CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Davis Sena Filho avatar

Davis Sena Filho

Davis Sena Filho é editor do blog Palavra Livre

670 artigos

blog

Bolsonaro é Jefferson e Bob é Bozo — Lula e Dirceu

"A verdade é a seguinte, cara pálida: chega de barbárie e infâmia", escreve Davis Sena Filho

Roberto Jefferson com Bolsonaro (Foto: Reprodução/Twitter)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Davis Sena Filho

No decorrer de três décadas Jair Bolsonaro e Roberto Jefferson foram e continuam a ser aliados dentro da Câmara, porque de partidos que sempre formaram o Centrão, sendo que o atual presidente da República, de predicados fascistas e ditatoriais, foi filiado ao PTB, partido que se tornou com o passar do tempo de extrema direita, à medida que seu ex-presidente nacional, o franco-atirador e criminoso Roberto Jefferson, levou a efeito uma escalada radical contra a democracia, o Estado Democrático de Direita e a Constituição.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Jefferson disparou mais de 50 tiros de fuzil e jogou duas granadas em policiais federais, que estavam a cumprir um mandado judicial expedido pelo ministro do STF e presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Dois policiais ficaram feridos, sendo que um delegado e uma agente. Por sua vez, a policial terá de realizar cirurgia nos quadris. Além disso, o bolsonarista tinha em sua posse dezenas de armas e mais de sete mil projéteis, porque ele se considera um CAC, além de evidentemente tentar favorecer eleitoralmente o presidente Jair Bolsonaro, há anos seu aliado político, que está atrás do ex-presidente Lula nas pesquisas eleitorais.

Roberto Jefferson, ex-deputado de inúmeros mandatos, tornou-se, no decorrer dos últimos seis anos, um dos porta-vozes do golpe de 2016 e apoiador fiel dos incontáveis crimes de responsabilidade do mandatário feroz que preside este País de forma vil e covarde, porque algoz de sua população. Jefferson passou a ser um dos principais reverberadores dos ataques infames e recorrentes de Bolsonaro aos juízes do STF e a todos aqueles que ousaram questionar suas diatribes plenas de violência e contendas sem limites.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A verdade é que o presidente considerado fascista e fanfarrão pela comunidade internacional se alimenta e se retroalimenta politicamente por meio de conflitos, crises, mentiras e desinformações, a gerar constantes ações midiáticas, que tem por finalidade manter viva a  movimentação dos bolsonaristas nas redes e nas ruas, em um comportamento violento, opressor, mentiroso, fanático, colérico e totalmente divorciado da realidade fática que o País está a enfrentar, a dar a impressão que o Brasil entrou no inferno e agora, a duras penas, tenta se soerguer em busca de civilização e desenvolvimento, empatia e respeito.

Contudo, trata-se essencialmente de fascismo, ou seja, de uma forma fascista de fazer e aplicar tal política altamente nefasta e sombria para governar, algo factível nos tempos  de hoje, que tem como intenção e princípio permanecer diuturnamente nas mídias tradicionais e nas redes sociais, a evitar o debate público junto à sociedade, além de desviar a atenção no que diz respeito aos péssimos números e índices sociais e econômicos, a deixar de joelhos 49 milhões de pessoas em situação de grave vulnerabilidade, sendo que a fome voltou a ocorrer de forma vergonhosa e humilhante no País, que retornou ao Mapa Mundial da Fome elaborado pela FAO da ONU.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O Brasil, em pleno Governo do PT, foi reconhecido pela FAO, em 2014, como um País que combateu e eliminou a fome entre sua população. Os números da fome começaram a aumentar a partir de golpe de estado de 2016 perpetrado pela alta burguesia, como também comprovam os índices que constam no CadÚnico da Assistência Social do Governo Federal. Além dos 49 milhões de pessoas que passam fome ou tem diariamente dificuldade para fazer as refeições necessárias, 23% da população não tem dinheiro o suficiente para tocar a vida com dignidade e, com efeito, necessitam se submeter ao auxílio do governo.

