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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Aziz, novo líder civil fortalece CPI e vira potencial candidato ao Planalto em 2022

Aziz fortaleceu o poder civil, enquanto o poder militar se enfraquece do ponto de vista institucional e moral; caem por terra a popularidade que desfrutavam diante da opinião pública que, agora, condena o governo bolsonarista, como demonstra pesquisa Datafolha

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As Forças Armadas se estreparam ao tentar calar o Congresso para proteger Bolsonaro, cuja rejeição popular atinge 51%, segundo Datafolha; o presidente da CPI, senador Omar Aziz(PSD-AM), reagiu, energicamente, à pressão dos quartéis sobre poder civil; tentaram calar o Congresso e fragilizar sua função constitucional por investigar fantástico esquema de corrupção que está por trás das 530 mil mortes devido à gestão governamental catastrófica na condução da política sanitária na pandemia do novo coronavírus.

Ameaça à Democracia

O Congresso, sob liderança de direito do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), mas, de fato, do  presidente da CPI, deixou exposto o presidente da República, envolvido em corrupção, apoiado pelos militares, como demonstram investigações da CPI, comandada por Aziz; o ex-governador e senador amazonense expôs o jogo, meramente, comercial conduzido pelo presidente da República, na tarefa de cuidar da população, comprando vacinas, para salvar vidas; fugiu o titular do Planalto dessa sua responsabilidade ao acobertar disputas de grupos financeiros e criminosos, na compra de vacinas superfaturadas, enquanto o país assiste, assombrado, o genocídio de mais de 530 mil mortos; a prioridade de Bolsonaro não se voltou para a salvação de vidas, mas dos lucros disputados por grupos empresariais macomunados com líderes governistas e militares que apoiam o presidente, denunciado, mundialmente, como genocida.

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Negacionismo X negocismo

A CPI comandada por Aziz descobriu que por trás do negacionismo bolsonarista, avançava, propositalmente e calculadamente, compra e venda superfaturadas de vacinas, enquanto milhares de vidas continuam sendo sacrificadas por não terem sido vacinadas; a implosão corruptiva exposta nas negociatas com a vacina Covaxin, da Índia, envolveu dois grupos de interesses: um, comandado por militares, tendo à frente general Pazuello, indicado ministro da Saúde por Bolsonaro; sua função foi lotear cargos dirigentes para militares da ativa e da reserva; outro, capitaneado pelo deputado Ricardo Barros(PPS-PR), líder do governo na Câmara, um dos chefes do Centrão.

Disputa de poder

Os dois grupos acabariam se chocando e fazendo implodir o barco bolsonarista em pleno mar revolto da corrupção; servidor público da Saúde, Luís Miranda, e seu irmão, deputado Luís Ricardo Miranda(DEM-DF) foram ao presidente Bolsonaro denunciar negociata; presidente sentou em cima da denúncia, cometendo crime de prevaricação; além disso, admitiu que quem estava por trás da bandalheira era seu líder de governo, deputado Ricardo Barros; a CPI deixou tudo à mostra, abalando a República; desde então, é só podridão; o governo politizara a discussão e cometeu abusos e crimes na condução da política sanitária, por não executar política de comunicação adequada à população, como denunciou servidora Francieli Fantinato; decepcionada, ela se exonerou do cargo de Programadora Nacional de Imunização.

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Foco da bandalheira

Militares e políticos bolsonaristas, então, viraram foco central das investigações da CPI; nesse imbróglio, descobriu-se que outro servidor, Roberto Dias, ligado ao deputado Ricardo de Barros, estaria cobrando 1 dólar de propina por cada vacina comprada de empresa de fachada, laranja de grupo americano, que já havia dado cano em negociações anteriores com ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do DF; sem dúvida, negociações cabeludas e sinistras vieram à tona na CPI que levou Aziz a radicalizar; mandou prender Roberto Dias, enquanto detonou a parte podre dos militares, segundo seu julgamento.

Parte podre das Forças Armadas

É nesse cenário sombrio, que mistura as duas bases de sustentação governamental – uma militar, outra política, ambas suspeitas de corrupção –, que pintou a decisão radical do senador Omar Aziz; em comentário desassombrado, apontou para a que denominou parte podre das forças armadas que estariam envergonhando a parte sadia dela, colocando o governo Bolsonaro num mar de lama; o ministro da Defesa, general Braga Netto, reuniu os três chefes das forças – Exército, Marinha e Aeronáutica – para dar xeque-mate na CPI, chamando Aziz de irresponsável; o senador amazonense se agigantou; rechaçou as pressões militares e considerou frágil presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que não se colocou à altura da democracia para defender o parlamento contra tentativa do Ministro da Defesa de calar o legislativo; os militares ameaçaram a democracia em nome do interesse corporativo militar; agiram dessa forma para defender integrantes das forças, completamente, desmoralizados pela militarização política do governo Bolsonaro.

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Privilégio institucional sem limites

A politização das forças armadas elevou-se sobremaneira o padrão de vida da corporação militar no âmbito de reforma administrativa, enquanto os civis se saíram prejudicados e ameaçados por um novo perfil de poder bolsonarista na linha bonapartista; Aziz falou mais alto e os militares, que tentaram enquadrá-lo, sem terem razão, tiveram que enfiar a viola no saco para não expor o absurdo das suas pretensões em tutelar a República para favorecer corrupção bolsonarista; Aziz fortaleceu o poder civil, enquanto o poder militar se enfraquece do ponto de vista institucional e moral; caem por terra a popularidade que desfrutavam diante da opinião pública que, agora, condena o governo bolsonarista, como demonstra pesquisa Datafolha; nova correlação de forças políticas emerge das investigações da CPI no âmbito da qual ganha dimensão de grande liderança civil o ex-governador e senador Omar Aziz; ela abre para ele avenida política que o credencia candidato à presidência em 2022.

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