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Nêggo Tom

Cantor e compositor.

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Bolsonaro justifica mortes e agressão a mulheres em defesa da economia

"Não pode ter razão alguma, alguém que justifique agressão à mulheres, alegando que o marido está irritado, por estar impedido de sair para trabalhar", afirma o autor

(Foto: ADRIANO MACHADO - REUTERS)
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Não há mais dúvidas, de que o pensamento e as palavras do atual Presidente da república, não harmonizam com o mundo civilizado. Talvez, se estivéssemos no período pré-histórico, Bolsonaro fosse o governante ideal. Sua desconexão com a realidade contemporânea é tamanha, que, ao mesmo tempo que nos aflige, confunde a nossa mente e nos suscita um estranho questionamento a nós mesmos. Será que ele pode estar certo?

A resposta sempre vem na próxima declaração dada por ele. E, logo percebemos, para nosso alívio, que o confinamento não está afetando a nossa saúde mental. Pelo menos, ao ponto de imaginarmos que Bolsonaro possa estar certo no que fala. Não pode ter razão alguma, alguém que justifique agressão à mulheres, alegando que o marido está irritado, por estar impedido de sair para trabalhar. É muita estupidez.

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Dando sequência à sua campanha contra o isolamento social, Seu Jair saiu às ruas novamente, cumprimentou fãs, acariciou crianças, posou para fotografias e falou bobagens. Aliás, tal roteiro nos últimos dias, passou a ser o rito litúrgico do cargo que ele ocupa. Sua pérola atual é esta: “Tem mulher apanhando em casa. Por que isso? Em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão. Como é que acaba com isso? Tem que trabalhar, meu Deus do céu. É crime trabalhar?”

Seu Jair, que está no terceiro casamento, tem cinco filhos (quatro homens e uma fraquejada) e passou 28 anos de sua vida profissional confinado em câmaras municipais e federais, sendo bem remunerado e sem trabalhar, está justificando um crime contra a mulher e classificando o isolamento social como um “excludente de ilicitude”, no caso de possíveis crimes de feminicídio que aconteçam durante a quarentena.

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Ele vai dizer que é perseguição, que a sua fala foi mal interpretada e que a imprensa distorce tudo o que ele diz. Quem sabe, ele até recue ou negue que tenha dito. Mesmo tendo sido gravado. Confesso que fico na dúvida, se o Sr. Jair é um poeta incompreendido ou um apenas uma mal caráter mesmo. Mas, podemos ajuda-lo a compreender melhor a situação, lembrando que ele é o governante da nação. Quem tem que responder “Como é que acaba com isso?”, é ele e sua equipe de governo, que são muito bem pagos com o dinheiro do povo.

Economicamente falando, o problema é seu, Sr. Jair. Não queira transferir a sua responsabilidade para nós. O governo tem que liberar recursos emergenciais, para a população. Principalmente, para os mais carentes. E não diga que não tem grana, porque só numa campanha publicitária que induz o povo a não ficar em casa, foram gastos quase 5 milhões de reais.

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Pior. Vetada pela justiça, a propaganda mesmo não indo ao ar, com toda a certeza foi paga. Dinheiro jogado fora, que poderia ter sido investido na aquisição de insumos para hospitais ou na compra de cesta básicas para famílias desassistidas nesse período. Essa é a preocupação do presidente com os menos favorecidos. Voltando ao machismo e à misoginia, que sempre foram peculiares à personalidade do Presidente, se tem mulher apanhando em casa, é porque existe um criminoso em sua companhia. E este precisa ser detido.

Da mesma forma, que um governante que desobedece a uma recomendação da Organização Mundial de Saúde, mesmo sabendo que está expondo pessoas ao risco de um contágio letal, também pode ser considerado um criminoso e precisa ser detido. As falas de Bolsonaro têm o intuito de instituir a ignorância como norma, e o absurdo como lei. E não podemos nos acostumar a isto. Do contrário, estaremos legitimando a barbárie.

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É grave, gravíssimo, vir um chefe de estado fazer uma analogia tão estúpida, relativizando um crime para legitimar outro. É a “liberação” da agressão às mulheres, sob o pretexto de violenta emoção ou por medo de não ter o que comer. É leviano e irracional. Querer trabalhar não é crime. Bater em mulher é. E não será a falta de pão, a justificar tal atitude covarde e sem escrúpulos. Ainda que ela seja baixada como um decreto presidencial durante a quarentena.

O atual Presidente já passou de todos os limites. Sua imagem gera desconforto e desperta grande repulsa. Estamos vivenciando uma situação que já ocorreu em outros períodos da história, onde ditadores e governantes genocidas estiveram no poder, e foram responsáveis por tragédias irreparáveis, que deixou graves sequelas na humanidade. Tais experiências, parece que ainda não foram suficientes para que aprendêssemos a dar valor à vida e a liberdade.  Mas, ainda podemos evitar um mal maior. Precisamos dizer a Bolsonaro que acabou. Não dá mais!

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Não podemos repetir o erro das gerações passadas, que, por distanciamento da realidade e negação do mal instituído como ideologia de governo, permitiram que milhões de seres humanos sofressem e morressem, de forma cruel e desumana.  Por nossas vidas, e pelas vidas das gerações futuras, não podemos permitir! Ou, em breve, seremos milhões de brasileiros arrependidos, por termos apoiado ou por não termos ido às últimas consequências, para impedir que mais um capítulo de dor e sofrimento, seja escrito na história da humanidade. 

Pelo amor de Deus! 

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