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Mario Vitor Santos

Mario Vitor Santos é jornalista. É colunista do 247 e apresentador da TV 247. Foi ombudsman da Folha e do portal iG, secretário de Redação e diretor da Sucursal de Brasilia da Folha.

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“Bolsonaro” estará na urna em 2022

"Aconteça o que acontecer, mesmo na hipótese de ser impedido ou interditado, o presidente genocida estará de alguma forma na urna em outubro de 2022", escreve Mario Vitor Santos

Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação (PR))
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De olho nas eleições do ano que vem, os partidos da direita não-bolsonarista e seus meios de comunicação estão de tal maneira obcecados, em meio a mais de suas campanhas, agora de caça a Jair Bolsonaro, que omitem o fato inalienável: aconteça o que acontecer, mesmo na hipótese de ser impedido ou interditado, o presidente genocida estará de alguma forma na urna em outubro de 2022.

Em desespero com a magreza dos seus candidatos nas pesquisas, a mídia de direita (Grupos Globo, Folha-Uol, Estado, Veja, Piauí, Tv Cultura e os sites de finanças) libera todo o poder de fogo no cerco furibundo a Bolsonaro, aliado de outrora que no momento comete pecado imperdoável: revela-se incapaz de na urna derrotar Lula, o inimigo principal das “elites”.

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De acordo com a maioria das pesquisas, especialmente as presenciais, Bolsonaro vem decaindo nas intenções de voto dos eleitores, enquanto Lula, ao contrário, cresce e distancia-se na frente com tanta vantagem que se aproxima da vitória ainda no primeiro turno, com mais de 50% dos votos válidos.

Na verdade, se não fosse tão desastrado, Bolsonaro poderia fazer muitos dos absurdos que vinha realizando até agora em seu governo e prosseguiria sem uma oposição real proveniente do conglomerado da direita cheirosa com a mídia corporativa. Este leviatã toleraria tudo, como ocorreu até o início deste ano. 

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A situação mudou subitamente com a materialização nas pesquisas do fantasma da derrota para Lula, que foi ficando mais palpável a partir da Vaza Jato, da suspeição do ex-juiz Sergio Moro, o desmascaramento da Lava Jato como uma operação política e, pior de tudo para a direita, a consequente reabilitação eleitoral do líder petista e sua ascensão irresistível.

Como é sabido, a Lava Jato foi conduzida pela chamada República de Curitiba em conluio com o mesmo consórcio de veículos que agora tem pressa em cancelar o CPF eleitoral de Bolsonaro na esperança de redesenhar o panorama traçado pelas pesquisas. Destas depreende-se uma das poucas certezas do pleito de outubro de 2022: Lula vai estar no segundo turno.

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Há chance real de Lula vencer contra Bolsonaro, em razão também do fracasso criminoso do capitão no combate à pandemia de covid-19. Para evitar o que ela enxerga como mal maior, a direita e seus veículos pretendem descartar o pato manco pela via do impeachment. Acreditam que assim o caminho estará aberto afinal para tornar viável um candidato da chamada “terceira via”, seja Ciro, Mandetta, Doria, Eduardo Leite ou quem mais surgir.

Por ora, com Bolsonaro, nenhum desses candidatos consegue crescer. O cálculo, porém, tem muito de miragem sendo as esperanças, frequentemente infundadas,  ingredientes fundamentais de qualquer projeto político. 

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Ocorre que Bolsonaro, ainda que impedido, pode vir a merecer um impeachment que não lhe tire os direitos eleitorais, hipótese em que poderia permanecer na disputa com renovada força de perseguido. 

Mesmo que venha a ser barrado de disputar a eleição, é provável que não assista inerte ao esvaziamento do seu capital eleitoral. Talvez indique alguém para representá-lo, um outro “Bolsonaro”, na pessoa de um filho ou um aliado laranja da mesma tropa fascista que sirva para nuclear o apoio ao bolsonarismo no próximo pleito.

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Neste caso, seria para a direita cheirosa o mesmo que morrer na praia.

Bolsonaro impedido, mas presente na urna, é uma possibilidade recalcada por analistas e pesquisas de opinião, nenhuma dela até agora tendo se interessado em investigar o cenário em que figurasse também a possível opção de intenção de voto em “um candidato apoiado por Jair Bolsonaro”.

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Há, além de tudo, a hipótese Mourão. Conduzido à cadeira presidencial, o general será incentivado a tornar-se então candidato, oferecendo-se para herdar ou dividir o apoio fascista, o que além de execrável, tampouco facilitaria a vida da direita não-bolsonarista, denomine-se ela “centro”, “terceira via” ou o que quiser.

Não será fácil livrar o país do neofascismo que a direita veio parindo desde 2013, que ganhou corpo no golpe de 2016 e, afinal, impôs-se ao país em 2018 em decorrência da prisão de Lula. Uma outra certeza das próximas eleições é que Bolsonaro, de uma maneira ou de outra, vai assombrá-las.

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