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Pedro Cláudio Cunca Bocayuva

Professor do PPDH do NEPP-DH/UFRJ

31 artigos

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Bolsonaro continua insistindo na performance da desmedida

Na versão agressiva da destruição da política temos a dimensão personalista, temos em Bolsonaro uma das faces mais mórbidas que caracterizam uma era de incertezas, de colapso e de catástrofe

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O desgoverno atual, apesar da derrota eleitoral de Trump continua sua dinâmica suicida. O discurso negacionista se revela perversamente ridículo, posto que mantém sua ação catastrófica. Bolsonaro e sua equipe agem como instrumento da necropolítica, cuja face de banalização da crueldade continua sendo apresentada no palco do espetáculo sem velamento por sua pulsão de crueldade com a desmedida destrutiva. 

O quadro nacional é da dominação via violência material e simbólica como performance, que é justificada por uma farsa de guerra moral já desmoralizada pela trajetória de Moro e da República de Curitiba. O que reflete a mediocridade e a falta de horizonte de futuro para novas cruzadas paranoicas. A desmedida verbal e a ação destrutiva do desgoverno golpista que são os sintomas mais evidentes da cultura da violência que marca a crise da globalização. A crise do projeto neoliberal acentua uma guerra civil difusa por toda parte, com  seus muros, com seus bombardeios, com seus bloqueios e com seus campos de internamento de populações descartáveis, expulsas e em fuga. A face destrutiva do capitalismo tardio se sustenta no retorno da guerra, no impacto dos modos de produção e consumo sobre a biosfera, na degradação do valor da vida humana e das instituições de integração social.

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A crise ou mal-estar na cultura se expressa como modernidade ou pós-modernidade líquida. O Brasil tem sido palco desta saída mórbida que tem se prolongado pelo que produziu de efeito ideológico, pelo que permite de abusos e manipulação de cargos e concentração de poder e riqueza para poucos.

Os discursos nazifascistas de purificação com o elogio da tortura e da guerra, assim como o gozo punitivo são fórmulas para buscar compensações desesperadas. A cena contemporânea tem sua marca fenomenológica na condição de precariedade a que se submetem as sociedades nacionais, principalmente aquelas marcadas pela dimensão prolongada das fórmulas estruturais e históricas  de servidão e racismo. 

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A ideologia que define o inimigo na figura d@s que exigem seus direitos vale para mobilizar as hordas sexistas, dos capatazes da nova barbárie, em nome das crenças obscuras da via única. Isto serve para sustentar a má-consciência na forma da razão cínica, que compensa seu furor. Dando um tempo para manipular seus fantasmas de medo dos outros, na linha de quem desistiu de apostar em qualquer tipo de racionalidade integrativa para a vida social. Na versão agressiva da destruição da política temos a dimensão personalista, temos em Bolsonaro uma das faces mais mórbidas que caracterizam uma era de incertezas, de colapso e de catástrofe. 

O Brasil vive um apagão real que ultrapassa a força das metáforas. As intensidades marcam as forças que se movem por conta do  quadro crescimento do abandono, da incompetência e da responsabilidade moral. Os danos crescentes já são irreparáveis. 

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 Vivemos um período de crise de hegemonia no plano nacional e no plano internacional. Por todo lado surgem discursos ligados pela ameaça permanente da guerra. Mesmo que por vezes a bravata da "pólvora" e o preconceito sobre os "maricas" só sirva de máscara para a fraqueza, para a vilania e a mentira que são recobertas pelo negacionismo  entendido como:  a doença infantil da fase terminal do capitalismo em rede sob gestão neoliberal dos territórios. 

A violência extrema e a crueldade que golpeiam as comunidades, vem corroendo as sociedades e destruindo as repúblicas reduzindo os Estados ao quadro de agências de liberalização do uso de armas. A situação é de produção forçada de um "estado de natureza". Tudo isto se completa com o intento de barrar a opção pela guerra contra a vacina. Os preconceitos e a ideologização de uma nova guerra fria acentuam uma lógica anticientífica. O que vai na direção de uma exposição ao contágio com a contaminação sem freios da população, na forma de um biopoder sobre o "rebanho".

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Vivemos sob o jugo do aumento degradante da lógica mercenária, dos sicários, dos milicianos e dos mafiosos. Vivemos sem justiça governados pela ineficiência de um governo militarizado. O neoliberalismo converte os estados em regimes policiais, as forças armadas em tropas de ocupação colonial. Estamos ocupados por forças que golpeiam os povos, mas que não serão capazes de deter por muito tempo as ondas de resistência das multidões da periferia. 

A revolução molecular ressurge como processo que radicaliza a democratização, que vem mostrando os sinais vigorosos das subjetividades coletivas corporificados  na resistência coletiva em rede e nos territórios, como na dura derrota eleitoral, significativa ainda que parcial de Trump. O que pode trazer alguma esperança para a humanidade. Quem sabe definindo uma agenda de solidariedade e cooperação entre os povos para salvar muitas das espécies ameaçadas no planeta? O que, certamente, inclui o que chamamos de humanidade.

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