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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Bolsonaro exaltou os atos de 7 de setembro para cutucar o Supremo

"Vem de Nova York a notícia de que não há um novo Bolsonaro depois da cartinha escrita por Michel Temer", conclui Moisés Mendes, do Jornalistas pela Democracia. Para ele, "o que a ONU expôs foi um Bolsonaro cada vez mais mentiroso e requentado, que enganou a elite empresarial com o drible de uma promessa de moderação"

Jair Bolsonaro recoloca a máscara depois de falar na abertura da Assembleia-Geral da ONU21/09/2021 (Foto: REUTERS/Eduardo Munoz/Pool)
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Por Moisés Mendes, para o Jornalistas pela Democracia 

Essa é a primeira conclusão sobre o discurso de Bolsonaro: o sujeito foi a Nova York para dizer para a militância, num palco mundial, que continua o mesmo. Mas será que foi só para a militância?

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Bolsonaro também deu um recado aos que acreditaram que seria mais moderado, depois de se acovardar e pedir trégua a Alexandre de Moraes. Não existe um novo Bolsonaro.

Mas há muito mais do que entrelinhas na mensagem dirigida também aos adversários do bolsonarismo.

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Esse é o trecho em que Bolsonaro tenta retomar a ofensiva pré-Temer e manda recados inclusive ao Supremo:

“No último 7 de setembro, data de nossa Independência, milhões de brasileiros, de forma pacífica e patriótica, foram às ruas, na maior manifestação de nossa história, mostrar que não abrem mão da democracia, das liberdades individuais e de apoio ao nosso governo”.

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Foram as manifestações golpistas que o levaram a se ajoelhar diante de Moraes. São agora mostradas ao mundo como expressão da democracia, das liberdades individuais e de apoio ao governo.

Está escancarada a decisão de Bolsonaro de voltar a abordar e glorificar os atos golpistas, com dois objetivos.

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O primeiro objetivo é o de fazer uma espécie de mea culpa e dizer aos seguidores que continuará a exaltar o que eles fizeram no 7 de setembro.

Bolsonaro faz questão de dizer que eles fizeram a coisa certa. E o que aconteceu depois, com o seu acovardamento, deve ser esquecido.

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O segundo objetivo é o de cutucar de novo o Supremo. Bolsonaro informa a Alexandre de Moraes e a todos os ministros do STF que condenaram as manifestações pró-golpe que não deixará de reconhecer os atos, até porque considera a aglomeração da Paulista a maior da história.

Esse Bolsonaro que foi a Nova York sabendo que correria riscos, inclusive o de comer pizza fria, retorna ao Brasil com o sentimento de que tirou proveito da chance que não poderia desperdiçar.

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Reafirmou suas posições negacionistas, atacou a ciência, a imprensa, o socialismo e os governantes vizinhos que considera inimigos e exaltou a família religiosa e a cloroquina. Tentou dizer aos militantes que está vivo.

Bolsonaro também foi à ONU para se apresentar, em seu pior momento, como candidato a líder retórico e alquebrado da extrema direita mundial. A conversa fiada sobre meio ambiente, democracia e a acolhida a refugiados foi o enfeite previsível.

Vem de Nova York a notícia de que não há um novo Bolsonaro depois da cartinha escrita por Michel Temer. O que a ONU expôs foi um Bolsonaro cada vez mais mentiroso e requentado, que enganou a elite empresarial com o drible de uma promessa de moderação.

Bolsonaro fez uma longa viagem para desfazer as falsas esperanças de quem quis se enganar. Ao contrário do que disse no discurso, vivemos velhos tempos. E com o mesmo Bolsonaro golpista.

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