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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Bolsonaro vai atacar Alckmin antes do PT

"Tal como era com os integralistas, a missão de Bolsonaro é combater os "comunistas" de hoje, que são os petistas. Mas não por enquanto. Por ora ele vai bombardear Alckmin porque a guerra no primeiro turno é com o tucano e a grande aliança conservadora que está prometendo formar", escreve Alex Solnik; "A direita tem apenas uma vaga no segundo turno. Não cabem dois. A outra é de Lula ou de quem ele indicar", aposta o jornalista

Bolsonaro vai atacar Alckmin antes do PT
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Bolsonaro foi confirmado, hoje, na convenção nacional, candidato a presidente pelo PSL. Há 81 anos o Brasil não via um candidato de extrema-direita disputar a presidência da República.

O último foi Plínio Salgado, em 1937. Fundador do Partido Integralista, inspirado no fascismo, andava de camisa preta militar, como Mussolini. Ele e seus militantes desfilavam, na Praia do Flamengo, no Rio, com fardas não tão garbosas quanto as italianas.

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A outra atividade deles era atacar passeatas comunistas com porretes e bombas, provocando confrontos sangrentos nas ruas do Rio de Janeiro, com mortos e feridos. Faziam como os fascistas, que foram financiados por industriais italianos para impedir o avanço do movimento operário depois da Revolução Russa de 1917.

Financiado por industriais brasileiros, o movimento integralista fazia o mesmo papel.

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Getúlio Vargas – que chamava os integralistas de "palhaços da política" - demoveu Plínio Salgado da candidatura contando uma lorota. Num encontro a sós, confessou que estava preparando uma virada política no país que resultaria no fechamento dos partidos – menos o integralista – e Salgado seria o novo ministro da Cultura.

Dois meses depois, a 10 de novembro de 1937 Getúlio fechou o Congresso nacional e os partidos, todos, inclusive o de Salgado. E jamais o nomeou ministro. Em represália, integralistas tentaram depor Getúlio em maio de 1938, ao invadirem o Palácio Guanabara em plena madrugada.

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Desde então a extrema-direita não apresentava candidato à presidência.

Plinio Salgado se inspirava em Mussolini e era financiado pela elite econômica; Bolsonaro se inspira em Brilhante Ustra e em Donald Trump e também tem a elite financeira nos bastidores, representada pelo economista Paulo Guedes, a quem chama de "Posto Ipiranga da Economia".

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Exaltou o torturador em plena Câmara dos Deputados em rede nacional de televisão.

Tal como era com os integralistas, a missão de Bolsonaro é combater os "comunistas" de hoje, que são os petistas. Mas não por enquanto. Por ora ele vai bombardear Alckmin porque a guerra no primeiro turno é com o tucano e a grande aliança conservadora que está prometendo formar.

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A direita tem apenas uma vaga no segundo turno. Não cabem dois. A outra é de Lula ou de quem ele indicar. O duelo vai se travar entre um Bolsonaro atrevido e sarrista e um Alckmin bom moço cercado de pendurados na Justiça por todos os lados.

Alckmin terá mais tempo na TV para propor, atacar e se defender. Bolsonaro terá apenas oito segundos.

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Ao mirarem todas as baterias em Alckmin, tão logo a provável grande aliança foi anunciada, os petistas mostraram que preferem enfrentar Bolsonaro no segundo turno.

Mas também é possível que, tal como ocorreu com Plínio Salgado, ele desista no meio do caminho. Foi o que pareceu na entrevista que deu hoje aos repórteres Marco Grillo, Maiá Meezes e Thiago Prado, em O Globo.

"O senhor quer mesmo ser presidente da República"? pergunta um entrevistador.

"Não estou com obsessão, mas sigo em frente" responde Bolsonaro. "Se der zebra vou para a praia, não estou preocupado com isso".

"Está cansado da pré-campanha"?

"Eu digo que sou imbroxável, mas estou meio broxa, sim".

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