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Paulo Moreira Leite

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Ataque de Bolsonaro lembra 1977 - com sinal invertido

"Investida bolsonarista enfrenta resistência das parcelas majoritárias do país, mas não pode ser vista como inofensiva, nem pouco preocupante", escreve Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia

Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Reprodução)
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Por Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia

Analogias históricas são um exercício complicado, que envolvem personagens e conjunturas diferentes. Mesmo assim, a noção de que o confronto entre Bolsonaro e o ministro da Defesa Fernando Azevedo tem inspirado uma comparação  com a demissão do ministro do Exército Sylvio Frota, colocado para fora do governo por Ernesto Geisel em 1977. 

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A comparação faz sentido -- com sinais invertidos.

A demissão de Sylvio Frota foi uma medida decisiva de Geisel para encaminhar um projeto que pretendia fazer a transição de um regime de exceção, a ditadura de 64, em direção a institucionalização, através de uma "distensão lenta, gradual e segura". 

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Em 2021, a queda de Fernando Azevedo, acompanhada da demissão dos três comandantes militares, é um movimento de Bolsonaro pelo retrocesso, que busca o enfraquecimento de garantias democráticas e o avanço de medidas de exceção. 

A queda de Frota foi um passo coerente com a evolução da conjuntura, na metade da década de 1970,  e deu início a um declínio de décadas na influência das forças de extrema-direita no país.

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Naquela década as ruas se mobilizavam em protestos contra a ditadura, como no culto ecumênico para denunciara morte do jornalista Vladimir Herzog, além de manifestações contra a carestia. O movimento estudantil se animava e os sindicatos de trabalhadores ganhavam novo fôlego e no ano seguinte o país assistiu ao retorno das grandes greves de trabalhadores -- e assim até a campanha por diretas, a Constituinte.  

Em 2021, a investida de Bolsonaro para acumular novas fatias de poder é uma tentativa de confrontar as parcelas majoritárias da sociedade brasileira, que tem produzido manifestações cada vez mais claras de cansaço e repúdio a seu governo, inclusive no empresariado e no judiciário. 

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Fruto de uma conjuntura muito específica, do  Brasil de 2018, quando se vivia uma situação política que não existe mais, os movimentos do governo Bolsonaro estão condenados a provocar reações cada vez mais vigorosas de oposição e mesmo resistência. 

Isso não quer dizer, contudo, que sejam inofensivos, em particular numa conjuntura onde a pandemia funciona como um estímulo poderoso a manter as pessoas dentro de casa. 

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