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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Bolsonaro usa Pazuello para dividir o Exército

Para o jornalista Alex Solnik, Jair Bolsonaro fez o general Eduardo Pazuello participar do ato político no Rio para desafiar o chefe do Exército, general Paulo Sérgio. "Puna-o se for capaz, é o que parece dizer Bolsonaro. Ele é meu protegido. Vamos ver quem manda mais: eu ou você", avalia

O presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Eduardo Pazuello durante passeio de moto, que gerou aglomeração na cidade do Rio de Janeiro. (Foto: Alan Santos/PR)
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Por Alex Solnik 

A carta escrita pelo general Pazuello ao comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira para justificar sua participação no ato de apoio a Bolsonaro, domingo passado, 23, no Rio de Janeiro mostra claramente que não se trata tão somente de uma questão militar. Tenho a impressão que Bolsonaro fez o que fez com Pazuello para desafiar o chefe do Exército.

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Puna-o se for capaz, é o que parece dizer Bolsonaro. Ele é meu protegido. Vamos ver quem manda mais: eu ou você.

E é Bolsonaro quem está orientando Pazuello a resistir, a não passar para a reserva, a desafiar o comandante.

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Bolsonaro continua levando ao pé da letra o trecho da constituição que dá ao presidente o posto simbólico de comandante-em-chefe das Forças Armadas.

Usou novamente a expressão “meu exército” nesse comício. Tal prerrogativa nunca sequer cogitada por presidentes civis em períodos democráticos.

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A carta de Pazuello é tão patética quanto ele. Afirma, orientado por Bolsonaro, que não transgrediu a norma 57, que proíbe atos políticos a militares da ativa por motivo de “honra pessoal”.

No jargão militar “honra pessoal” se traduz por “apreço de que é objeto ou se torna merecedor o militar perante seus superiores, pares ou subordinados”.

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Tradução: ele não poderia ter recusado subir ao palanque por “honra pessoal”, ou seja, não podia recusar o convite do superior que ainda por cima tem apreço por ele.

O que dá a entender que ele resiste a passar para a reserva e não admite ter infringido a norma 57 não por valentia, mas por estar sob proteção daquele que a quem considera seu superior, apesar de ele ser um ex-ministro de Bolsonaro e seu superior ser, no mundo real, o comandante do Exército, até onde se sabe. Evidente que o general Paulo Sérgio deve ter ficado indignado.

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Bolsonaro conseguiu o que queria: instalou a cizânia dentro das Forças Armadas. Há o grupo a favor de punição a Pazuello e há o grupo contra.

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