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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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BC neoliberal mantém juro alto para favorecer oposição contra Lula na eleição municipal

O golpe eleitoral nas eleições municipais contra Lula está armado pelo braço bolsonarista que ainda persiste no governo: o Banco Central

Banco Central, Roberto Campos Neto e Lula (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil | Geraldo Magela/Agência Senado | REUTERS/Ricardo Moraes)
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O golpe eleitoral nas eleições municipais contra Lula está armado pelo braço bolsonarista que ainda persiste no governo: o Banco Central.

Ao anunciar que a partir de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzirá mais moderadamente a taxa de juro básica, Selic, o BC Independente (BCI) indica que as atividades econômicas entrarão em processo de resfriamento.

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É o sinal claro de que reduzirão os investimentos ou atrasarão os que estariam programados para acontecer no segundo semestre.

Nada mais agradável aos interesses dos oposicionistas que disputarão as eleições municipais nos 5.500 municípios brasileiros, atuando como termômetro decisivo para sinalizar rumos da eleição presidencial de 2026.

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Lula, com a decisão do BC, passa ter certeza de que não acontecerão o que o governo planeja, ou seja, acelerar o PAC lulista, na escala mais acelerada em que o presidente vem programado.

Quem vai encarar investimentos, se mantém em vigência os juros básicos mais altos do mundo, que, somente, favorece os jogadores e especuladores da Faria Lima.

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Teoricamente, mas sem apresentar argumentos práticos, efetivos e esclarecedores, portanto, convincentes, o BC argumenta que a posição mais conservadora que prenuncia para o segundo semestre decorre das previsíveis pressões inflacionárias que antevê.

JURO ALTO = MAIS INFLAÇÃO - Evidentemente, a maior pressão inflacionária quem provocará será o próprio BC ao sustentar desde já que os juros ficarão mais altos relativamente no segundo semestre do que no primeiro porque os custos financeiros serão transferidos aos preços em toda a cadeia produtiva como precaução contra o que considera perigo de inflação sair do controle.

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Sem expectativa de crescimento do PIB por conta do juro mais alto que barra investimento, os empresários, naturalmente, diante da redução previsível do consumo, tenderão a reduzir produção, para não acumular estoques, e, consequentemente, elevar os preços para manter constante sua taxa de lucro.

Cai economia mas os preços, mantendo inflação sob pressão.

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O presidente do BC, que deixará o posto no final do ano, prepara sua saída em meio a maiores restrições monetárias cujas consequências são desacelerar ainda mais a economia forçando redução dos salários, do consumo, da arrecadação e dos investimentos.

Abrem-se, infelizmente, maiores possibilidades sombrias de o governo, com redução dos ingressos tributários produzidos pelos juros altos, ser forçado a contingenciar despesas orçamentárias, especialmente, gastos sociais que representam renda disponível para o consumo.

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Terá de agir nesse sentido para cumprir orçamento, conforme arcabouço fiscal neoliberal que negociou com o o Congresso, dominado pela direita e ultradireita, que disputarão eleição municipal com as forças governistas.

Claramente, a decisão do BC Independente, de viés ultraneoliberal, joga para baixo o crescimento do PIB para o patamar que especula o mercado financeiro, na casa dos 1,5% a 1,8%, neste ano.

Faz o jogo da oposição.

Ficará mais difícil ao presidente Lula dar curso à tendência das forças produtivas de repetir o que aconteceu, no ano passado, em que o mercado jogou, artificialmente, para baixo o crescimento do PIB, embora tenha o mesmo quase alcançado 3%, sem ter, porém, a sustentabilidade dos investimentos que não alcançaram 2% de aumento em relação ao PIB.

Crescimento da produção desacompanhada de investimento, em decorrência dos juros escorchantes mantidos pelo BC, força o cenário inflacionário de maior demanda sem oferta correspondente.

Teria sido essa a armadilha que o BC Independente armou para Lula em 2024, com decisão, a partir de agora, de não reduzir mais os juros, a partir de junho, comprometendo o crescimento econômico no segundo semestre?

BC CRIA INCERTEZAS - O BC cria maiores incertezas, argumentando que age preventivamente contra perigo de aumento da inflação, sem, no entanto, jogar na mesa os argumentos capazes de sustentar, racionalmente, a sua projeção, meramente, especulativa.

O resultado prático da ação super conservadora do BC, que, somente, favorece os especuladores da Faria Lima, é, desse modo, manter a economia em banho maria, inviabilizando projeções positivas dos agentes econômicos, que apostavam, em 2024, na continuidade positiva em relação a 2023.

A direita e a ultradireita que apoia a financeirização econômica especulativa só tem a agradecer a gestão ultraconservadora do Banco Central Independente que eleva as expectativas de lucros dos jogadores nos títulos do governo, enquanto os juros mais altos, no segundo semestre, atrapalham as projeções econômicas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de dispor de aumento da arrecadação, para evitar contingenciamentos orçamentários ortodoxos, que resultaria em queda inevitável dos investimentos.

Lula/Haddad estão mais prisioneiros do que nunca nos juros especulativos sustentados por Campos Neto, no BC Independente ultraortodoxo.

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