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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Bolsonaro abre espaço para Lula dialogar com militares

Jornalista César Fonseca diz que a crise das Forças Armadas provocada por Jair Bolsonaro pode ser oportunidade para o ex-presidente Lula abrir diálogo os militares

(Foto: Stuckert | ABr)
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Lula pode ocupar o vácuo

O desastre político e militar que o presidente Bolsonaro produziu às véspera de mais um aniversário do golpe militar de 64, desestabilizando a cúpula das Forças Armadas, pode ser oportunidade para o ex-presidente Lula abrir diálogo os militares; Bolsonaro criou vácuo político com a classe com a qual pensava contar para chegar ao segundo mandato em 2022; em política não existe vácuo; ficou espaço para Lula atuar diante do desrespeito do presidente junto aos chefes das Forças Armadas; o titular do Planalto quebrou a cara ao tentar politizar os quarteis; o ministro da Defesa. general Fernando Azevedo e Silva, abraçou-se à Constituição para defender a missão constitucional das três forças, equidistantes das correntes políticas; não atendeu a demanda presidencial de demitir o comandante do Exército que não atuou contra Lula como fez seu antecessor, general Villas Boas.

2018 não é 2022

Lula não pôde disputar em 2018 porque Villas Boas blefou e levou; forçou ameaça de golpe diante do STF, para negar ao candidato do PT habeas corpus para disputar o poder; a conjuntura mudou em 2021 e o comandante Pujol, agora, se nega repetir novo blefe, para favorecer Bolsonaro ao segundo mandato; o general Fernando Azevedo e Silva postou-se firme e se negou ao desejo de Bolsonaro de punir Pujol; falhou o antogolpe bolsonarista em 2021, para impedir Lula em 2022. Sabe-se, agora, que Bolsonaro criou armadilha para o próprio Congresso, em busca do seu delírio político bonapartista; convocou um dos seus líderes, deputado Major Vitor Hugo(PSL-GO) para apresentar ao plenário PL 1704/2022, monstrengo parlamentar para tentar aprovar GOLPE LEGAL em “tempo de guerra”; de acordo com esse projeto, o presidente ganharia capacidade de intervir nos 3 poderes e, igualmente, enquadrar governadores, prefeitos, juízes etc desobedientes às suas ordens negacionistas na pandemia e outras providências mais etc

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Armadilha contra Congresso

O Congresso aprovaria essa aberração parlamentar, para ser execrado pela opinião pública por ser o primeiro parlamento do mundo a produzir GOLPE LEGAL? Cômico se não fosse trágico; o STF, defensor da Constituição, aprovaria ou não o GOLPE LEGAL bolsonarista? O presidente conversou com o presidente da Câmara, deputado Arthr Lira(PP-AL) e com o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco(DEM-MG), sobre viabilidade dessa iniciativa parlamentar suicida para a Casa das leis? Por acaso, também, Bolsonaro combinou antes com os militares? Não. Apostou alto e se esborrachou; ou seja, a barra de Bolsonaro sujou junto aos que mais o apoiaram até agora; o presidente se enganou ao pensar que ao atender as demandas históricas dos militares por maior participação no orçamento em termos monetários e assistenciais, garantindo-lhes aposentadorias mais vantajosas do que as garantidas à sociedade civil, teria o apoio deles para as suas aventuras  políticas totalitárias. As manobras do presidente, nessa semana, que poderia ressuscitar um neo-64 bolsonarista, demonstraram que a história, como disse Marx, ocorre, por assim dizer, duas vezes; uma como tragédia, outra como farsa; o golpe bolsonarista encenou uma caricatura fake.

Lula na tragédia fake

Já Lula, diante dessa tragicomedia bolsonarista fake, coloca-se como aquele que realmente atendeu as demandas históricas das Forças Armadas, modernizando-as durante seus dois mandatos; em 2005, aprovou, no Congresso, o Plano Nacional de Defesa(PND), e, em 2007, Estratégia de Defesa Nacional(EDN); Exército, com modernização terrestre logística; Marinha, com renovação de sua frota e o submarino atômico; e a Aeronáutica, com modernização das forças aéreas, ganhou outro status político. Ao  acompanharem a irresponsabilidade governamental bolsonarista, como é o caso da pandemia, os militares são obrigados a um inevitável e rigoroso julgamento histórico entre o governo Lula, que os valorizou, e o governo Bolsonaro, que os desmoraliza.

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