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Hildegard Angel

Jornalista, ex-atriz, filha da estilista Zuzu Angel e irmã do militante político Stuart Angel Jones

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Brasil: Uma pilha até aqui de mortos

"Não se constrói um país e uma História sobre o solo fofo de carne e sangue. Anistia nunca mais! Não se edifica um futuro sem "remoer o passado"", diz Hildegard

Protesto contra a ditadura militar (Foto: Wikimedia Commons)
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Cansada de repetir: o esquecimento e a perpétua conciliação são senhas para que o passado sempre se repita. Senhas que inspiraram o evento do último domingo, mobilizando multidão para reivindicar anistia, a exemplo do grande ERRO cometido no passado. Presidente Lula, os familiares dos mortos pela ditadura esperam um reparo seu à sua declaração, propondo "não remoer o passado". O senhor, chefe de estado aclamado em todo o mundo, tem a responsabilidade de seus exemplos. Os franceses não esquecem os excessos dos monarcas, que levaram à Queda da Bastilha. Assim como não esquecem dos compatriotas traidores, durante a ocupação nazista. O mesmo fazem ingleses, americanos, italianos, enfim, todos os países que cultivam o brio de seu passado, de seus heróis, de sua História. Os judeus se fortaleceram sempre lembrando a barbárie que Hitler praticou contra eles. Lembrar sempre para que o passado não se repita é lema de todos. 

Nossa postura complacente e a pouca importância dada aos nossos mártires podem ser a razão de o único Herói presente na mente dos brasileiros ser Tiradentes. O único "popular". Mas são incontáveis os brasileiros corajosos e exemplares que deram a vida pelo Brasil e contra o arbítrio opressor. É no sentido do "não esquecimento", o esforço dos familiares dos mortos nos porões da ditadura por defenderem a causa de libertar o país da Ditadura de 1964 a 1985, heróis que morreram sem entregar os companheiros. 

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 Nos anos 90, as Mães da Praça de Maio vieram de Buenos Aires homenagear Zuzu Angel, como "a mãe da Praça de Maio do Brasil". Zuzu foi assassinada e virou símbolo, mas não foi a única. Há inúmeras outras mães, esposas, irmãs ainda vivas, lutando para poder velar seus mortos. Corpos que viraram cinzas nos fornos das usinas, foram jogados ao mar ou enterrados como indigentes em paradeiros não sabidos. 

Senhor Presidente: somos um país de muitas carências, onde os mártires de hoje são empilhados sobre os de ontem. Mortos sem corpos, sem investigação e, pior, sem punição. Não se constrói um país e uma História sobre o solo fofo de carne e sangue. Anistia nunca mais! Não se edifica um futuro sem "remoer o passado". Contamos com a sua compreensão.

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