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Cynara Menezes

Baiana de Ipiaú, formou-se em jornalismo pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e já percorreu as redações de vários veículos de imprensa, como Jornal da Bahia, Jornal de Brasília, Folha de S.Paulo, Estadão, revistas IstoÉ/Senhor, Veja, Vip, Carta Capital e Caros Amigos. Editora do site Socialista Morena. Autora dos livros Zen Socialismo, O Que É Ser Arquiteto e O Que É Ser Geógrafo

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Artista, em 2020 faça como Emicida: apoie uma ONG que você respeita

"O primeiro ano da extrema direita no poder foi um ano de intenso ataque às ONGs (Organizações Não-Governamentais). É inegável a importância das ONGs nestes mais de 70 anos. Curioso que os que criticam a atuação do terceiro setor sejam os mesmos que vivem falando em “Estado mínimo”… Governantes autoritários como Bolsonaro naturalmente tendem a não gostar e a perseguir organizações independentes que apontem seus erros", diz a colunista Cynara Menezes, do Jornalistas pela Democracia

Emicida e trecho do clipe "Silêncio" (Foto: Brasil 247 | Reprodução)
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Por Cynara Menezes, no Socialista Morena e para o Jornalistas pela Democracia

O primeiro ano da extrema direita no poder foi um ano de intenso ataque às ONGs (Organizações Não-Governamentais). Jair Bolsonaro atribuiu a elas a responsabilidade sobre tudo, das queimadas na Amazônia às manchas de petróleo nas praias do Nordeste, cujas reais causas e responsáveis seu inepto governo não soube identificar até agora.

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A história das ONGs se confunde com a história da ONU. O termo “organização não-governamental” surge em 1945, mesmo ano em que as Nações Unidas são criadas. Não é à toa que quem ataca as ONGs também ataca a ONU. As ONGs surgiram como uma forma de a sociedade se organizar para cobrar e realizar ações onde o Estado tem se mostrado ineficiente ou omisso, como nas questões ambientais e indígenas.

É inegável a importância das ONGs nestes mais de 70 anos. Curioso que os que criticam a atuação do terceiro setor sejam os mesmos que vivem falando em “Estado mínimo”… Governantes autoritários como Bolsonaro naturalmente tendem a não gostar e a perseguir organizações independentes que apontem seus erros, como a ONU, as ONGs ou a imprensa.

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Portanto, é mais fundamental do que nunca que personalidades e artistas apoiem as ONGs que respeitam. Em outubro, vi com muita satisfação que o rapper Emicida e a plataforma de streaming Deezer vão doar todo o dinheiro arrecadado com Silêncio, clipe de lançamento de seu novo álbum, AmarElo, ao ISA (Instituto Socioambiental). Criado há 25 anos, o ISA é uma das mais respeitadas ONGs em defesa dos povos indígenas.

O músico anunciou a doação no twitter. O clipe Silêncio já tem mais de 1 milhão de visualizações.

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“‘Silêncio’ tinha como principal objetivo introduzir ao universo do que viria em seguida, as próximas músicas de AmarElo. Isso porque, quando a gente fica em silêncio, você começa a escutar outras coisas e, depois, se conecta”, explicou Fióti, irmão e parceiro de Emicida, ao Socialista Morena. “E essa era a porta de entrada pro AmarElo, que é um projeto que joga luz naquelas coisas que são vistas como ‘as pequenas coisas’ e que propõe uma conexão.”

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“Quando surgiu a ideia de parceria com alguma ONG, o ISA pareceu fazer muito sentido, como se fosse um paralelo ao que é proposto em AmarElo. Era a vez de jogar luz em uma organização que tem como foco ‘as pequenas coisas’, no caso a defesa dos direitos socioambientais, entre outras iniciativas muitas sérias tocadas por eles”, disse Fióti.

Adriana Ramos, do ISA, contou ao site que o instituto recebeu a notícia da doação de Emicida com surpresa. “Recebemos com muita satisfação, não só pela possibilidade do apoio, mas principalmente pelo reconhecimento do nosso trabalho. Para além da importância da doação em si, a visibilidade que um artista como Emicida pode trazer para o trabalho realizado pelo ISA tem um valor inestimável. Também é muito importante como um estímulo à sociedade e a outros artistas para que apoiem o trabalho das organizações da sociedade civil.”

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Segundo Adriana, o instituto não tem nos recursos públicos sua principal fonte de financiamento, por isso as atitudes hostis de Bolsonaro ainda não tiveram impacto financeiro no trabalho que realiza. “O ISA sempre teve apoio de uma variedade muito grande de financiadores”, diz Adriana. “Mas obviamente o bloqueio de recursos como os do fundo Amazônia prejudica o desenvolvimento de projetos, principalmente dos nossos parceiros locais.”

A maior preocupação em 2020, diz, é com a segurança das comunidades indígenas e quilombolas, já que as manifestações do presidente e seus ministros fomentam a violência e abrem caminho para a impunidade.

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“Desde a campanha eleitoral Bolsonaro deixou claro que pretende acabar com todo tipo de militância, portanto não nos surpreende que haja essa tentativa recorrente de desqualificação do trabalho das organizações da sociedade civil. O que temos visto é uma legitimação da ação daqueles que ilegalmente tem invadido os territórios Indígenas para explorar indevidamente recursos naturais. O assassinato de quatro indígenas Guajajaras são o exemplo mais recente.”

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