As catástrofes sociais no Brasil

Nos últimos dias, grandes catástrofes naturais atingiram diversos países. No México, um grande terremoto, e nos EUA e Caribe um imenso furacão denominado Irma. Esses fenômenos naturais não têm a intervenção humana; independem de nosso arbítrio ou ação e são eventos que normalmente provocam calamidades e devassidão.

Entre tempestades, terremotos, maremotos, furacões, ciclones, tufões, erupções vulcânicas, inundações e seca, muito dos quais o Brasil está livre. Entretanto, nossa classe dominante é especialista em criar catástrofes.

Contemporaneamente, vivenciamos uma de nossas mais deletérias catástrofes que é o governo ilegítimo de Michel Temer; o que tem de mais devastador do ponto de vista ético e social para o Brasil.

Marca flagelante do governo é sua aptidão incontrolável pela corrupção. Os homens que cercam o presidente estão quase todos envolvidos nos mais ruidosos esquemas de propina de nossa república. Malas são espalhadas, encontros delinquentes são corriqueiros, conversas impudicas são freqüentes, ações torpes são habituais.

Na questão social é arrasador o governo Temer. Sua servidão aos grupos rentistas e aos interesses internacionais tem provocado um dos mais perversos retrocessos de nossa história.

As reformas antipovo, como a trabalhista, por exemplo, é um verdadeiro atentado contra a classe trabalhadora, onde direitos consagrados são suprimidos com o apoio de um congresso nacional igualmente imoral, desprovido de sustentação popular e refém da promiscuidade.

Devastadora e desumana igualmente é a reforma da previdência que condena de forma criminosa a população. As regras impostas nesta reforma têm o DNA da crueldade e do cinismo. Aposentar no Brasil, segundo a concepção do governo Temer, é um privilégio para poucos, inclusive ele próprio que já é aposentado.

Dentre as mazelas de terra arrasada verificamos a volta do Brasil no mapa da fome, o desemprego acima dos dois dígitos, o aumento abusivo na gasolina, e o sufocamento dos programas sociais.

Este governo é um dos maiores desastres da história do Brasil germinado no que há de mais atrasado e retrógrado de nossas elites.

Prodigamente, criamos nossas próprias catástrofes.