Porém, o que me trouxe de volta a esta coluna cedida pelo Brasil 24/7 à minha pessoa são as bombas e tiros de Roberto Jefferson, um delinquente contumaz perigosíssimo, que faz parte há muitos anos do front de combate político do presidente fascista e ultraliberal Jair Bolsonaro. É a chamada guerra suja da qual os grupos políticos bolsonaristas se beneficiam e fazem uso recorrente, porque como inexiste qualquer programa de Governo e projeto para o País por parte dos agentes públicos que estão a ocupar o poder central, resta-lhes apenas a contenda em forma de mentiras, perseguições, insultos, fake news e violência.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Essa realidade mórbida não seria inimaginável por qualquer cidadão brasileiro até o ano de 2012 quando a partir daí se deu início ao combate ainda mais feroz ao Partido dos Trabalhadores, à presidente Dilma Rousseff e, posteriormente, com mais intensidade ao Lula, porque tratado como parte desse processo dantesco efetivado pela burguesia e seus agentes representantes, teve seu destino decidido para que não voltasse como presidente em 2018: o cárcere. O fim dessa história rocambolesca tudo mundo já sabe como terminou: Lula poderá ser presidente no próximo domingo, dia 30 de outubro.

Bolsonaro e seus asseclas se valem constantemente de conflitos, que geram outros conflitos em um círculo vicioso que teve início, mas que não tem fim, mesmo se Lula vencer as eleições e recomeçar a edificar, novamente, os marcos civilizatórios perdidos com o golpe de estado do golpista e usurpador Michel Temer e a ascensão política de um político de extrema direita que hoje, desgraçadamente, ocupa a cadeira da Presidência da República. Desassossego é pouco para definir tanta desventura, aflição, indignação e tristeza. O Brasil como Nação chegou ao fundo do poço...

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A verdade é que o nome da crise institucional, social e econômica se chama Bolsonaro e enquanto esse diabólico sujeito estiver à frente da Presidência, o Brasil continuará a sucumbir moralmente e economicamente, a se desmoralizar e a ser tratado como um pária mundial, cujas autoridades dos principais países continuarão a isolar o Bolsonaro, um mandatário fracassado, incompetente e estupidamente perverso, que não é recebido por ninguém no exterior, assim como qualquer autoridade estrangeira evita literalmente visitar o País, pois não quer, obviamente, queimar seu filme ao lado de um ditadorzinho de pensamentos e comportamentos deletérios, mequetrefes e rastaqueras.

Preocupado com os rumos das eleições presidenciais, a ter o Lula como fortíssimo adversário, Bolsonaro, e falo sem ter dúvida, contou com os serviços sujos de Jefferson, um indivíduo que está há algum tempo a conspirar contra a democracia brasileira e a apoiar golpes, conforme comprovam suas inúmeras declarações nesses anos todos. Como o tiro saiu pela culatra e dessa vez não foi uma facada tão mal explicada, diga-se de passagem, Bolsonaro roeu a corda e chamou de “bandido” seu parceiro político de anos ao ponto de ser o Roberto Jefferson o responsável pelo primeiro emprego aos 18 anos de Eduardo Bolsonaro, o lamentável 03, premiado com um salário de quase R$ 10 mil, além de ser membro de uma famiglia acusada ser miliciana por seus adversários e inimigos.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Jefferson, que, evidentemente, jamais esteve sozinho nessa conspiração tirânica contra a lei e a ordem, resolveu criar um factóide político-eleitoral extremamente violento, a fazer de seu fanatismo, oportunismo e de sua obsessão doentia em se contrapor às deliberações da Justiça e, em particular, confrontar, de forma exasperada e criminosa, as determinações do ministro do STF e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, autoridade por quem Roberto Jefferson nutre um ódio incontido e desprovido de qualquer respeito e humanidade.

A verdade é que Jefferson é um homem socialmente e politicamente perigoso, golpista de primeira hora, que já tentou, em 2005, dar um golpe de estado em Lula, que teve de ir, corajosamente às ruas, principalmente em capitais do Nordeste, de forma a estancar a conjuração criminosa de partidos de direita associados às grandes televisões e jornais, à frente a Rede Globo, que tratou o “Mensalão”, um sistema de desvio de dinheiro organizado nos Correios, que alimentava os interesses de políticos e, principalmente, do PTB, que tinha forte ingerência na estatal desde os tempos de FHC.

