neste ponto, chegam onde pretendiam chegar desde o início. Praticamente reivindicam que os benefícios do INSS parem de ser reajustados. São eles, esses “aposentados”, e os segurados o grande problema do Brasil, hoje.

No Congresso, onde a articulação do Planalto se mostra frágil, lideranças partidárias já falam em assegurar um aumento de 1,1% acima do INPC, taxa correspondente à expansão da economia em 2017.

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Nessa hipótese, seria seguida a sistemática estabelecida em lei a partir de 2011, que entretanto perdeu a validade neste ano.

Ocorre que a continuidade dessa fórmula se torna cada vez mais proibitiva para os cofres públicos, na medida em que o salário mínimo serve de referência para aposentadorias e pensões, benefícios trabalhistas e assistenciais. Cerca de dois terços dos segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) recebem o piso.”

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Não fossem os aposentados e segurados do INSS, e tudo estaria resolvido. Ignoram que o cuidado com quem dedicou mais de 30 anos, sob sol e chuva a trabalhar pelo país, é previsto na Constituição. Não bastasse este fato, que tanto o mercado, quanto o governo e os tais editorialistas ignoram ou fingem ignorar, na maioria das cidades são os aposentados que sustentam famílias inteiras.

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Ou seja, tirem-lhes os ganhos e o consumo, que já anda paralítico, dado o índice monstruoso de desemprego e o arrastar de correntes da economia, e aí, sim, teremos um quadro de pobreza galopante, ou talvez nos aproximemos da realidade chilena, tão cara ao ministro Paulo Guedes, de suicídios crescentes entre os aposentados.

 

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