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Fernando Horta

Fernando Horta é historiador

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Bolsonaro é terrorista

"Bolsonaro nunca mudou sua forma de operar. Foi sempre um terrorista", escreve Fernando Horta

(Foto: Alan Santos/PR/Fotos Públicas)
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Por Fernando Horta 

É preciso chamar as coisas pelo nome. Passamos anos chamando fascistas de “coxinhas” e, de alguma forma, me parece que demos tempo demais para essa gente se organizar, naturalizando monstruosidades com tom de humor.

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De fato, precisamos abrir os olhos. Quaisquer ações que impliquem no uso da violência para atacar a sociedade civil (ou suas instituições) com objetivos políticos ou com a restrição de alguma das garantias estabelecidas em lei é sim terrorismo. A ação pode ser pensada para efetivamente causar dano (como bombas em garrafas pet, ou ataques com drones em comícios políticos) ou visando apenas incutir medo na população toda ou parte dela. Se, nos últimos dias, as ações em comícios e atos políticos e Lula SÃO SIM enquadradas como terrorismo, é preciso reconhecer que as ameaças contra as instituições, feitas pelo próprio Bolsonaro e seu filhos, também o são.

A forma de agir político de Bolsonaro não mudou ao longo do tempo. Sempre foi terrorista. Ele foi expulso do exército exatamente por esse motivo. O processo desta expulsão termina num grande “acordão” em segundo grau, garantindo que Bolsonaro não iria continuar no exército mas dando a ele os proventos da reserva. O gesto que fez nascer o líder fascista brasileiro é um acordão político, realizado nas instâncias superiores do judiciário militar para que um militar não aparecesse novamente ao povo brasileiro explodindo coisas. Bolsonaro foi para a reserva em 1988 e o atentado ao Rio-Centro (outro momento em que militares foram pegos planejando explosões terroristas no Brasil) ocorreu em 1981. O esforço para fazer parecer que que os militares envolvidos no atentado ao Rio-Centro eram “lobos solitários” poderia ir por água abaixo com um capitão-terrorista explodindo bombas nas vilas militares em troca de “aumento de salário”. Além disso, no início da redemocratização, não estava claro se os civis iriam manter o acordo velado de não investigar nem punir nenhum militar pelos crimes cometidos entre 1964-1988.

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Aqui, quero um pouco mais de atenção do leitor. Temos os três níveis possíveis de atos terroristas em exercício, hoje, no Brasil. Por um lado, o terrorismo de Estado, engendrado pelas autoridades que ameaçam instituições ou garantias individuais pétreas (como faz TODO DIA Bolsonaro), que sonegam informações públicas com o objetivo (ou resultado) de promover medo e mortes (como Bolsonaro fez durante a pandemia) ou que usam as ferramentas de violência do Estado não para proteger o corpo social, mas para ameaçá-lo. Terrorismo de Estado que Bolsonaro aprendeu exatamente com os militares no regime ditatorial iniciado em 1964.

Por outro lado, já temos no Brasil grupos organizados e perpetrando ações terroristas. Os assaltos espetaculosos a bancos que o Brasil viu nos últimos anos não são apenas assaltos. Na prática de amarrar reféns no capô de carros, de usar sirenes e luzes para amedrontar a população, fechar ruas e atirar a esmo para o alto está claramente estampada a vontade de gerar medo e incutir desespero na população. É terrorismo. Jair Bolsonaro armou, com suas políticas criminosas, toda uma quantidade de loucos e insanos que estão organizados em “clubes de tiro”, de clubes de colecionadores de armas, mas que são – de fato – grupos paramilitares organizados a serviço do fascismo de Bolsonaro esperando apenas “uma ordem do capitão”. São esses grupos que estão “testando a água”, fazendo explodir artefatos em comícios da esquerda. Estão treinando terroristas de baixo dos nossos narizes. Testando engenhocas e práticas para quando surgir a oportunidade serem mais efetivos e mortais. Essas organizações criminosas são parte da base de apoio do presidente fascista e já estão organizadas para serem a vanguarda dos ataques contra a democracia. São compostas por pessoas com efetivo treinamento militar e policial ou apenas idiotas úteis que se pensam serem o Rambo (e são incentivados a isso) para “dar a vida pelo Brasil”. A lógica doentia do ultranacionalismo ensinado pelos velhos quarteis é nada mais do que um adágio fascista há muito usado por Hitler e Mussolini.

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O ponto aqui é desvelar o terceiro nível do terrorismo numa sociedade: o nível dos “lobos solitários” dispostos a “fazer sacrifícios” pelo capitão. Jorge José Rocha Garanho, o policial federal que invadiu e assassinou o petista Marcelo Arruda provavelmente, em seus últimos minutos de vida (eis que também foi alvejado) realmente acreditou que estava morrendo “por uma causa nobre”. “Matar um comunista” é algo nobre para os apoiadores do fascista-presidente. Bolsonaro diz, prega e incentiva isso a todo momento em todas as suas falas. A doença social transmitida por Bolsonaro já chegou na cabeça dos mais insanos dos seus apoiadores que estão dispostos sim a invadir festas de aniversário, matar e morrer, pela ideologia fascista que Bolsonaro representa e professa. Assim como o louco do atirador Jorge Garanho, milhares de indivíduos perversos estão esperando a oportunidade para fazer atos semelhantes.

É impossível prever onde e quando isso vai voltar a acontecer no Brasil. O certo é que vai. E o responsável direto por tudo isso é Jair Bolsonaro. Bolsonaro nunca mudou sua forma de operar. Foi sempre um terrorista. Antes, a serviço dos militares. Passou a usar seu aprendizado para objetivos políticos pessoais e foi expulso pelo exército. A instituição, porém, preferiu se proteger, entregando um louco perverso à sociedade sem nenhum demérito.

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O resultado serão 90 dias de medo até as eleições. O presidente sonha com levantes de seus apoiadores atacando mesários e seções eleitorais para que ele possa tentar evitar a derrota em primeiro turno. Os sonhos de Bolsonaro deviam, há muito, estarem sendo construídos na Papuda. A prisão é o local que terroristas devem ficar, sendo ou não um ex-presidente.

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