Jefferson acusou, com um ódio virulento, o chefe da Casa Civil José Dirceu de saber desses fatos, sem que até hoje algo tenha sido provado contra José Dirceu nos tribunais. Ouviram Roberto Jefferson para prender o ex-chefe da Casa Civil, que seria um dos políticos do PT a ser candidato a presidente nas prévias do partido após a era Lula. Prenderam-no como encarceraram injustamente o Lula, a atuar o sistema midiático comercial e privado como acusador, julgador e carcereiro, sem que, como se comprova hoje, Dirceu ter incorrido em ilegalidades e malfeitos, o que não foi o suficiente para que o importante e histórico político da esquerda brasileira fosse cruelmente perseguido, achincalhado moralmente de todas as formas e maneiras, bem como tratado por anos como um pária social.

Até hoje Dirceu, que é um dos principais quadros da esquerda mais intelectualizado e programático, está injustamente isolado, como se tivessem mandado o combativo político para o exílio, sendo que ele mora neste País profundamente violento, preconceituoso, injusto e desigual. Dirceu foi congelado no tempo por seus inimigos, como se estivesse preso à era dos generais da ditadura militar, uma realidade profundamente perversa, porque a intenção sempre foi fazer com que ele não retorne à política partidária, a usufruir da democracia e do estado de direito, que para José Dirceu foi sumariamente negado.

A realidade é que Dirceu foi caçado ferozmente como presa pelo status quo escravocrata deste País, que em 2005 o cassou politicamente como cidadão, inclusive a ser perseguido pela imprensa golpista e hegemônica até quando tentou arrumar emprego em um hotel de Brasília, sendo que contam 17 longos anos que Dirceu sofre com o abandono, pois fora da luta política no que é relativo a ter o direito de disputar um mandato e a participar efetivamente das decisões do PT, ou seja, Dirceu não foi resgatado para voltar ao front político e exercer de forma plena sua cidadania. Deixaram Dirceu na pré-anistia e isso é muito injusto.

Zé Dirceu e Lula foram e são os dois políticos mais combatidos pelo establishment público e privado na história deste País em um tempo de redemocratização a partir da volta dos exilados ao Brasil em 1979, a igualarem-se ao estadista gaúcho Getúlio Dornelles Vargas, assim como vale ressaltar que o também gaúcho trabalhista Leonel Brizola comeu o pão que o diabo amassou e pagou com um exílio de 15 anos em terras estrangeiras, sendo que o exílio não voluntário de Brizola foi o mais longo da história infligido pelo Estado a um brasileiro.

Voltemos a Roberto Jefferson e seu aliado de sempre Jair Bolsonaro. O presidente tentou defendê-lo em uma situação em que a defesa por parte dele a um criminoso perigoso para a vida alheia é algo surreal em inquestionável desfaçatez, insensatez e sordidez, que deixa qualquer pessoa de queixo caído. Para Bolsonaro, Jefferson não era bandido, só o chamou pelo substantivo adjetivado quando percebeu os danos que o bolsonarista radical causou à sua campanha, além de ficar muito mal perante a comunidade policial, especialmente a da Polícia Federal, que ora está dividida sobre esse violento e tenebroso caso, a despeito dos dois policiais que poderiam estar mortos, o que não ocorreu para o bem deles, deste País e das eleições.

Porém, você não deposita água em uma peneira, não é camarada? Afinal todos nós sabemos quem é quem nesses fatídicos, inglórios e sacrificados anos, principalmente a partir da tomada do poder pelo traidor Temer e do mandato do protofascista Bolsonaro, que está com as barbas de molho à espera do domingo para saber se ele vai continuar a infernizar o Brasil e a sociedade civil organizada em inúmeros setores e segmentos. A verdade é a seguinte, cara pálida: chega de barbárie e infâmia.

Para quem não sabe, somos primatas, conforme afirmam os cientistas, biólogos e naturalistas mais renomados, muitos deles premiados pelas academias de ciência espalhadas pelo mundo. Acontece que Jair Bolsonaro é o exemplo fidedigno de como se comporta e vive um primata que está bem abaixo da escala de desenvolvimento humano. Basta para isso observar suas ações e compreender o que ele diz. Tome tenência, cara pálida! Pense... Bolsonaro é Jefferson e Bob é Bozo. É isso aí.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO