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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Brasil, vou cantar-te nos meus versos (e do Ary)

Denise Assis traz "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, para o cenário atual do país

(Foto: Ricardo Stuckert)
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Por Denise Assis, para o 247

Brasil, meu Brasil brasileiro – que há muito, (desde 2016 deixou de sê-lo, sendo fatiado e entregue às postas ao interesse do capital estrangeiro)...

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Meu mulato inzoneiro (sim, virou um país do politicamente incorreto, dos subterfúgios, das mentiras travestidas de verdades)...

Vou cantar-te nos meus versos – brevemente, com novas cores, com a alegria de volta.

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O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
O Brasil do meu amor
– foi enredado em transações obscuras e perdeu o rebolado, o ritmo, o rumo.


Terra de Nosso Senhor
Brasil! Brasil! Pra mim! Pra mim! –
para mim, para todos, com a esperança no horizonte e a certeza de que tudo vai passar.

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Ô, abre a cortina do passado – e ensina nas escolas a sua verdadeira história. Mostra o que os 300 anos de escravidão fez com a mentalidade das elites, perpetuando o racismo e o trabalho análogo ao período. Mostra as atrocidades da ditadura que eles negam.

Tira a mãe preta do cerrado – e deixa que ela brilhe nas letras, na ciência, onde ela quiser!
Bota o rei congo no congado – para que esta memória não se perca, para que as tradições trazidas da África sejam incorporadas e valorizadas em nossa Cultura, tão combalida e agonizante...

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Brasil! Brasil! – reaja!

Deixa cantar de novo o trovador – estamos sentindo falta dos poetas cantando a felicidade, pois há quatro anos só temos tristeza para chorar. Queremos versos, para curar nossas feridas.
À merencória luz da Lua – daremos adeus! Chega de melancolia!
Toda canção do meu amor – plenos pulmões cantaremos de novo pelas ruas, becos e cidades.
Quero ver essa Dona caminhando – pelos tribunais, a implorar perdão pela injúria de ter incitado o: “demita sem dó”.
Pelos salões, arrastando
O seu vestido rendado
– roto como o seu conservadorismo caquético.
Brasil! Brasil! Pra mim! Pra mim! – Para nós, para todos!

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Brasil, terra boa e gostosa – que se esqueceu de ser feliz, que caiu na perplexidade, na apatia, no isolamento...
Da morena sestrosa
– que traz para a rua a sua graça, a felicidade da sua liberdade conquistada pela sua própria força.
De olhar indiscreto – que não tem medo de olhar para o outro, para inspecionar as suas necessidades e carências.

O Brasil, verde que dá – tudo dá, como disse Caminha, sem precisar desmatar, esturricar a terra, invadir.
Para o mundo se admirar
– da nossa grandeza e criatividade.
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
– sim, do nosso, daquele que abre os braços, o Redentor, o que nos ama.
Brasil! Brasil! Pra mim! Pra mim! – para nós, para todos.

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Ô! Esse coqueiro que dá coco – e dá uma economia pungente, sustentável e limpa.

Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
– Não há mais espaço para o lazer, para o ócio. O pobre do operário amarrou a rede e guardou, para trabalhar até morrer em cima de uma moto de “entregas” no “trânsito do empreendedorismo”.

 

Brasil! Brasil!– reviva!

Ô! Estas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
E onde a Lua vem brincar –
e tantas... Agora privatizadas, fontes de enriquecimento de poucos.

Ô! Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
– Reviva, país da pujança! Da alegria! Nos desperte ao som dos seus tambores, da letargia em que fomos mergulhados.
Brasil! Brasil! Pra mim! Pra mim! – para nós, para todos!

*Aquarela do Brasil – Ary Barroso

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