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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Boulos abala neoliberalismo tucano-bolsonarista

Com Boulos em ascensão, como eventual novo prefeito da maior metrópole da América do Sul, avançaria discurso anti-bolsonarista/tucano. SP não quer perder mercado argentino para a China, como já acontece. O PSOL fortaleceria, para 2022, discurso pró-Argentina, em busca de nova geopolítica e geoeconomia global. Novos ares à vista na paulicéia desvairada

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Se Boulos faturar eleição, será vitória do discurso social contra o neoliberal, que alia os tucanos e os bolsonarista num mesmo saco. Entra em cena, já a partir da próxima semana, o debate do qual o mercado financeiro foge como o diabo da cruz: continua ou não o Auxílio Emergencial? Tenderia predominar decisão do Congresso no auge da pandemia, de romper teto de gastos, com continuidade do orçamento de guerra antineoliberal, antimercado financeiro especulativo.

A oposição, de novo, puxaria ou não o Centrão para essa discussão, impondo seu discurso social em meio à pandemia cuja continuidade é incógnita em meio à falta de vacina, também, uma incerteza a ser checada?

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O mercado continua resistindo contra o Auxílio. Repete mesma posição quando tal discussão começou, em março; queria um Auxílio esdrúxulo de R$ 200. A esquerda pediu 1 salário mínimo e pouco, R$ 1,2 mil. Foi aprovado R$ 600.

Imediatamente, a popularidade de Bolsonaro cresceu, pois avalizou o Legislativo e não o mercado. O comércio, a indústria e os serviços deram uma reagida legal. A arrecadação do governo, com aquecimento do varejo, empinou.

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Porém, o mercado colocou na boca da grande mídia, sua serviçal, que o país não iria aguentar o aumento do déficit público, como se fosse o aquecimento da produção e do consumo a sua razão essencial, e não os juros, no mercado futuro, balizador da dívida pública, que subiu e hoje se encontra na casa dos 9%.

Pressionado pelo mercado, Bolsonaro arriscou sua popularidade em alta e reduziu o Auxílio para R$ 300. Resultado: sai derrotado no 1º turno da eleição. Por isso, não se arrisca no 2º a apoiar ninguém, porque quem apoiou no primeiro, perdeu.

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O repique da pandemia, no entanto, recomenda Congresso não abrir mão da conquista que granjeou ao Centrão, na eleição, o novo poder, para fazer o próximo presidente da Câmara, com o discurso de manutenção do Auxilio.

Essa propensão da maior força política no Legislativo, apoiada pela esquerda, em favor do Auxílio, deixa em desespero o pessoal Faria Lima(especuladores do mercado financeiro). Se Boulos vence o segundo turno e se torna, com Erundina, o novo normal social do discurso político pós eleitoral, já para vigorar na sucessão presidencial, em 2022, Bolsonaro somente sobreviverá, politicamente, se fechar com os R$ 600, que o Centrão/Esquerda defenderá, de olho no provável segundo mandato bolsonarista, levando os neoliberais a arrancarem os cabelos.

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No fio da navalha

Paulo Guedes, no eventual contexto Boulos prefeito de São Paulo, não conseguirá entregar ao mercado, ávido por mais arrocho fiscal, o seu discurso neoliberal, naufragado na eleição municipal.

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Não, apenas, Boulos, caso eleito, elevaria a temperatura política com fortalecimento do discurso social. Também, maximizaria tal tendência vitória de Marília Arraes, em Recife; de Manuela, em Porto Alegre; de Edmilson, no Pará, e, até, Paes, no Rio de Janeiro. Isso sem falar em outras quase 15 cidades metropolitanas médias em que o discurso de esquerda ganhou dimensão irresistível, como em Contagem e Juiz de Fora, Minas Gerais; Anápolis, Goiás, maior cidade industrial do Centro-Oeste etc.

O ajuste fiscal neoliberal bancocrático de Paulo Guedes perderia ou não espaço para a demanda social crescente, no ambiente de incerteza econômica pós eleitoral, que potencializaria previsões catastrofistas dos mercadistas? Ou haveria busca de acomodações, visto que o discurso neoliberal perde gás em todo o mundo, especialmente, com o repique da pandemia que recomenda aumento da oferta de moeda na circulação capitalista para puxar demanda global à moda keynesiana?

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Novos posicionamentos de empresários e banqueiros, parece, já ensaiam posturas acomodatícias diante da inevitabilidade do discurso social, para evitar tensões que poderia se acumular, capazes de repetir, no Brasil, eventual onda chilena, que deixaria o ambiente neoeliberal ainda mais carregado. Não estaria descartada tal onda, mesmo, diante de vitória de Covas, já que a situação social, em São Paulo, é de dar medo, com populações de miseráveis, da periferia, transferindo-se para o centro da grande metrópole. Tempos sombrios estão à vista.

Nova geopolítica global

Expectativas positivas só em relação à China, que, se emplacar, com sucesso sua vacina contra Covid, vira opção global irresistível, ao lado de sua estratégia econômica de, junto com outros 14 países, lançar o RCEP(Parceria Regional Econômica Abrangente), mercado de 2,2 bilhões de consumidores, assunto do qual a mídia tupiniiquim está fugindo, para não desagradar Tio Sam.

O governo Bolsonaro teria que dar um cavalo de pau na sua estratégia internacional: temperar sua preferência por Washington, que não mais vai querer saber dele e do discurso trumpista ao qual se agarra, e correr para Pequim, para render-se a Jiping.

No Congresso, a partir da próxima semana, vindo a vencer a esquerda em São Paulo e Recife, Sul e Nordeste, o discurso do mercado levará traulitada federal. O desespero dos especuladores, que reclamam não ter Guedes mais interlocução no parlamento, para encaminhar as reformas mercadistas neoliberais, aumentará.

Afinal, com Boulos em ascensão, como eventual novo prefeito da maior metrópole da América do Sul, avançaria discurso anti-bolsonarista/tucano. SP não quer perder mercado argentino para a China, como já acontece. O PSOL fortaleceria, para 2022, discurso pró Argentina, em busca de nova geopolítica e geoeconomia global. Novos ares à vista na paulicéia desvairada.

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