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Rachel Weber

Diretora de Políticas Sociais da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae)

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Bancárias da Caixa: essenciais ao banco e ao Brasil

Marias, Anas, Cristinas... que se dedicaram em incontáveis expedientes alongados para não deixarem desassistidos os brasileiros que mais precisaram do banco

Fila para entrada em agência da Caixa (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Marias, Fernandas, Mirians, Ritas, Teresas, Helenas, Danielas..., e todas as mulheres que constroem a história de 161 anos da Caixa Econômica Federal, este 8 de Março é mais uma oportunidade para lembrarmos a força de todas vocês! Para estas trabalhadoras, o nosso reconhecimento. Em nome delas, nossa homenagem pelo esforço de vencerem preconceitos, enfrentarem inúmeros desafios em um mundo ainda hostil ao feminino e seguirem em frente na defesa do banco público e por um Brasil melhor.

Passados 47 anos desde que a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu esta data como o Dia Internacional da Mulher, as brasileiras ainda convivem com duras e desequilibradas realidades. Exemplo disso é que, em 161 anos de existência, a Caixa teve apenas duas mulheres na presidência da estatal.

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Diferentemente do que o atual gestor da empresa disse no último mês de fevereiro — que mulheres não alcançavam cargos altos no banco por “não haver meritocracia” na instituição, no passado — a história se encarrega da verdade. A bancária Maria Fernanda Coelho presidiu a Caixa por cinco anos: de 2006 a 2011. E Miriam Belchior ficou à frente da estatal em 2015 e 2016.

Também empregada do banco, Rita Serrano é outro exemplo de crescimento por mérito. Com 32 anos de muito trabalho e dedicação à Caixa, ela acaba de ser eleita para o terceiro mandato no Conselho de Administração (CA) da empresa. Em uma disputa com 30 candidatos, Rita chegou à frente com 90,78% dos votos ao CA, colegiado composto por oito membros e apenas um representante dos trabalhadores — o que torna a vitória na eleição uma conquista de extrema importância.

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Mas, lamentavelmente, as trajetórias profissionais de Maria Fernanda, Miriam e Rita são exceção, em pleno ano de 2022! As brasileiras ainda estão, em diferentes áreas e aspectos, do lado mais baixo da balança.

A segunda edição das Estatísticas de Gênero-Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil/2020 do IBGE — que analisa as condições de vida das brasileiras a partir de um conjunto de indicadores proposto pela ONU — mostrou que, apesar de mais instruídas, as mulheres ocupavam, em 2019, 37,4% dos cargos gerenciais e recebiam 77% do rendimento dos homens.

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Tal realidade se choca frontalmente com a CLT e a própria Constituição. Pelo menos quatro artigos da Consolidação das Leis do Trabalho de 1943 determinam que os salários devem ser iguais, "sem distinção de sexo". O artigo 7º da Constituição de 1988 também é claro: proíbe a "diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil".

Ainda segundo as Estatísticas de Gênero do IBGE, as mulheres eram, em 2020, somente 14,8% do total de parlamentares eleitos à Câmara dos Deputados — a menor proporção da América do Sul. Entre vereadoras/vereadores eleitos, apenas 16% eram mulheres.

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Em 2019, só 7,5% dos municípios tinham delegacias especializadas para atender mulheres. Naquele mesmo ano, a taxa de participação das mulheres na força de trabalho foi de 54,5%. Entre os homens, este índice chegou a 73,7% — uma diferença de quase 20 pontos percentuais. 

A representatividade por gênero também é desigual na Caixa. De acordo com o Relatório Integrado/2020 do banco, as mulheres correspondem a 44% [menos da metade!] do quadro de pessoal ativo do banco. Destas, 81% têm até 50 anos de idade, indicando que cerca de 29,5 mil empregadas são mães ou se encontram potencialmente em idade fértil.

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Lembremos que, nas fases mais agudas da pandemia da covid-19, as bancárias da Caixa provaram ser essenciais ao banco e ao país. Mesmo expondo suas famílias aos riscos de contágio da doença, elas permaneceram na linha de frente do atendimento nas agências — inclusive em dezenas de sábados — para que o pagamento do auxílio emergencial e de outros benefícios sociais fosse garantido a mais da metade da população. Marias, Anas, Cristinas, Julianas, Marcelas... que se dedicaram em incontáveis expedientes alongados para não deixarem desassistidos os brasileiros que mais precisaram do banco público.

A estas guerreiras, nossa admiração e o nosso muito obrigada! Todos os dias são dias de luta para mulheres, bancárias, brasileiras!

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