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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Armínio dá a mão à palmatória: Lula tinha razão

"Poucas vezes eu vi um entrevistado tão para baixo como Armínio Fraga ontem à noite", relata o jornalista Alex Solnik. "A surpresa da noite foi ele dizer que diminuir a desigualdade deveria ser a prioridade número um e que 'a desigualdade impede o crescimento'. Parecia Lula falando. A surpresa foi tal que Miriam Leitão disparou: 'O senhor é de esquerda'? ", acrescenta

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 Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia  -   Poucas vezes eu vi um entrevistado tão para baixo como Armínio Fraga ontem à noite. Seu desalento era tão palpável que contaminava o time de entrevistadores do programa Central Globo News e certamente os telespectadores. Embora se rotulasse como otimista.  

Poucas vezes eu vi um entrevistado falar muito menos que seus entrevistadores. Eles – Merval Pereira, Valdo Cruz, Miriam Leitão, João Borges, Natuza Nery e Heraldo Pereira - faziam longas e implacáveis exposições acerca da situação política e econômica e ele apenas confirmava.    

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 “Está pior do que antes”?   

 “Está”.      

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“Está vendo melhora no horizonte”?   

  “Não”.     

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Estava ali um ex-presidente do Banco Central e atual gestor de fundos milionários, de dentro e de fora do país. Um homem do mercado. Alguém que conhece os dois lados do balcão.  

 Seu quadro depressivo deve ter a ver com as cobranças dos clientes. Ele apostou em Bolsonaro; apostou as fortunas de seus clientes; e agora está vendo a fria em que meteu seus clientes e ajudou a meter o país. Me lembrou aquele quadro de Munck, O Grito. Desesperado. Mas seu desespero era um grito murcho, lacônico.    

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 Ninguém perguntou em quem Armínio votou em 2018, mas não deve ter sido em Fernando Haddad, a julgar por suas opiniões pretéritas acerca do PT.  

   Se os entrevistadores não tivessem uma pergunta engatilhada atrás da outra o silêncio tomaria conta: para cada pergunta de dois minutos ele respondia em dez segundos.  

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   “As declarações do presidente e de seus filhos prejudicam o ambiente de negócios”?   

  “Prejudicam”.    

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 “Quais? Sobre a Amazônia? Sobre a mulher dom Macron?   

  “Todas... aquela do dia sim, dia não...”     

Citou preocupação no exterior com a Amazônia, com a incapacidade de o país crescer e com a “qualidade da democracia” brasileira, que também o preocupa. “Não há que vá ter um golpe” arriscou.     

A surpresa da noite foi ele dizer que diminuir a desigualdade deveria ser a prioridade número um e que “a desigualdade impede o crescimento”. Parecia Lula falando. A surpresa foi tal que Miriam Leitão disparou: “O senhor é de esquerda”?     

Ele admitiu ter adotado a tese depois de ler relatórios recentes com números do Brasil comparados aos de outros países e constatar que o nosso país é campeão na modalidade:       

 “Sem diminuir a desigualdade não há como crescer. E a desigualdade sequer está na pauta do governo”.     

Depois de duas horas de clima de velório o apresentador Heraldo Pereira encerrou com uma brincadeira para desanuviar o ambiente: 

  “E o senhor disse no começo que era um otimista”...    

 “Imagina se eu não fosse” respondeu Armínio.

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