Argentina: um ano de Alberto Fernández
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O presidente da Argentina, Alberto Fernández, completa nesta quinta-feira (10) um ano no governo. Sua gestão foi marcada pela crise deixada pelos quatro anos de governo Mauricio Macri e os efeitos da pandemia do coronavirus.
A situação herdada piorou, o desemprego aumentou e a pobreza cresceu a 44 por cento, de acordo a Universidade Católica Argentina. Ao mesmo tempo, a Frente de Todos, coalizão governista, tem muitos problemas internos entre os setores que a compõem, com diferenças profundas nos planos econômico, social e das relações internacionais.
Entre os aspectos positivos podemos destacar as políticas no âmbito social. Neste o governo implementou medidas fortes para prevenir as consequências da pandemia, como a “Renda Federal de Emergência” (IFE, na sigla em espanhol) para a população mais pobre e a Assistência ao Trabalho e Produção (ATP) em apoio às empresas e trabalhadores formais para o pagamento dos salarios.
Outro elemento positivo foi a negociação com os credores privados da divida externa. O ministro da Economia, Martín Guzmán, conseguiu com estes credores um acordo para reestruturar 90% do total da dívida.
Desta forma, em um contexto de recessão, Fernández priorizou os setores mais vulneráveis: IFE para 9 milhões de pessoas; 328.000 empresas e 3 milhões de trabalhadores receberam o ATP; congelou as tarifas de serviços públicos, implementou o pagamento de indenização em caso de demissões; ampliou a Renda Universal por Filho; aprovou uma contribuição sobre as grandes fortunas; distribuiu créditos a taxas zeroe reformulou o cálculo para reajuste das aposentadorias.Estes são algumas das ações positivas neste 2020.
Por outro lado, em relação ao combate à pandemia do coronavírus, foram investidos mais de 2 bilhões de pesos desde o início do isolamento. 12 hospitais modulares foram construídos e o governo adquiriu respiradores e distribuiu entre todas as províncias.
Nas Relações Internacionais, Argentina adotou uma posição intermediáriaentre os Estados Unidos e a China e um estilo pragmáticocom prioridade no Mercosul. Para isso, Alberto teve que se aproximar de Bolsonaro com quem mantém um péssimo relacionamento.
Problemas
Entre os fatores negativos, o governo não conseguiu resolver o enorme problema da inflação, especialmente dos alimentos, que aumentaram em novembro 5,5 por cento em comparação com outubro.
O aumento de preços vem da época de Mauricio Macri. Seu governo terminou com uma inflação de 53,8 por cento em 2019, o valor mais alto desde 1991.
Outro problema da Frente de Todos é o interno. A amplitude da coalizão gerou divisões e contradições que prejudicaram a imagem e a autoridade do presidente.
Os adversários do governo não deram trégua desde o início. Fizeram panelaços contra a quarentena e manifestações contra todas as medidas que tentassem afetar os interesses corporativos.
Entre os desafios futuros do governo estão a negociação da divida de 44 bilhões de dólares com o Fundo Monetario Internacional; o debate pela a legalização do aborto e a necessidade de realizar uma campanha de vacinação em massa contra o coronavirus.
Atualmente, pode se observar uma recuperação em alguns setores chave, como a construção e industria, que atingiram os níveis anteriores à pandemia, registrando um aumento no emprego formal na iniciativa privada, alcançando 6,5 milhões de postos de trabalho recuperados.
A produção automotiva cresceu um 20,2% nos últimos 12 meses e a compra de cimento aumentou 28 por cento com relação ao ano anterior. Esses são sinais de uma recuperação consistente.
Desta maneira, o ano de 2021 pode ser melhor para a economia, o que permitiria também uma melhora dos indices sociais. Isso credenciaria o peronismo para ganhar as eleições legislativas de outubro, após a derrota de 2017. Entretanto, com uma oposição radicalizada e disposta a tudo, nãoserá tarefa fácil.
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